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Plural Nouns

Usamos os plural nouns para definir qualquer coisa que exista em quantidades maiores do que
um. Vejamos os exemplos:
Plural Nouns com S
book = books (livro = livros)
egg =; eggs (ovo = ovos)
game = games (jogo = jogos)
photo = photos (foto = fotos)
A regra geral é bem simples, basta adicionar “S” no final no noun. Porém, em alguns casos
teremos que adicionar ES, como nos seguintes exemplos.
Plural nouns com ES
beach = beaches (praia =praias)
box = boxes (caixa = caixas)
watch = watches (relógio = relógios)
glass = glasses  (copo = copos)
Uma boa dica é notar que, geralmente, quando as palavras terminam com CH, SH, S, SS
ou X, o plural será feito com ES.
Plural Nouns com IES
Há também plural nouns que terminam com IES.
butterfly = butterflies (borboleta = borboletas)
baby = babies (bebê = bebês)
family = families (família = famílias)
fairy = fairies (fada = fadas)
Nos nouns acima, trocamos o Y final por IES.
No entanto, caso o noun terminar com Y, mas vier precedido de uma vogal, o plural é feito
somente com S:
key = keys (chave = chaves)
turkey = turkeys (peru = perus)
toy = toys (brinquedo = brinquedos)
day = days (dia = dias)
Nouns que terminam com F
Quando os nouns terminam com a letra F, geralmente, trocamos o F por V e adicionamos um
ES. Veja os exemplos:
leaf = leaves (folha = folhas)
shelf = shelves (prateleira = prateleiras)
thief = thieves (ladrão = ladrões)
wolf = wolves (lobo = lobos)
Porém, como sempre, há exceções.
chef = chefs (chefe de cozinha = chefes de cozinha)
cliff = cliffs (penhasco = penhascos)
handkerchief = handkerchiefs (lenço = lenços)
roof = roofs (teto = tetos)
Além disso, alguns nouns aceitam as duas formas, como, por exemplos dwarf (anão), que
pode ter seu plural tanto como dwarves ou dwarfs. Há também palavras que terminam com FE, que do mesmo modo têm seu plural feito com VES: wife (esposa) = wives; knife (faca) = knives.
Nouns que terminam com O
Quando o nomes terminar com O, às vezes vamos acrescentar um S, outras vezes colocamos ES.
video = videos (vídeo = vídeos)
zoo = zoos (zoológico = zoológicos)
tomato = tomatoes (tomate = tomates)
potato = potatoes (batata = batatas)
hero = heroes (herói = heróis)
Plurais irregulares
Algumas palavras mudam completamente no plural. São os chamados plurais irregulares. É
bom estar atento a essas palavras para não se confundir.
mouse = mice (rato = ratos)
foot = feet (pé = pés)
child = children (criança = crianças)
man = men (homem = homens)
woman = women (mulher = mulheres)
tooth = teeth (dente = dentes)
Algumas palavras apresentam uma única forma, tanto no singular como no plural.
sheep = sheep (ovelha = ovelhas)
fish = fish (peixe = peixes)
reindeer = reindeer (rena = renas)
Outras têm uma única forma, porém no plural.
pajamas (pijama)
sneakers (tênis)
pants (calças)
Pode parecer estranho, mas esses nomes realmente não têm forma singular. Você não pode

dizer “a pajama” (um pijama), pois em inglês, é sempre “pijamas”.



Português

Advérbio
O advérbio é uma categoria gramatical invariável que modifica verbo, adjetivo ou outro advérbio, atribuindo-lhes uma circunstância de tempo, modo, lugar, afirmação, negação, dúvida ou intensidade. Por exemplo, a frase Ontem, ela não agiu muito bem, tem quatro advérbios: ontem, de tempo; não, de negação; muito de intensidade; bem; de modo.
As circunstâncias podem ser expressas por uma locução adverbial – duas ou mais palavras exercendo a função de um advérbio. Por exemplo, a frase Ele, às vezes, age às escondidas, tem duas locuções adverbiais: às vezes, de tempo; às escondidas, de modo.
Classificação dos advérbios
01) Advérbios de Modo:
Assim, bem, mal, acinte (de propósito, deliberadamente) adrede (de caso pensado, de propósito, para esse fim), debalde (inutilmente), depressa, devagar, melhor, pior, bondosamente, generosamente e muitos outros terminados em mente.
Locuções Adverbiais de Modo:
Às pressas, às claras, à toa, à vontade, às escondidas, aos poucos, desse modo, dessa maneira, em geral, frente a frente, lado a lado, a pé, de cor, em vão.
02) Advérbios de Lugar:
Abaixo, acima, adentro, adiante, afora, aí, além, algures (em algum lugar), alhures (em outro lugar), nenhures (em nenhum lugar), ali, alguém, atrás, cá, dentro, embaixo,
externamente, lá, longe, perto.
Locuções Adverbiais de Lugar:
A distância, à distância de, de longe, de perto, em cima, à direita, à esquerda, ao lado, em volta.
03) Advérbios de Tempo:
Afinal, agora, amiúde (com frequência), ontem, breve, cedo, constantemente, depois, enfim, entrementes (enquanto isso) hoje, imediatamente, jamais, nunca, outrora, primeiramente, tarde, provisoriamente, sempre, sucessivamente, já.
Locuções Adverbiais de Tempo:
Às vezes, à tarde, à noite, de manhã, de repente, de vez em quando, de quando em quando, a qualquer momento, de tempos em tempos, em breve, hoje em dia.
04) Advérbios de Negação:
Não, tampouco( também não).
Locuções Adverbiais de Negação:
De modo algum, de jeito nenhum, de forma nenhuma.
05) Advérbios de Dúvida:
Acaso, casualmente, porventura, possivelmente, provavelmente, talvez, quiçá.
Locuções Adverbiais de Dúvida:
Por certo, quem sabe.
06) Advérbios de Intensidade:
Assaz (bastante, suficientemente), bastante, demais, mais, menos, muito, quanto, quão, quase, tanto, pouco.
Locuções Adverbiais de Intensidade:
Em excesso, de todo, de muito, por completo.
07) Advérbios de Afirmação:
certamente, certo, decididamente, efetivamente, realmente, deveras (realmente), decerto,
indubitavelmente.
Locuções Adverbiais de Afirmação:
Sem dúvida, de fato, por certo, com certeza.
08) Advérbios Interrogativos:
Onde (lugar), quando ( tempo), como (modo), por que ( causa).
Flexão do advérbio
O advérbio pode flexionar-se nos graus comparativos e superlativo absoluto.
Comparativo de Superioridade:
O advérbio flexiona-se no grau comparativo de superioridade por meio de mais... (do) que.
Ex.:
Ele agiu mais generosamente que você.
Comparativo de Igualdade:
O advérbio flexiona-se no grau comparativo de igualdade por meio de tão... como, tanto... quanto.
Ex.:
Ele agiu tão generosamente quanto você.
Comparativo de Inferioridade:
O advérbio flexiona-se no grau comparativo de inferioridade por meio de menos...(do) que.
Ex.:
Ele agiu menos generosamente que você.
Superlativo Absoluto Sintético:
O advérbio flexiona-se no grau superlativo absoluto sintético por meio dos sufixos –issimamente, -íssimo ou –inho.
Ex.:
Ela agiu educadíssimamente.
Ele é muitíssimo educado.
Acordo cedinho.
O advérbio flexiona-se no grau superlativo absoluto analítico por meio de um advérbio de intensidade como muito, pouco, demais, assaz, tão, tanto...
Ex.:

Ela agiu muito educadamente.
Acordo bastante cedo.
Melhor e pior são formas irregulares do grau comparativo dos advérbios bem e mal; no entanto, junto de adjetivos ou particípios, usam-se as formas mais bem e mais mal. Ex.
Estes alunos estão mais bem preparados que aqueles.
Havendo dois ou mais advérbios terminados em –mente, numa mesma frase, é melhor que se coloque o sufixo somente no último deles.
CONJUNÇÃO
É a classe de palavra invariável que estabelece relações (de vários sentidos) entre duas ou mais orações que liga:
Ex. Saiu de casa / porque / começou um terremoto.
oração 1 conjunção oração 2
A conjunção porque está estabelecendo uma relação de causa entre a oração 2 e a oração 1.
Subclassificação da conjunção
1)Conjunção coordenativa:
- aditiva: estabelece relação de soma (e, nem)
- adversativa: relação de oposição( mas, porém, contudo)
- alternativa: relação de alternância ( ou... ou, ora...ora...)
- conclusiva: relação de conclusão (logo, portanto...)
- explicativa: relação de confirmação ou de justificação (pois, porque, que...)
-
2)Conjunção(ou locução conjuntiva) subordinativa
- integrante: introduz oração subordinada substantiva (que, se)
- causal: estabelece relação de causa (porque, porquanto, visto que, uma vez que, já que, pois (no início da oração), como)
- comparativa: relação de comparação (como, bem como, tal qual, do que, que, quanto)
- concessiva: relação de concessão( embora, ainda que, mesmo que, se bem que)
- condicional: relação de condição(se, caso, a menos que, a não ser que, contanto que, desde que)
- conformativa: relação de conformidade (como, segundo, conforme, consoante)
- consecutiva: relação de conseqüência (que,de modo que, (precedido de, tal, tanto, tamanho, tanto...)
- final: relação de finalidade (a fim de que, para que, de modo que, de maneira que)
- proporcional: relação de proporcionalidade (à medida que, à proporção que, ao passo que, quanto mais)
- temporal: relação de tempo (quando, enquanto, logo que, depois que, antes que, sempre que, até que)
Locuções conjuntivas: São duas ou mais palavras que têm valor de conjunção.
Ex.: ainda que, senão quando, a menos que, à medida que.
A locução conjuntiva termina sempre por uma conjunção.
PERÍODO SIMPLES
Frase ou sentença:
Qualquer expressão falada ou escrita que estabeleça comunicação completa entre duas pessoas. As frases sem verbo chamam-se frases nominais. Há diferença entre frase e oração: uma oração pode ser frase, desde que preencha tal requisito: estabelecer comunicação completa entre duas pessoas.
Período:
Segmento do texto que inicia com letra maiúscula, tem processo verbal (um ou mais de um) e termina com ponto final, ponto de interrogação, ponto de exclamação e, às vezes, com reticências.
Exemplos:
Chove.; Chove?; Chove!; Chove...
Quando o período tem apenas um verbo, diz-se período simples ou oração absoluta. Com mais de um verbo, o período será composto (por subordinação ou por coordenação).
Período simples (oração).
Daqui para a frente preferimos chamar o período simples apenas de oração. Isto deve facilitar a compreensão.
ORAÇÃO É UMA ESTRUTURA QUE APRESENTA, NORMAMLMENTE, DUAS PARTES: SUJEITO E PREDICADO.
Nota:
Existem orações sem sujeito, pois seus verbos são impessoais. O verbo sempre compõe o predicado da oração.
Oração
Sujeito            +          predicado
Gato                           mia
Gatos                          miam
Note-se que o verbo concorda com o sujeito, em número e pessoa. Isto é sujeito singular tem verbo no singular; sujeito plural tem verbo no plural. Esta observação é a única segura para se identificar o termo
sujeito de uma oração.
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TERMOS ESSENCIAIS DA ORAÇÃO:
1-SUJEITO
2- PREDICADO
TERMOS INTEGRANTES DA ORAÇÃO:
1-COMPLEMENTOS VERBAIS( OBJETO DIRETO- OBJETO INDIRETO);
2- COMPLEMENTO NOMINAL
3-AGENTE DA PASSIVA.
TERMOS ACESSÓRIOS DA ORAÇÃO:
1- ADJUNTO ADNOMINAL;
2- ADJUNTO ADVERBIAL;
3- APOSTO;
4- VOCATIVO
De acordo com “Nossa Gramática- Teoria e Prática”- Luiz Antonio Saconni
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TERMOS ESSENCIAS DA ORAÇÃO: SUJEITO E PREDICADO
Estudo e classificação do sujeito
Simples: apenas um núcleo
Determinado Composto: mais de um núcleo
Oculto/elíptico: Há um sujeito inexpresso, mas identificável.
Exemplos:
“Raia sanguínea e fresca a madrugada.” Sujeito simples: a madrugada.
(Raimundo Correia.)
“Com isso Pai e Mãe davam de zangar-se.” Sujeito composto: Pai e Mãe.
(Guimarães Rosa.)
“Zé Boné falava muito./ Sem fazer conta de companhia ou conversas, varava...” Na oração que aparece depois da barra, o sujeito (Zé Boné) está oculto, por vir expresso na oração precedente. - ocorre com verbos na terceira pessoa do plural, sem referência a um agente. Importa apenas o fato em si. "Assaltaram o banco."
Indeterminado - ocorre com os verbos na terceira pessoa do singular, acompanhados de "se", a que chamamos índice de indeterminação do sujeito. Neste caso os verbos não têm objeto direto; exceto preposicionado.
Exemplos:
Vive-se muito bem no Brasil. (verbo intransitivo)
Necessita-se de bons pintores. (verbo transitivo indireto) Ama-se a Vieira. (verbo transitivo direto com objeto preposicionado).
Notas:
1. Quando o verbo tem objeto direto, o “se” é partícula apassivadora e o objeto direto passa a ser sujeito paciente.
Ex: Vendem-se casas / Casas são vendidas
2. Oração sem sujeito ocorre com verbos impessoais, os quais permanecem na terceira pessoa do singular, com exceção dos casos em que o verbo ser indique datas, horas ou distâncias. Os principais verbos impessoais são:
Haver = existir, ocorrer, estar.
Exemplos:
Haverá homens na Lua?
Houve alguns acidentes na estrada.
Há alunos nesta sala?
Fazer: quando indica tempo decorrido ou clima.
Exemplos:
Faz dez anos que...
Aqui faz verões incríveis!
Todos os verbos que indicam fenômenos da natureza são impessoais: chover, ventar, nevar, gear, trovejar, amanhecer, escurecer, etc.
Com os verbos ser, estar e ser (quando indicam tempo).
Exemplo: Faz invernos rigorosos no Sul do Brasil.
Era primavera quando a conheci.
Estava frio naquele dia.
Qualquer verbo impessoal, empregado em sentido figurado, deixa de ser impessoal para ser pessoal. Vejamos:
Amanheci mal-humorado. (Sujeito desinencial: eu)
Choveram candidatos ao cargo. (Sujeito: candidatos)
Fiz quinze anos ontem. (sujeito desinencial: eu)
Sujeito oracional: é aquele representado por uma oração.
Esse tipo de sujeito ocorre quando o verbo é unipessoal.
Verbo unipessoal é o que, tendo sujeito, só se usa nas terceiras pessoas, do singular e do plural.
Os principais verbos unipessoais são:
Cumprir, importar, convir, doer, aprazer, parecer, ser (preciso, necessário etc.)
Cumpre trabalharmos bastante. Sujeito: trabalharmos bastante.
Importa cuidarmos da saúde. Sujeito: cuidarmos da saúde.
É preciso que chova. Sujeito: que chova.
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Estudo e classificação do predicado
Já se sabe que no predicado há verbo. O estudo dessa parte da oração sempre deve partir da observação do processo verbal, que pode ser intransitivo, transitivo ou de ligação. Disso trata a predicação verbal.
PREDICAÇÃO VERBAL
Para decidir bem a predicação dos verbos, é necessário verificar que há verbos indicadores de ações:
comprar, vender, alugar; há verbos indicadores de sentimentos: amar, gostar, odiar; há verbos indicadores de fenômenos: chover, nevar, cair, etc. Esses verbos sempre se classificam como intransitivos (não requerem objeto) ou como transitivos (requerem objeto direto ou indireto). Os verbos de ligação formam grupo à parte. São chamados não-nocionais e servem apenas para “ligar” uma informação não-verbal ao sujeito (predicativo do sujeito).
Exemplo:
A garota permanece triste. (O termo triste é uma informação não-verbal, atribuída ao sujeito. O verbo não denota fato ou ação).
Classificação do predicado
Predicado: vem de prédica= falar alguma coisa;
o que se informa sobre o sujeito.
Quando os verbos são intransitivos ou transitivos, sem presença de predicativo, o predicado se classifica como verbal. Nesse caso, o verbo é o núcleo do predicado.
Ex.: Laura comprou um carro
Caso ocorra a presença de predicativo, o predicado é verbo-nominal; haverá, então dois núcleos:
verbo e predicativo.
Ex.: Laura chegou triste
Os verbos de ligação nunca são núcleos de predicado. O núcleo será sempre o predicativo do sujeito, formando assim, um predicado nominal.
Ex.: Laura está triste.
1- Predicado verbal
- verbo informativo: núcleo verbal
João chegou tarde. – enxerga a informação no verbo
2- Predicado Nominal:- verbo de ligação; o verbo não informa. A informação está no nome.
José está chateado. (núcleo- chateado)
3- Predicado verbo-nominal
José chegou chateado. O verbo informa (núcleo); o nome informa (núcleo)
Outros exemplos:
José saiu de casa triste. Nominal
Ele anda triste. Nominal
Ele anda pelas ruas. Ele está pelas ruas. Verbal (anda e está – neste caso são verbos nocionais- informam).
A criança caiu doente. Nominal (caiu = está verbo de ligação)
A criança caiu de cama. Verbal
O verbo de ligação liga o sujeito ao predicativo.
Predicativo= característica , qualidade, especificação, modo de ser, estado.
Os compradores consideraram a proposta razoável.
a proposta = objeto direto
razoável = predicativo do objeto direto.
Predicado verbo-nominal
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Termos relacionados ao verbo da oração
I - Objeto Direto: complemento dos verbos transitivos diretos – sem preposição
Ex.: Aquilo sufocou meu bom senso.
OD
Objeto direto preposicionado: para evitar ambiguidade ou por motivos eufônicos e/ou estilísticos:
Ex.:O homem bebeu do vinho. / Ao pai o filho ama./ Amar a Deus. /Sacou da arma. /Comeu do pão.
II - Objeto Indireto: complemento dos verbos transitivos indiretos – preposição obrigatória.
Ex.: Naquele momento precisei de meu bom senso.
VTI OI
Objetos pleonásticos: por motivos estilísticos, se repetem sob a forma pronominal.
Ex.: O amor, já o encontrei. Ao meu pai, nós lhe escrevemos ontem.
OD pleonástico                      OI pleonástico
Pronomes Oblíquos como Objeto
I - Pronomes oblíquos que funcionam como objeto direto: o, a, os, as e suas variantes lo, la, los, las, no, na, nos, nas.
Ex.: Vi-a, ontem, sim. Deixei-a na esquina de casa. / Disse-me que não queria magoá-lo.
Fizeram-na ajoelhar no chão? / "E essas mágoas, queriam-nas?"
II - Pronomes oblíquos que funcionam como objeto indireto: lhe, lhes
Ex.: Disseram-lhe coisas horríveis.
Outros pronomes oblíquos podem funcionar ora como objeto direto ora como objeto indireto.
Ex.: Ninguém nos esperava no aeroporto. (nos = objeto direto)
Ofereceram-vos os melhores cargos. (vos = objeto indireto)
- Ninguém espera JOÃO no aeroporto/ Ofereceram os melhores cargos a JOÃO.
b) adjunto adverbial: termo que expressa diversas circunstâncias em que os fatos se processam, indicando tempo, modo, lugar, causa, condição, conformidade, concessão, etc. A noção do adjunto adverbial sempre é observada no contexto em que ocorre. Assim, não há classificação fixa nem a possibilidade de uma lista de adjuntos adverbiais. O bom leitor detecta a circunstância.
Exemplos:
Ele chegou cedo.
Adj. Adv. de tempo
Maria é muito bonita.
Adj. adv. de intensidade
c) Agente da passiva: ocorre com verbos na voz passiva analítica. Caso em que o sujeito é paciente do processo expresso pelo verbo. É normalmente introduzido pelas formas preposicionadas: por, pelo, pela. Às vezes apresenta a preposição de com valor de por.
Exemplo: A terra era povoada de selvagens.
O leão foi morto pelo caçador.
O leão= paciente
Foi morto= ser + particípio
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Termos relacionados aos nomes na oração
São nomes os substantivos, adjetivos e advérbios, aos quais se agregam outros termos da oração. Esses termos exercem função sintática, relativamente a seus núcleos nominais.

a) adjuntos adnominais: termos que sempre se prendem a um núcleo substantivo, caracterizando-o, ampliando lhe o significado. Exercem sempre a função de adjuntos adnominais; artigos, pronomes adjetivos, numerais adjetivos. Os adjetivos e as locuções adjetivas
também podem exercer essa função, desde que remetam sempre a um substantivo.
Exemplo:
Os meus dois belos cães de caça comeram muita carne ontem.
b) predicativo: É uma informação não-verbal, constituinte do predicado, atribuída ao sujeito da oração (independentemente de ser núcleo substantivo) ou ao objeto.
Exemplos:
Os marinheiros estão cansados. (= Eles estão cansados.) Não gosto de ver Camila triste. Não gosto de vê-la triste.
Nota:
Observe que o predicativo não desaparece, mesmo que se substitua o núcleo substantivo por um pronome.
c) complementos nominais: são termos regidos de preposição, ligados a um adjetivo, a um advérbio ou a um substantivo que não seja concreto. Os substantivos abstratos derivados de verbos podem ter nesse termo preposicionado um complemento nominal (noção passiva) ou um adjunto adnominal (noção ativa). Os substantivos concretos só podem Ter adjuntos adnominais.
Exemplos:
A resposta ao aluno enfureceu a classe. (ao aluno: noção passiva). A resposta do aluno enfureceu a classe. (do aluno: noção ativa).
Diferença entre Complemento nominal Adjunto adnominal
São determinantes do nome ou modificam o nome
Complemento nominal: refere-se ao nome – sempre preposicionado. Se o termo regido estiver preso a adjetivo ou a advérbio, será sempre complemento nominal.
Ex.: desejoso da vitória - independentemente da sua vontade cheio de gente - longe de casa
Adjunto adnominal: refere-se ao nome – com ou sem preposição.
Adjetivo / locução adjetiva/ Artigo/ Numeral adjetivo/ Pronome adjetivo
Complemento nominal Adjunto nominal substantivo abstrato (paciente) Substantivo abstrato (agente)
A construção da casa do arquiteto foi elogiada.
Construção= subst. abstrato
da casa = paciente: do arquiteto- está preso à casa (concreto)
A criação do homem é obra de Deus.
do homem- paciente CN de Deus- agente A. Adn.
Sou favorável ao imposto criado. CN
Estamos perto da casa. CN (perto = advérbio)
O amor do pai ao filho é incondicional. Incondicional= Predicativo do sujeito.
O= adjunto. Adn.
amor= subst. abstrato (núcleo do sujeito)
do pai = o pai ama o filho (agente) = adj. Adn.
O filho é paciente = complemento nominal
d) Aposto: termo que, equivalendo a um antecedente, explica-o, enumera-o, resume-o, especifica-o.
Exemplo: Rui Barbosa, o Águia de Haia, foi brasileiro eminente.
Tipos de aposto:
1) Enumerativo: quando a explicação consiste em desdobrar o fundamental representado por um dos pronomes (ou locução) tudo, nada, ninguém, cada um, um e outro, etc., ou por substantivo:
Ex.: Tudo – alegrias, tristezas, preocupações – ficava estampado logo no seu rosto.
Duas coisas o encorajavam, a fé na religião e a confiança em si.
2) Recapitulativo: resume termos que o antecedem. Geralmente expressa-se através de um pronome indefinido:
Ex.: Dinheiro, amor, conforto, nada seduzia aquela mulher.
3) Especificador: É um nome próprio de pessoa ou lugar que restringe o
significado de um nome comum. O substantivo comum que antecede esse aposto deve denotar a espécie a que pertence o ser designado pelo nome próprio.
Ex.: O presidente Vargas cometeu suicídio.
Foram pedir ajuda ao tenente Carvalho.
4) Circunstancial: é o mais frequente dos apostos, aparece geralmente expressando uma circunstância ou comparação.
Ex.: D. João de Castro, vice-rei da índia, empenhou todos os esforços em prol de seu país. (na condição de)
As estrelas, grandes olhos curiosos, espreitavam através da folhagem. (como se fossem)
Nota:
Há um termo que se anexa à oração, com a finalidade de convocar a atenção do receptor para uma melhor recepção da mensagem. Chama-se vocativo.
Exemplo: Brasileiros, pretendo dizer-lhes a verdade.
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PERÍODO COMPOSTO
Chama-se composto o período que apresenta mais de uma oração, isto é, há nele mais de um processo verbal. O período pode se composto por subordinação, por coordenação e misto.
Período composto por coordenação
O período composto por coordenação é formado por orações independentes, isto é, orações que não funcionam como termos de outra. A essas orações damos o nome de orações coordenadas. Elas têm
ligação semântica. Estão ordenadas, organizadas pelo sentido. Colocadas co-ordem (no período)- coordenadas- têm o mesmo valor(não têm principal, todas são iguais.)
As orações coordenadas dividem-se em 2 grupos:
sindéticas: as que apresentam conjunção coordenativa.
assindéticas: as que não apresentam conjunção coordenativa.
As orações coordenadas sindéticas recebem o nome da conjunção coordenativa que as inicia.
Exemplos:
1) Nosso amigo não veio nem telefonou.
or.coord. assindética or. coord. sind. aditiva
2) Nosso time jogou bem, mas não conseguiu vencer.
or.coord. assindética or. coord. sind. adversativa
3) Fique em casa, ou vá para a escola logo.
or.coord. assindética or. coord. sind. alternativa
4) O carro é teu, logo deves cuidar bem dele.
or.coord. assindética or. coord. sind. conclusiva
5) Não façam barulho, que estou estudando.
or.coord. assindética or. coord. sind. explicativa
Período composto por subordinação
Apresenta o que se chama de oração subordinada: aquela que exerce função sintática em relação a outra dita oração principal. As orações subordinadas, dependendo da função sintática que exercem, podem ser:
Substantivas: Mostram-se como “ um pedaço” que falta à oração principal. Iniciadas pelas conjunções integrantes que (nas afirmações certas) e se (nas afirmações incertas).
Não sei se a alma existe; É possível que o homem valha mais.
Têm valor sintático de um substantivo, por isto podem ser:

Subjetivas: Funcionam como sujeito da oração principal.
Exemplos: É bom / vires à aula hoje. Espera-se que haja aula hoje.
Objetivas diretas: Funcionam como objeto direto do verbo da oração principal.
Exemplo: Os alunos sabem /que houve aula.
Objetivas indiretas: Funcionam como objeto indireto do verbo da oração principal.
Exemplo: Necessitamos /de que voltes hoje.
Completivas nominais: Funcionam como complementos nominais, presas por preposição a um nome constituinte da oração principal.
Exemplos: Temos certeza /de que haverá aula hoje.
Nota:
Não há possibilidade de confusão entre as orações objetivas indiretas e as completivas nominais. Estas têm a preposição regida por um nome (substantivo, adjetivo, advérbio), aquelas têm a preposição regida por um verbo.
Predicativas: Funcionam como predicativo do sujeito da oração principal. Sucedem, normalmente, ao verbo de ligação ser, quando o sujeito a ele estiver anteposto.
Exemplo: A miséria é /que existem pobres no mundo.
Nota:
Há grande problema na decisão da oração predicativa, já que se pode confundir com uma subjetiva.
Preferimos achar que o antecedente do verbo ser lhe seja o sujeito; consequentemente, o termo seguinte é predicativo do sujeito.
Apositivas: Funcionam como aposto enumerativo, relativamente à oração principal.
Exemplo: A única verdade é esta: que todos morreremos.
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Adjetivas: Orações caracterizadoras, introduzidas por um pronome relativo — ou por um advérbio relativo: como, onde, quando — através de que fazem referência ao termo antecedente na oração principal. As orações adjetivas evitam a repetição do antecedente na nova oração.
Exemplo:
Não encontramos a mulher. A mulher havia fugido da sala. = Não encontramos a mulher/ que havia fugido da sala.
As orações adjetivas podem ser explicativas — quando dispensáveis ao sentido total do período — ou restritivas — quando indispensáveis à razão do período.
Nota:
O pronome relativo sempre exerce uma função sintática na oração subordinada adjetiva.
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Adverbiais: Exercem a função sintática de adjuntos adverbiais, expressando as seguintes circunstâncias em relação à oração principal:
Causa: Morreu/ porque bebeu veneno. (adverbial causal)
Consequência: Chorou tanto/ que amanheceu com olhos inchados. (adverbial consecutiva)
Condição: Desde que te forme,/ terás bom emprego. (adverbial condicional)
Comparação: Ela é tão exuberante/ quanto a mãe. (adverbial comparativa)
Concessão: Embora esteja apavorada,/mostra-se valente. (adverbial concessiva)
Conformidade: Faça a lição/ conforme lhe ensinei. (adverbial conformativa)
Temporalidade: Mal cheguei a casa,/ ela começou a discussão. (adverbial temporal)
Finalidade: Estamos aqui,/a fim de trabalhar muito. (adverbial final)
Proporcionalidade: O homem progride,/ à medida que estuda. (adverbial proporcional)
Notas:
Embora a NGB não registre, há orações subordinadas:
Substantiva agente da passiva: O relatório foi feito/por quem tem capacidade.
Adverbial locativa: Sempre fico onde posso meditar.
Adverbial modal: Rolou como uma pedra.
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PERÍODO COMPOSTO POR COORDENAÇÃO E SUBORDINAÇÃO
A. Ele chegou, pegou as chaves e saiu. Análise: ele chegou (estrutura completa e independente) pegou as chaves (estrutura completa e independente) e saiu ( estrutura completa e independente).
A estrutura física está completa= corpo- tronco, membros= Sujeito, Predicado e
complementos.
B. Ele disse que viria. “que viria” é o termo da oração “ele disse”. A relação é de dependência sintática (física, estrutural).A relação é de subordinação: principal e subordinada. A principal
“pede” um termo. A subordinada é o termo da principal.
C. Ele disse /que viria /e ficaria por um tempo.
1          2                     3
 2 objeto direto de 1; 3 objeto direto de 1.
Ele disso (isto)= que viria; ele disse (isto) :ficaria um tempo)
As orações 2 e 3 são coordenadas entre si
ORAÇÕES REDUZIDAS
Oração reduzida: a oração que aparecer sem conjunção e em uma das formas nominais do verbo (infinitivo, gerúndio ou particípio) terá a mesma classificação da desenvolvida, que a apresenta conjunção, mais a expressão reduzida de infinitivo, ou reduzida de gerúndio, ou reduzida de particípio.
Ex.: Sendo considerado culpado, foi condenado a dez anos de reclusão.
A oração sendo considerado culpado é a causa da segunda, foi condenado a dez anos de reclusão.
Portanto, ela é uma oração subordinada adverbial causal reduzida de gerúndio (pois nela há um gerúndio e não aparece conjunção alguma, daí ser reduzida).
A oração subordinada adverbial causal desenvolvida correspondente, ou seja, com conjunção, seria:
Foi condenado a dez anos de reclusão, porque foi considerado culpado.

SINTAXE ( REGÊNCIA)
REGÊNCIA
A regência enfoca o relacionamento entre os termos da oração, verificando o nível de dependência entre eles. Chama-se regente o termo que exige complemento e regido o termo complementar.
“ Ninguém assistiu ao formidável enterro...”
termo regente termo regido
“ Necessidade de também ser fera.”
ermo termo regente regido
REGÊNCIA VERBAL
Verbos que requerem uma ligação direta do complemento. São verbos transitivos diretos ou de ligação, que dispensam auxílio de preposição.
Ver filmes. Ler livros. Guiar carros. Ser feliz. Parecer cansado.
Verbos que requerem complemento sempre com preposição. São os verbos transitivos indiretos.
Depender do carro. Incorrer em erro. Aludir a alguém.
Verbos cujo complemento pode variar de preposição, sem alterar o sentido. São também verbos transitivos indiretos.
Contentar-se de ser feliz. 􀃎 Contentar-se com ser feliz.
Investir contra ele. 􀃎 Investir para ele
Verbos cujo sentido varia conforme o complemento (complemento com ou sem preposição).
Aspirar ao cargo.􀃎Desejar o cargo./Aspirar o pó. 􀃎Sugar o pó (v. transitivo direto).
Assistir ao jogo.􀃎 Ver o jogo./Assistir o doente. 􀃎Cuidar do doente (v. transitivo indireto).
Casos especiais de regência verbal
Verbos que têm o significado alterado conforme a mudança de regência.

1- Aspirar
É transitivo direto quando significa “inspirar, sugar, sorver.”
Não há saída, em São Paulo aspiramos uma tremenda poluição.
É transitivo indireto (pede a preposição a) quando significa “ ambicionar, desejar, almejar.”
Todos aspiram a uma vida confortável.
Todos aspiram a uma vida confortável.
2 – Assistir
É transitivo indireto (preposição a) quando significa “presenciar, ver”
“ Ninguém assistiu ao formidável enterro de minha última quimera.”
É transitivo indireto ( preposição a ) quando significa “dizer respeito, competir.”
Aos mortais comuns não assiste esse direito. “ (Antônio Callado)
É transitivo direto quando significa “ajudar, prestar assistência.”
“Acaso as guardas assistiram os feridos, os oprimidos, os humilhados?”
É intransitivo (e constrói-se com a preposição em) quando significa “residir.”
“ O réu assiste em Vila Rica, com seus comparsas.” ( Auto da devassa da Inconfidência)
3- Visar
É transitivo direto quando significa “apontar, mirar”
“Visávamos as mais moças, de pele dourada de sol.” (Rubem Braga)
É transitivo direto no sentido de “dar um visto.”
“ Antônio Silvino, em pessoa, visou o documento.” ( José Lins do Rego)
É transitivo indireto no sentido de “ter em vista.”
Visavam ao cargo de presidente.
a) não se recomenda uso de voz passiva com assistir, aspirar e visar como transitivos indiretos
O espetáculo foi assistido por todos. (errado) / Todos assistiram ao espetáculo. (certo)
b) Os verbos aspirar, assistir e visar (assim como outros transitivos indiretos: referir-se,
simpatizar, antipatizar, responder, etc.) não são usados com o s pronomes oblíquos lhe, lhes.
Apesar de transitivos indiretos, só aceitam as formas tônicas a ele, a ela, a eles, a elas
Recomendam o espetáculo os que assistiram a ele.
Os tesouros, todos aspiram a eles.
Não simpatizei com ela.
c) No uso dos verbos aspirar, assistir e visar com pronomes relativos em função de objeto indireto atente-se para a preposição adequada
O filme a que/ ao qual assistimos
Os tesouros a que/ aos quais aspiramos
Os bens a que/ aos quais visamos
A pessoa com quem/ com a qual simpatizo
4 – Chamar
Transitivo indireto ou transitivo direto, indiferentemente, no sentido de considerar, denominar, cognominar, apelidar, tachar.
Chamei-o palhaço. Chamei-lhe palhaço.
Em qualquer caso podemos usar a preposição de.
Chamei-o de palhaço. Chamei-lhe de palhaço.
É transitivo direto quando significa “convocar.”
“O velho cacique chamou os meninos.” (Gonçalves Dias)
Admite duas construções quando significa”
a) com objeto direto + predicativo do objeto com ou sem a preposição de
A mãe chamou o filho de teimoso./ A mãe chamou-o teimoso.
b) com objeto indireto (preposição a ) + predicativo do objeto (com ou sem preposição de)
O juiz chamou ao jogador de indisciplinado.
O juiz chamou-lhe indisciplinado.
5- Custar
É transitivo indireto (preposição a) quando significa “ser difícil, ser custoso.”
Custava à moça acreditar no sorteio de seu nome.
Custava-nos (=a nós) visualizar o erro.
É também transitivo indireto quando significa “demorar”
O carro dele custou a funcionar.
É bastante erudito o uso do verbo custar + pronome oblíquo em estruturas com oração reduzida de infinitivo.
Custava-me crer nisso; Custa-me crer que é o silêncio puro.
Custou-lhe muito não poder comparecer à ópera.” (Machado de Assis)
Obs.: Embora apresente sujeito oracional, tal verbo costuma aparecer com preposição explicativa
“a”. Custava-me a crer nisso.
6 – Proceder
É intransitivo no sentido de “ter procedência, ter fundamento.”
Nenhum de seus argumentos procediam.
É intransitivo e rege a preposição de antes do adjunto adverbial, no sentido de “originar-se de.”
As maçãs procederam da Argentina.
É transitivo indireto (preposição a) no sentido de “dar início”
A banca procedeu à arguição.
7- Querer
É transitivo direto no sentido de “desejar.”
O bando queria os bens da casa.
É transitivo indireto ( preposição a) no sentido de “estimar, gostar”.
Ela lhe quer muito bem./ Quero ao meu país.
8- Precisar
É transitivo indireto no sentido de “ter necessidade.”
As laranjas precisam de mais tempo para amadurecer.
É sempre transitivo direto no sentido de “marcar com precisão.”
Ninguém sabia precisar as causas do acidente.
9- Implicar:
TD = acarretar
Toda ação implica uma reação igual e contrária.
Esse gesto implicou a sua demissão da firma.
TI, mas sempre pronominal = envolver-se, (implicar-se em).
Desde cedo o rapaz implicou-se em tráfico de drogas.
TI= ter implicância(implicar com)
O velho implicava com todo mundo.
Juçara implicou comigo.
10- NAMORAR: TRANSITIVO DIRETO, SEMPRE TD.
Ainda não namorei Selma, mas um dia vou namorá-la.
Você está namorando alguém?
11- Obedecer e desobedecer:
Transitivo Indireto, sempre Transitivo Indireto (obedecer a)
Aqui todos obedecem ao regulamento.
Aqui ninguém desobedece ao regulamento.
Bons filhos obedecem aos pais.
Bons filhos nunca desobedecem aos pais.
Quando o complemento é coisa, não aceitam lhe, lhes, mas a ele, a ela, a eles, a elas.
O regulamento é esse, e todos obedecem a ele.
Mas sendo transitivos indiretos, admitem o emprego na voz passiva.
O regulamento é obedecido por todos.

O regulamento não é desobedecido por ninguém
Verbos com mais de uma regência e significado idêntico
1- Esquecer/ lembrar
São transitivos diretos quando não-pronominais e transitivos indiretos (preposição de) quando pronominais
Ela esqueceu os acontecimentos recentes.
transitivo direto objeto direto
verbo não-pronominal
Ela se esqueceu dos acontecimentos recentes.
transitivo indireto objeto indireto
verbo pronominal
a) Esqueci seu nome. Verbo transitivo direto
VTD obj. direto
Lembrei seu aniversário. Verbo transitivo direto
VTD obj direto
b) Eu me esqueci do aviso. Verbo transitivo indireto
VTI obj indireto
Lembrei-me do seu nome.
VTI Obj indireto
Observação: Quando o verbo é pronominal, o pronome é parte integrante do verbo.
2 – Informar
Admite duas construções:
Coloca-se a pessoa como objeto direto e a coisa como objeto indireto.
Informou os atletas de sua tática.
   objeto       objeto
   direto        indireto
Coloca-se a pessoa como objeto indireto (com a preposição a) e a coisa como objeto direto.
Informou aos atletas sua tática.
    Objeto       objeto
               indireto      direto
Admitem a mesma regência de informar os verbos avisar, certificar, cientificar, comunicar,noticiar, notificar.
3-Necessitar
É usado como transitivo direto e como transitivo indireto (preposição de) quando tem o sentido de ter necessidade, carecer.”
Necessito algumas amostras.
       objeto direto
Necessito de algumas amostras
objeto indireto
4- Pagar/perdoar
São transitivos diretos (portanto, podem ser passivizados) quando o objeto direto referir-se a coisa.
Não pagamos as prestações.
objeto direto (nome de coisa)
Perdoaram a dívida.
Objeto direto
São transitivos indiretos (preposição a) quando o objeto referir-se a pessoa. Não admitem voz passiva.
Ninguém pagou ao garçom.
objeto indireto
Perdoaram ao devedor.
objeto indireto
Também podem ser transitivos diretos e indiretos. (OD coisa + OI pessoa)
Pagaram a conta ao garçom.
Perdoaram a dívida ao devedor.
Verbos usados popularmente em desacordo com a norma culta
1- Preferir
É transitivo direto e indireto, podendo estar em construções do seguinte tipo:
Com objeto direto.
Preferíamos o carro branco.
objeto direto
Com objeto direto e objeto indireto.
Preferíamos o carro branco ao carro preto.
objeto direto   objeto indireto
Não são abonados os seguintes usos populares do verbo preferir.
Preferíamos mais o carro dela do que o dele. ( Correção: Preferíamos o carro dela ao dele.)
Preferíamos antes ficar em casa do que ir ao cinema. (Correção: Preferíamos ficar em casa a ir ao cinema.)
2 –Simpatizar
É transitivo indireto e não-pronominal.
Eu simpatizei com todos na festa.
Objeto indireto
Não se recomenda o uso pronominal do verbo simpatizar
Eu me simpatizo com você. (Correção: eu simpatizo com você.)
Preste atenção à regência dos seguintes verbos:
1- São transitivos diretos: abraçar, acudir, adorar, ajudar, amar, compreender, convidar, cumprimentar, entender, estimar,estimular, julgar, namorar, ouvir, prejudicar, ver, visitar.
2- São transitivos indiretos: agradar, caber, convir, desobedecer, obedecer, pertencer.
Com pronomes relativos, é preciso que o pronome obedeça à regência do verbo do qual é complemento.
A preposição ocorre ou não antes do pronome, conforme a regência do verbo.
Estas são as pessoas que amo.
em que acredito
com que concordo
de que discordo
de que gosto
IMPORTANTE
A norma culta exige que os verbos e expressões que dão idéia de movimento sejam usados com a preposição a:
Cheguei a Salvador e fui ao hotel.
Dirigi-me à farmácia mais próxima.
Dei um pulo ao supermercado para comprar açúcar.
Com um frio deste ninguém sai à rua.
Voltei a casa desanimado.
As crianças subiram às árvores, aos postes, aos muros, a todos os lugares.
Na língua cotidiana se veem usados com a preposição em, constituindo tal prática um brasileirismo não de todo condenável. ( Saconni- Nossa Gramática Teoria e Prática)
REGÊNCIA NOMINAL
Como os verbos, alguns nomes (substantivo, adjetivo, advérbio) podem apresentar mais de uma regência.
Estava ansioso para ouvi-lo.
Estava ansioso por ouvi-lo.
Estava ansioso de ouvi-lo.
Segue uma lista de substantivos e adjetivos com as respectivas regências.
acessível a difícil de medo a, de
acostumado a, com digno de misericordioso com
adaptado a entendido em para com
afável a , com, para com equivalente a natural de

aflito com, por erudito em
necessário a
agradável a escasso de negligente em
alheio a, de essencial para nocivo a
alienado de estranho a ojeriza a por, contra
alusão a fácil de paralelo a
amante de falha de, em parco em, de
ambicioso de falta de passível de
analogia com, entre favorável a perito em
análogo a fiel a permissivo a
ansioso de, para, por firme em perpendicular a
apto a, para generoso com pertinaz em
atento a, em grato a possível de
aversão a, para, por hábil em possuído de
ávido de, por habituado a posterior a
benefício a horror a preferível a
capaz de idêntico a prejudicial a
certo de hostil a prestes a, para
compatível com imbuído em , de propenso a, para
compreensível a impossível de propício a
comum a impróprio para próximo a, de
constante de, em imune a, de relacionado com
constituído de, por, com incompatível com residente em
contemporâneo a, de inconsequente com responsável por
contíguo a indeciso em rico de, em
contrário a independente de, em seguro de, em
cuidadoso com indiferente a semelhante a
curioso de, a indigno de sensível a
desatento a inepto para sito em , entre
descontente com inerente a suspeito de, a
desejoso de inexorável a transversal a
desfavorável a leal a útil a, para
devoto a, de lento em versado em
diferente de liberal com vizinho a, de, com

CONCORDÂNCIA NOMINAL
É a concordância do nome com o substantivo.
Estudaremos particularmente a concordância do adjetivo, que se diz nome, a exemplo do pronome, do advérbio e do próprio substantivo.
CASOS PRINCIPAIS
1
Quando modifica dois ou mais substantivos, o adjetivo pode concordar com a totalidade dos substantivos (é a concordância lógica ou gramatical) ou pode concordar com o substantivo mais próximo (é a concordância atrativa). Ex.:
Concordâncias lógicas Concordâncias atrativas
moto e carro moto e carro USADO
motos e carro motos e carro
moto e carros moto e carros USADOS
motos e carros USADOS motos e carros
carro e moto carro e moto
carro e motos carros e moto USADA
carros e moto carro e motos
carros e motos carros e motos USADAS
abacate e mamão manga e laranja
mamãe e abacate laranja e manga
abacates e mamão mangas e laranja MADURA
mamão e abacates USADOS laranjas e manga
mamões e abacate laranja e mangas
mamões e abacates laranjas e mangas MADURAS
abacates e mamões mangas e laranjas
Observações:
1) Se o adjetivo vem antes dos substantivos, a concordância se faz com o mais próximo. Ex.: velhas revistas e jornal, velho jornal e revistas; querido professor e colegas, queridos colegas e professor; caro professor e equipe.
É ainda obrigatória a concordância com o substantivo mais próximo quando o sentido exige ou quando os substantivos são ou podem ser considerados sinônimos. Ex.: relógio e mamão saboroso, ideia e pensamento fixo, vida e tempo perdido.
2) Se os substantivos forem antônimos, a concordância gramatical é obrigatória. Ex.: Era capaz de um mesmo instante jurar amor e ódio eternos.
3) O adjetivo anteposto ao substantivo aceita a concordância gramatical se os substantivos exprimirem nomes próprios ou de parentesco. Ex.: Os esforçados Luís e Manuel: queridos pai e mãe, caros mãe e pai.
4) Substantivos em gradação sinonímica exigem a concordância atrativa. Ex.: Todos notaram a sua aversão, o seu pavor, a sua ojeriza corajosa pelo governador.

5) Uma série de substantivos no singular e o último no plural exigem a mesma
concordância atrativa. Ex.: Encontramos no México vinho, café, camisa, jornal e revistas brasileiras.
2
Os adjetivos compostos só têm o último elemento variável. Ex.: olhos verde-claros, acordos afro luso-brasileiros.
O composto indicativo de cor não varia se um de seus elementos é substantivo. Ex.: olhos azul-turquesa, camisas vermelho-vinho.
Se a cor é indicada apenas pelo substantivo, este, da mesma forma, não sofre variação. Ex.: olhos turquesa, camisas vinho.
Azul-marinho, azul-celeste e furta-cor não variam; camisas azul-marinho, meias azul-celeste, saias furta-cor. Surdo-mudo faz no plural surdos-mudos, como já vimos em Plural dos substantivos compostos.
3
Os adjetivos predicativos exigem, de preferência, a concordância lógica, em qualquer circunstância.
Ex.:
O rapaz e as garotas estavam tristonhos.
As garotas e o rapaz estavam tristonhos.
Estavam tristonhos o rapaz e as garotas.
Estavam tristonhos as garotas e o rapaz.
Estavam tristonhos a garota e o rapaz.
Conserve sempre limpos as mãos e os pés.
Conserve sempre limpos os pés e as mãos.
Conserve sempre limpos a mão e o pé.
Conserve sempre limpos o pé e a mão.
Conserve sempre limpos as mãos e o pé.
Conserve sempre limpos a mão e os pés.
Observação:
O adjetivo predicativo pode não variar quando for nome abstrato ou substantivo de uma só forma genérica. Ex.:
As espinhas ou acnes são um enigma para a medicina. (Enigma é substantivo abstrato).
Esses rios são o esgoto da cidade. (Esgoto é substantivo de uma só forma genérica, já que não existe a esgota.)
Outros exemplos:
Os traficantes são o alvo principal da polícia.
As crianças são a esperança de uma nação.
Essas questões eram o ponto chave do debate.
Amizades sinceras são um tesouro na vida.
Fotografias sem nitidez, fora de foco ou tremidas são o drama de qualquer fotógrafo, amador ou profissional.
Para uns, os elogios são incentivo; para outros, adulação.
4
Variam normalmente: mesmo, próprio, só, extra, junto, quite, leso, obrigado, anexo, incluso, nenhum. Ex.:
A mulher mesma acusou o marido.
Elas vivem acusando-se a si mesmas.
A mulher própria acusou o marido.
Elas vivem acusando-se a si próprias.
As crianças ficaram sós (= sozinhas).
Os operários fizeram horas extras.
As moças chegaram juntas.
Estou quite com o Banco. Vocês estão quites?
Crime de leso-patriotismo e de lesa-pátria.
A moça se despediu com um obrigada.
Segue anexa a foto. Seguem anexas as fotos.
Já está inclusa nas despesas a taxa do lixo.
Não somos nenhuns bobocas.
Observações:
1) Mesmo não varia quando equivale a realmente, de fato. Ex.: A mulher acusou mesmo o marido?
2) não varia quando equivale a somente. Ex.: As crianças comeram feijão.
3) Junto não varia quando faz parte de locução prepositiva (junto a, junto com, junto de). Ex.: Elas
estão junto do pai, ficam junto ao muro, junto com a mãe.
Às vezes, só se usa junto, sem a preposição expressa, mas se nota facilmente que foi omissa. Ex.:
A mãe e o pai desembarcaram; junto chegaram os filhos. (= junto com eles chegaram os filhos).
4) Embora muito vulgarizada, convém não fazer uso da locução em anexo, criada pelos que sentem insegurança no emprego do adjetivo anexo.
5) O pronome nenhum, quando proposto, não varia. Nesse caso, portanto, só é usado acompanhando nome singular. Ex.: Não tenho dinheiro nenhum. Não votarei em candidato nenhum.
5
Não variam quando advérbios: caro, barato, bastante, meio. Ex.:
A gasolina custa caro. A gasolina não custa barato.
Trabalhamos bastante. Ela está meio nervosa.
Quando adjetivos, variam normalmente. Ex.:
A gasolina está cara. A gasolina não está barata.
Saem daqui bastantes pessoas ao meio-dia e meia.
Comprar bastantes laranjas e meias melancias.
Observação:
Todo, em função adverbial, pode sofrer concordância atrativa, mas a concordância gramatical é própria da norma culta. Ex.:
As crianças chegaram todo molhadas. (normal culta)
As crianças chegaram todas molhadas. (língua cotidiana)
Ela ficou todo nua. (normal culta)
Ela ficou toda nua. (língua cotidiana)
6
Não variam em hipótese nenhuma, na normal culta: cassete, bomba, padrão, fantasma,
relâmpago, pirata, monstro, surpresa, menos, alerta, salvo, tirante, exceto, a olhos vistos, pseudo, de modo que, de maneira que, de forma que, de sorte que. Ex.: fitas cassete, gravadores cassete; revelações bomba, testemunhas bomba; escolas padrão, firmas fantasma, vitória relâmpago, ataques relâmpago; fitas pirata, edições pirata; passeatas monstro, pesquisas monstro; festas
surpresa, comícios surpresa; menos ruas; estão alerta; salvo (ou tirante ou exceto) as crianças, todos ali fumam; a dívida cresce a olhos vistos; pseudo-irregularidades; estar bem de saúde, de modo que (ou de maneira que ou de sorte que) pode viajar.
7
Não variam os adjetivos adverbializados, isto é, os adjetivos que se usam no lugar de advérbios.
Ex.:
Elas falam alto, mas dançam gostoso.
Eles gostavam de falar difícil; nós, fácil.
Transcrevi errado as notícias.

Geralmente equivalem, como se vê, a um advérbio em -mente. Eis alguns
dos principais adjetivos adverbializados:
Alto – (exemplo visto acima)                Doce – Essas moças cantam doce.
Áspero – Elas responderam áspero.      Duro – As mães agem duro com os filhos.
Baixo – Rezem baixo.                          Errado – Transcrevi errado a frase.
Barato – Chuchus custam barato.        Escondido – Ela fazia tudo escondido.
Bonito – Vocês falaram bonito.           Fácil – Vocês gastam fácil.
Caro – A gasolina custa caro.             Falso – As meninas juraram falso.
Certo – Ela somou certo a conta.         Feio – Vocês dormem feio.
Claro – Falaremos claro.                     Fino – Vocês falam fino.
Confuso – Elas escrevem confuso. Forte – As mães batiam forte nos filhos.
Demasiado – Ela fala demasiado. Fraco – Jogamos fraco as bolas.
Diferente – Todos aqui amam diferente. Frio – Nossas filhas suavam frio.
Difícil – Vocês falam difícil! Fundo – Tais fatos me calaram fundo.
Direito – Faça as coisas direito. Gostoso – Elas riem gostoso.
Direto – Elas vieram direto para cá. Grosso – Os garotos falaram grosso.
Disparado – Elas venceram disparado. Igual – Amamos igual a todo o mundo.
Leve – Eles tocam-lhe leve o rosto. Rápido – Vistam-se rápido!
Ligeiro – Andem ligeiro, meninos! Raro – Eles raro vêm aqui.
Liso – Ela gosta de dançar liso. Seco – Elas responderam seco.
Macio – As garotas aqui andam macio. Sério – As moças falavam sério.
Mole – Os pais falavam mole com os filhos. Suave – Eles assobiam suave.
Pesado – Eles emprestam pesado.
Convém lembrar que todos esses nomes, quando usados em função predicativa, variam:
Quero deixar bem claras duas coisas:...
As crianças acharam difíceis as provas.
Os cavalos brasileiros saíram disparados, assim que deu o sinal de partida.
As pessoas entravam iguais e saíam diferentes.
Os diretores saíram sérios da reunião.
8
As expressões é preciso, é necessário, é bom etc. ficam invariáveis se acompanhadas de
substantivos que exprimem idéia genérica, indeterminada. Ex.:
É preciso muita paciência para lidar com crianças.
É necessário folga semanal remunerada.
Água é bom para matar a sede.
Maçã é ótimo para os dentes.
É proibido entrada de pessoas estranhas.
Não é permitido presença de estranhos aqui.
Havendo determinação do substantivo, o adjetivo com ele concorda:
Esta água é boa para matar a sede.
A maçã argentina é ótima para a vista.
É proibido a entrada de pessoas estranhas.
Não é permitida a presença de estranhos aqui.
É precisa sua presença aqui.
É necessária nossa participação ativa nessa reivindicação.
São precisos milhões de anos-luz para uma visita a outras galáxias.
Não serão necessários estes exercícios para aprender a lição.
Observação:
A idéia de indeterminação do substantivo permanece quando se usa pronome indefinido. Observe o primeiro exemplo: É preciso MUITA paciência para lidar com crianças.
9
Os particípios de orações reduzidas concordam normalmente com o sujeito; só não variam quando fazem parte de tempo composto da voz ativa; na voz passiva o particípio varia normalmente. Ex.:
Feita a denúncia, regressamos a casa.
Dada a ordem, tratou-se de cumpri-la.

Dados os últimos retoques, partimos.
Elas tinham feito a denúncia; eles haviam dado a ordem.
Foi inaugurada, na manhã de ontem, nova creche no bairro.
10
Possível não varia se fizer parte de uma expressão superlativa com o elemento o no singular (o mais, o menos, o pior, o melhor etc.) ou se estiver acompanhando quanto. Ex.:
Vi mulheres o mais elegantes possível.
Comprei máquinas o melhor possível.
Traga cervejas tão geladas quanto possível.
Observação:
Nesse caso não é aconselhável fazer variar o artigo, já que a expressão adverbial é constituída com o: o mais possível.
11
Dois ou mais adjetivos podem modificar um mesmo substantivo. Nesse caso, é possível apenas uma concordância, estando o substantivo no plural:
as polícias civil e militar os setores público e privado
as bandeiras brasileira e inglesa os níveis federal, estadual e municipal
Se, porém, repetirmos o artigo antes do outro adjetivo, ou dos outros adjetivos, será possível ainda esta concordância, com o substantivo no singular:
a polícia civil e a militar
a bandeira brasileira e a inglesa
o setor público e o privado
o nível federal, o estadual e o municipal.
A terceira concordância, com o substantivo no singular e a não-repetição do artigo, que muitos advogam como correta, não é aconselhável, em virtude do duplo sentido que enseja:
a polícia civil e militar
a bandeira brasileira e inglesa
o setor público e privado
o nível federal, estadual e municipal
Não há polícia no mundo que seja civil e militar, nem muito menos bandeira brasileira e inglesa.
Observe, agora, as concordâncias possíveis quando se trata de numerais ordinais + substantivo:
a primeira e a segunda série (ou séries)
a primeira e segunda séries
Isto é: havendo repetição do elemento determinante (no caso, a), qualquer concordância é possível;
não havendo tal repetição, o plural é obrigatório.
Note: o artigo, no segundo exemplo, não varia: a (e não as) primeira e segunda séries. Outros
exemplos:
o primeiro e o segundo grau (ou graus)
o primeiro e segundo graus (e não: os primeiro e segundo graus)
O plural é obrigatório se o substantivo vem antes dos numerais. Ex.:
as séries primeira e segunda, os graus primeiro e segundo.
Observação:
Tem se reprovado alhures o uso do substantivo no plural, acompanhado de dois ou mais adjetivos no singular, alegando-se que não é o substantivo que modifica o adjetivo, mas o contrário.
O que ocorre, porém, não é exatamente isso, mas sim o fato de dois ou mais adjetivos modificarem um mesmo substantivo. Assim, não há razão para reprovar concordâncias tais. Outros exemplos:
Paga-se a dívida em médio e longo prazos.
O assunto foi ventilado nos níveis estadual e federal.
Mísseis nucleares de longo e curto alcances.
OUTROS CASOS
I) As expressões um e outro e nem um nem outro exigem o substantivo posposto no singular, mas o adjetivo no plural. Ex.:
Conheço um e outro rapaz argentino; trata-se de bons rapazes.
Não conheço nem uma nem outra marca novas de uísque.
II) Se os substantivos estão ligados por ou, o adjetivo concorda com o substantivo mais próximo ou, então, vai ao plural. Ex.:
Só é permitido o uso de caneta ou lápis vermelho (ou vermelhos).
Só é permitido o uso de lápis ou caneta vermelha (ou vermelhos).
III) As expressões formadas de adjetivo + de variam normalmente. Exemplos:
Coitados dos professores brasileiros! Ganham miséria!
Felizes dos banqueiros! Ganham fábulas!
IV) O pronome demonstrativo o é invariável quando funciona como vicário, ou seja, quando substitui outro nome, expressão ou frase; equivale a isso. Ex.:
A moça é educada, e eu também o sou. (= sou isso.)
Ifigênia era bonita ao natural; a irmã procurava sê-lo ao espelho (= Ser isso.)
Se sabes de tudo e não o confessas, estás errado. (= Confessas isso.)
V) A presença da preposição de entre uma palavra de valor substantivo e um adjetivo permite que este fique absolutamente invariável. Ex.:
Vocês não me trouxeram nenhuma coisa de bom?
Marisa não tem nada de bobo e muito menos de ingênuo.
Essas crianças não têm nada de puro.
Não havendo a preposição de, a concordância será normal. Ex.:
Vocês não me trouxeram nenhuma coisa boa?
VI) A expressão um e outro, quando se refere a substantivos já enunciados, varia em número apenas, ou em gênero e número, referindo-se um sempre ao último substantivo. Ex.:
Tratamos de exportações e mercado, fala-se muito hoje de um e outros (ou um e outras).
Compramos cadeiras e mesa novas: não lhes vou dizer o preço de um e outros (ou uma e outras).
Se a referência for a pessoas de sexos diferentes, exprimindo reciprocidade ou não, ficará
absolutamente invariável tal expressão ou semelhante. Ex.:
Adão e Eva pecaram e, depois, um e outro caíram nos pés do Senhor.
Luís e irmã reconciliaram-se, depois, um com o outro.
A garota e o rapaz caminhavam juntos e, de vez em quando, dirigiam-se um ao outro.
Luís e Teresa, chegaram; um com frio, outro com calor.
VII) Qualquer pronome que se refira a dois ou mais substantivos de gêneros diferentes, vai ao masculino plural. Ex.:
Homens e mulheres, cumprimentaste-os sem distinção.
Conheci garotas e rapazes, com os quais simpatizei bastante.
VIII) O substantivo candidatos rege, de preferência, nome no singular. Ex.:
Há muitos candidatos a vereador.
Havia inúmeros candidatos a deputado.
Nesse caso, é a idéia de cargo ou função que predomina. Ao se verificar promoção nos quadros do Exército, os oficiais são promovidos a capitão, a major, a coronel, a general, e não a capitães, a majores etc., com predomínio da idéia de patente.
Assim, é legítimo construir-se:
A Drª Branca Gonçalves assumiu o cargo de desembargador no Tribunal de Justiça.
Ana Paula de Sousa é o meu diretor adjunto.
IX) As locuções não variam em hipótese nenhuma. Usamos: pagamento em dia (e não em dias), camisas sob medida, vendas a prazo, qualidade por inteiro, avisos por escrito etc.
X) Quando se usam dois ou mais nomes sinônimos, de gêneros diferentes, a concordância se faz com o primeiro nome. Ex.:
A casa ou lar do animal foi devastada.
O lar ou casa do animal foi devastado.
O lastro ou âncora cambial é necessário, porque, em economia com inflação crônica, o processo de formação de expectativas geralmente é contaminado por componente psicológico.
O adjetivo ou particípio concorda, no entanto, com o último elemento, quando está diretamente ligado ao substantivo. Ex.:
O sangramento ou hemorragia nasal causada...; o corte ou construção feita em ângulo reto...
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CONCORDÂNCIA VERBAL: COM SUJEITO SIMPLES; COM SUJEITO COMPOSTO.
CONCORDÂNCIA DE SER E PARECER. CONCORDÂNCIA IRREGULAR OU
FIGURADA.
CONCORDÂNCIA VERBAL
COM SUJEITO SIMPLES
Concordância verbal é a concordância do verbo com o sujeito. Ex.:
A casa ruiu. Existe pessoa feliz.
As casas ruíram. Existem pessoas felizes.
CASOS GERAIS
I)                   O verbo concorda com o sujeito em número e pessoa.
Ex.:
O cigarro é um mal.
 Sujeito
A poluição acarreta danos à saúde.
O cigarro deve ser evitado; a poluição pode ser eliminada.
Falta um minuto para as três horas.
Faltam dois minutos para as três horas
Basta você como minha companhia
Bastam alguns minutos de guerra, e o mundo se acaba.
Deu uma hora ou deram doze horas?
Deu doze horas o relógio da sala.
No despertador deram treze horas.
Soam dezoito horas neste instante.
Soa dezoito horas o relógio da matriz.
Soam dezoito horas no relógio da matriz
Daqui há pouco baterão cinco horas.
Daqui há pouco baterá cinco horas esse relógio.
II) Os verbos que não podem ter sujeito, chamados impessoais, são usados sempre na 3ª pessoa do singular. Ex.:
Chove bastante. Venta muito.
Faz invernos rigorosos no Sul do Brasil.
Como havia muitas pessoas na fila, houve brigas e discussões.
Se vierem acompanhados de auxiliar, este fica, ainda, na 3ª pessoa do singular. Ex.:
Deve chover bastante. Pode ventar muito.
Está fazendo invernos rigorosos no Sul do Brasil.
Como deve haver muitas pessoas na fila, pode haver brigas e discussões.
Observação:
Alguns verbos rigorosamente impessoais são, no mais das vezes, usados em sentido figurado; nesse caso, sofrem variação normal. Ex.:
Chovem asneiras nas provas de Português.
Trovejavam de raiva os chefes de seção.
III) Verbo transitivo direto + SE + sujeito paciente = o verbo concorda normalmente com o sujeito. Ex.:

Aluga-se automóvel e vendem-se bicicletas.
Aqui não se cometem equívocos nem se praticam malabarismos.
Observações:
1) Se o verbo transitivo direto é acompanhado de verbo auxiliar, só este varia. Ex.:
DEVEM se procurar outras soluções: não se PODEM dar aulas particulares por preço tão vil.
2) Verbos transitivos direitos e indiretos também podem ter sujeito paciente. Ex.:
Aqui não se dão aulas a estrangeiros.
3) Verbo apenas transitivo indireto, como não pode ter sujeito paciente, fica sempre invariável. Ex.:
objeto indireto
Precisa-se de empregados.

objeto indireto
Os rapazes chegaram; trata-se de estudantes.
IV) Nome coletivo no singular deixa o verbo no singular, mesmo que venha seguido de nome no plural. Ex.:
O pessoal ainda não chegou; a turma não gostou disso.
Um bando de cafajestes depredou a casa.
Uma série de irregularidades aconteceu ali.
Observações:
1) Um milhão, um bilhão, um trilhão etc. exigem o verbo no singular, como nomes coletivos que são.
Ex.:
Um milhão de reais foi gasto à toa nessa obra.
Um bilhão de pessoas vive na China.
Usada a conjunção, seguida de número determinado e inteiro, contudo, o verbo vai ao plural. Ex.:
Um milhão e quinhentos mil reais foram gastos à toa nessa obra.
Mais de um bilhão e cem mil pessoas vivem na China.
Se a conjunção não é seguida de número determinado e inteiro, temos:
Um milhão e meio de reais foi gasto à toa nessa obra.
Mais de um bilhão e pouco de pessoas vive na China.
Muitos usam o verbo no plural com milhão, bilhão, trilhão etc. levando em consideração a ideia de que tais nomes representam, sem atentarem para o número em que se encontram (singular). Um nome coletivo apenas dá ideia de pluralidade, sem necessariamente estar no plural. Ex.:
O exército alemão é brioso. A fauna brasileira é riquíssima.
Tonelada, também nome coletivo, exige verbo no singular:
Uma tonelada de grãos foi perdida.
Uma tonelada de caixas de manga foi exportada.
Se no sujeito aparece a conjunção e, não seguida de número determinado e inteiro, o verbo
continua no singular:
Uma tonelada e meia de grãos foi perdida.
Uma tonelada e pouco de grãos foi perdida.
Se os números são determinados e inteiros, porém, o verbo no plural é obrigatório:
Uma tonelada e duzentos quilos de grãos foram perdidos.
Uma tonelada e cem quilos de papel estão estragados.
2) Quando um coletivo seguido de nome no plural antecede o pronome relativo que, faculta-se a concordância (com o coletivo ou com o nome). Ex.:
O diretor fez referência à série de irregularidades que aconteceu (ou aconteceram) ali.
Foi um bando de cafajestes que depredou (ou depredaram) a casa.
Ninguém sabia dar resposta a uma série de perguntas que foi feita (ou foram feitas).
V) O verbo viver, nas orações optativas, deve concordar normalmente com o sujeito, que nesse caso aparece posposto. Ex.:
Viva a noiva! Vivam os noivos! Viva eu! Vivamos nós! Vivam todos!
VI) Nomes que terminam em s exigem o verbo no plural somente se estiverem acompanhados de determinante no plural; caso contrário, o verbo fica no singular. Ex.:
Santos fica em São Paulo; Campos é cidade fluminense.
O Amazonas deságua no oceano Atlântico.
Itens nunca recebeu acento gráfico.
Meus óculos desapareceram.

Os Estados Unidos terão novo presidente este ano.
Observação:
Nomes de obras artísticas, quando acompanhados de determinante no plural, devem deixar o verbo no singular:
“Os imigrantes” foi uma boa telenovela.
“Os cafajestes” está esgotado há muito tempo.
“Os mansos” continua em cartaz nos cinemas da cidade.
Existe, porém, a prática de usar o plural, mormente quando se trata de obra literária e clássica:
“Os lusíadas” são de Camões.
“Os três mosqueteiros” foram escritos por Alexandre Dumas.
“Os sertões” engrandeceram a literatura brasileira.
Ainda assim, melhor será o uso do singular, considerando todos esses casos como de plural
aparente, a fim de evitar pequenas polêmicas. Dionélio Machado, por exemplo, tem uma obra que se intitula
“Os ratos”. Adotada a prática de uso do verbo no plural, seremos obrigados a construir:
“Os ratos” contribuíram bastante na literatura brasileira moderna.
“Os ratos” estão em que parte da biblioteca?
“Os ratos” são muito agradáveis, levei-os à praia e me deliciei com eles.
Todos conviremos em que não fica bem.
VII) Coletivos partitivos (a maioria de, grande parte de, bom número de, metade de etc.), seguidos de nome no plural, deixam o verbo no singular (concordando com eles), ou vão ao plural (concordando com o nome
posposto a eles). Ex.:
A maioria dos homens pagou/pagaram ingresso.
Metade dos turistas já retornou/retornaram a seus países.
A maior parte dos homens ficou molhada/ficaram molhados.
Grande número de mulheres ficou molhado/ficaram molhadas.
VIII) Números percentuais e fracionários exigem a concordância normal. Ex.:
suj.
Trinta por cento da cidade estão inundados.
suj.
Um terço da cidade está inundada, dois terços estão sob as águas...
Os percentuais também admitem a concordância irregular ou figurada, isto é, a concordância com o nome que se lhes segue. Ex.:
Trinta por cento da cidade está inundado.
Sessenta por cento das mulheres ficaram feridas.
Se o número percentual vem determinado por artigo ou por pronome adjetivo, faz-se com eles a concordância. Ex.:
Os 30% da produção serão exportados.
Esses 2% do lucro já me bastam.
Atente-se para estas concordâncias, com números inteiros e fracionários:
O 1,36kg de presunto que comprei estava estragado.
Meu 1,99kg de queijo desapareceu da geladeira.
Os 36kg de presunto que comprei estavam estragados.
Meus 99kg de queijo desapareceram da geladeira.
Seu 1,90m não lhe permitia tanta agilidade.
Seus 90cm não impunham respeito a ninguém.
IX) O pronome que não interfere na concordância; o pronome quem, porém, exige o verbo na 3ª pessoa do singular. Ex.:
Sou eu que faço tudo aqui, mas são eles que ganham dinheiro.
Sou eu quem faz tudo aqui, mas são eles quem ganha dinheiro.
Observação:
Na língua cotidiana, o pronome quem não interfere na concordância. Ex.:
Sou eu quem faço tudo aqui, mas são eles quem ganham dinheiro.
Tal concordância deve ser evitada. Se invertermos a ordem dos termos da oração, teremos apenas uma concordância:
Quem faz tudo aqui sou eu, mas quem ganha dinheiro são eles.
Não se vê, mesmo na língua cotidiana, esta concordância absurda:
Quem faço tudo aqui sou eu, mas quem ganham dinheiro são eles.
X) Quando concorrem dois pronomes, o verbo concorda com o segundo pronome, se ambos estão no plural, mas concordará com o primeiro pronome, se possuírem distintos. Ex.:
Ambos os pronomes no plural
Quais de nós estaremos vivos amanhã?
Alguns de vós sabereis de toda a verdade.
Pronomes de números distintos
Qual de nós estará vivo amanhã?
Cada um de vós saberá de toda a verdade.
XI) Todos os pronomes de tratamento são da 3ª pessoa; portanto exigem o verbo nessa pessoa. Ex.:
V. Exª acordou cedo hoje!
V. M. fique despreocupado, que nada lhe acontecerá.
XII) Um + substantivo + que exigem o verbo na 3ª pessoa do singular, a exemplo de o primeiro que, o
último que, o único que. Ex.:
Sou um homem que acredita em Deus.
Sempre fui uma pessoa que cumpriu o seu dever.
Sou o último que chega e o primeiro que fala.
Fui o único que manteve a calma.
XIII) O verbo concorda com o numeral que acompanha expressões tais como mais de, menos de, cerca
de, perto de etc. Ex.:
Mais de um aluno passou.
Menos de duas pessoas entraram no cinema.
Cerca de cem passageiros morreram no acidente.
Observações:
1) Mais de um exige o plural quando o verbo exprime reciprocidade de ação ou, então, quando se lhe segue um coletivo com nome no plural. Ex.:
Mais de um jogador se cumprimentaram após o jogo.
Mais de uma pessoa se abraçaram emocionadas.
Mais de um bilhão de pessoas no mundo não sabem ler.
Mais de um cardume de piranhas nos atacaram.
2) Quando a tais expressões se segue um número percentual, a concordância com este é obrigatória. Ex.:
Mais de 1% da população foi perdido.
Menos de 80% da produção foram perdidos.
XIV) A expressão um dos que exige, no português contemporâneo, o verbo OBRIGATORIAMENTE NO PLURAL. Ex.:
Manuel é um dos que mais reclamam, mas um dos que menos ajudam.
Serei eu um dos que votarão na oposição, porque sou um dos que não aceitam este estado de coisas.
Observe que a expressão de sentido contrário, nenhum dos que ou nem um dos que, não aceita o verbo no singular. Ex.:
Nenhum dos que se elegeram é político experiente.
Nem uma das que me escreveram recebeu resposta.
Em hipótese nenhuma, em nenhum estádio da língua se construiu:
Nenhum dos que se elegeu é político experiente.
Nem uma das que me escreveu recebeu resposta.
Isso é solecismo puro, como o é “eles foi” ou “sou um dos que vive no Rio de Janeiro”.
Observação:
O uso do verbo no singular com a expressão pura e simples um dos que – reiteramos – é, na língua moderna, absolutamente inaceitável. Os exemplos clássicos existentes pertencem, no mais das vezes, ao quinhentismo, época em que o português, tenro de existência, não havia ainda firmado regras de uso de
modo definitivo; segui-los, hoje, é enveredar por caminhos estreitos, que só levam ao solecismo.
Quando a expressão um dos que vem entremeada de substantivo, o verbo pode:
a) ficar no singular obrigatoriamente. Ex.:
O Tietê é um dos rios paulistas que atravessa o Estado de São Paulo.
Nesse caso, o uso do singular é de rigor, porque o verbo se refere a um só ser, e não a mais
do que um: dos rios paulistas, o Tietê é um que atravessa o Estado de São Paulo; aliás, o único, já que não existe outro que o faça. Outro exemplo:
O Sol é um dos astros que luz e calor à Terra.
Também aqui só cabe o uso do verbo no singular, porque a referência verbal se faz a um só ser: dos astros, o Sol é um (o único) que dá luz e calor à Terra; nenhum outro astro o faz.
b) ir ao plural
O Tietê é um dos rios paulistas que estão poluídos.
Aí cabe o uso do plural, porque a referência verbal se faz a dois ou mais seres, e não apenas a um; dos rios paulistas que estão poluídos, o Tietê é um deles, não o único. Outro exemplo:

O Sol é um dos astros que possuem luz própria.
Há outros astros que possuem luz própria, e não apenas o Sol; daí o uso do verbo no plural.
c) ficar no singular, ou ir ao plural, dependendo do sentido que se queira dar à frase. Ex.:
Luísa foi uma das mulheres que mais me amou/amaram.
O verbo ficará no singular se, das mulheres, Luísa foi uma que mais me amou; se, porém, das
mulheres que mais me amaram, Luísa foi apenas uma, o verbo irá ao plural. Este é um caso, como se vê, opinativo. Outro exemplo:
Zico foi um dos maiores craques que existiu no mundo.
Essa é uma frase típica de torcedor apaixonado. Aquele que não se deixa levar pela paixão constrói:
Zico foi um dos maiores craques que existiram no mundo.
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COM SUJEITO COMPOSTO
I) Verbo depois do sujeito = plural; verbo antes do sujeito = concordância com o elemento mais próximo.
Ex.:
A gasolina e o álcool sobem hoje.
Sobe hoje a gasolina e o álcool.
O motorista e todos os passageiros morreram.
Morreu o motorista e todos os passageiros.
Morreram todos os passageiros e o motorista.
O verbo anteposto ao sujeito só vai obrigatoriamente ao plural quando exprime reciprocidade de ação. Ex.:
Brigaram Ifigênia e Hortênsia.
Cumprimentaram-se o professor e o aluno.
Longe está, porém, de constituir incorreção o uso do plural, quando não for esse o caso. Assim, podemos ainda construir:
Sobem hoje a gasolina e o álcool.
Morreram o motorista e todos os passageiros.
A concordância com o elemento mais próximo, contudo, ocorre até mesmo em texto bíblico:
Passará o céu e a terra, mas minhas palavras ficarão”.
Observações:
1) Quando o sujeito é representado por números que identificam as horas, a concordância se faz normalmente:
Uma hora e um quatro foram gastos no trabalho.
Uma hora e vinte minutos serão gastos no trabalho.
Uma hora e meia estão sendo perdidas inutilmente.
Exatamente duas horas e dois minutos foram cronometrados desde a sua saída até a chegada.
Se o verbo usado é de ligação, a concordância é outra, visto que o verbo aparece, por via de regra, antes do numeral. Ex.:
É uma hora e um quarto.
Era uma hora e vinte minutos.
Será só um minuto e meio.
Veja o que afirmamos em Concordância do verbo ser.
2) Fica no singular o verbo, ainda, quando o sujeito composto é constituído de orações. Ex.:

É preciso que eu vá e que você fique.
Era necessário que ela me amasse e que eu antes a encontrasse...
II) Sujeito formado de pessoas gramaticais diferentes = o verbo concorda com a pessoa que tem primazia (a primeira tem primazia sobre as demais, e a segunda prevalece sobre a terceira). Ex.:
Eu e ela chorávamos muito; tu e ele ríeis à beça.
Chorávamos eu e ela; ríeis à beça tu e ele.
Chorava eu e ela; rias à beça tu e ele.
Observação:
Como a segunda pessoa do plural é de uso muito restrito na língua contemporânea, prefere-se o emprego da terceira quando concorre a segunda com a terceira. Ex.: Tu e ele riam à beça.
III) Aparecem entre os sujeitos as palavras como, menos, inclusive, exceto ou as expressões bem como, assim como, tanto quanto ou equivalentes = o verbo concorda com o primeiro elemento. Ex.:
Vocês, como eu, gostam de praia.
Todos, menos tu, aplaudiram.
Este contrato, inclusive as despesas a ele atinentes, corre por conta do proprietário do imóvel.
A vida, bem como a matéria e a energia, sempre existiu.
Juçara e o marido, assim como nós, vivem uma fase difícil.
A música, tanto quanto a matemática e a química, conseguiu superar as barreiras culturais e lingüísticas entre os povos.
IV) Um e outro, nem um nem outro, nem...nem = verbo no singular ou no plural, indiferentemente. Ex.:
Veja a indiferença com que um e outro ouve/ouvem o discurso.
Os dois alunos foram avisados, mas nem um nem outro compareceu/compareceram à escola.
Nem eu nem Izabel sabe/sabemos o motivo da demissão.
Nem Izabel nem eu sei/sabemos da demissão.
Observação:
Em orações como Um e um são dois, Dois e dois são quatro, Corinthians e Palmeiras
terminou em 0 a 0, o sujeito é composto só aparentemente, porque não se pode atribuir o predicado a um só núcleo do sujeito, mas a ambos ao mesmo tempo, os quais formam um todo uno e indivisível; portanto
o sujeito é único. Estão no mesmo caso as orações que têm como núcleos do sujeito infinitivos que forma um todo. Ex.: “Crer em Jesus Cristo e viver como pagão é grande absurdo” (Padre Vieira).
O absurdo resulta da contradição entre os dois atos, não sendo possível atribuir a um só núcleo aquilo que se declara no predicado; há, também aí, somente um sujeito.
Está no mesmo caso esta frase tipicamente esportiva: Dois contra um é falta.
V) Os sujeitos apresentam gradação de idéias = verbo no singular. Ex.:
Um prefeito, um governador, um presidente, precisa de no mínimo cinco anos de mandato para Poder realizar uma boa administração.
VI) Os sujeitos são sinônimos ou tomados por sinônimos = verbo no singular. Ex.:
O rancor e o ódio não conduz a boa coisa.
A coragem e o destemor fez dele um herói.
VII) Infinitivos antônimos ou determinados = verbo no plural. Ex.:
Discordar e apoiar são próprios da democracia.
O andar e o nadar fazem bem à saúde.
Observação:
Se os infinitivos não são antônimos, ou se não vêm determinados, o verbo fica no singular. Ex.:
Ensinar e aconselhar é de sábios.
Andar a nadar faz bem à saúde.
Sujar a roupa de giz e passar noites corrigindo provas nunca desanimou os professores.

Ser esposa, cuidar do marido, dos filhos, da casa e ainda trabalhar fora
deixa as mães sobrecarregadas e exaustas.
VIII) Um pronome indefinido resume todos os sujeitos anteriores = verbo no singular. Ex.:
Vaias, protestos, risadas, ironias, palavrões, nada abalava o ânimo do ministro.
O burro, o asno e o preguiçoso, sem pancadas, nenhum se mexe.
Honrarias, glória, elogios, notoriedade, fama, cada um deles é apenas um eco, uma sombra, um sonho, uma flor que qualquer vento leva e qualquer chuva danifica.
Observação:
No singular ainda fica o verbo quando, depois do pronome indefinido, aparece a expressão e muito mais ou equivalente. Ex.: Solidão, angústia, tristeza, tudo isso e muito mais o afligia.
IX) Vários sujeitos têm como adjunto o pronome cada ou nenhum = verbo no singular. Ex.:
Cada diretor, cada professor, cada aluno, naquela escola, fazia o que bem entendia.
Nenhum político, nenhum cidadão, nenhum ser humano, faria isso.
X) Sujeitos ligados por não só...mas também, tanto...como ou equivalentes = verbo no plural. Ex.:
Não só a mãe, mas também a filha precisam de ajuda.
Tanto a mãe como a filha choravam.
XI) Sujeitos ligados pela preposição com = verbo no plural. Ex.:
A mãe com a filha estiveram no baile.
Ela com as amigas saíram a passeio.
Observação:
Desejando se dar ênfase ao primeiro sujeito, quer por sua importância natural, quer por deliberação própria do autor da frase, o verbo com ele concorda. Ex.:
O rei com os guarda-costas esteve no baile.
O ministro com seus assessores chegou de automóvel.
Nesse caso teríamos, de fato:
O rei esteve no baile com os guarda-costas.
O ministro chegou de automóvel com seus assessores.
Eis outro caso, em que se usa o verbo no singular:
O frango com polenta fez a fama desse restaurante.
O café com leite da sua casa é melhor que o da minha.
XII) Entre os sujeitos aparece a conjunção ou = o verbo fica no singular se há idéia de exclusão ou de sinonímia. Ex.:
Luís ou Manuel casará com Teresa.
A Fonêmica ou Fonologia estuda os fonemas de uma língua.
Se o sujeito for constituído de pessoas gramaticais diferentes, o verbo concordará com a pessoa mais próxima. Ex.:
Eu ou ele casará com Teresa.
Ele ou eu casarei com Teresa.
Diz-se o mesmo de nem...nem. Ex.:
Nem Luís nem Manuel casará com Teresa.
Nem ele nem eu casarei com Teresa.
Nem eu nem ele casará com Teresa.
Observações:
1) A conjunção ou exige o verbo no singular:
a) se aparecer ligando adjetivos, com valor de aditivo, após um sujeito simples. Ex.:
O policial, civil ou militar, deverá prestar exames médicos anuais. (= O policial civil e militar, ...)
b) quando aparece junto de vice-versa. Ex.:
A troca, na escrita, do i pelo e, ou vice-versa, é comum.

Às vezes se usa e vice-versa no lugar de ou vice-versa, o que não altera a concordância. Ex.:A
troca, na escrita, do i pelo e, e vice-versa, é comum.
2) A conjunção ou exige o verbo no plural:
a) se não há idéia de exclusão. Ex.: Luís ou Manuel chegarão a qualquer momento.
b) se há antonímia. Ex.: O amor ou o ódio exagerados não levam a boa coisa.
c) se a conjunção tem valor corretivo. Ex.: O ladrão ou os ladrões saíram pela porta dos fundos.
XIII) Um ou outro faz parte do sujeito = verbo no singular. Ex.:
Um ou outro acidente acontecia neste local.
Uma ou outra pessoa comparecia às festas ali realizadas.
XIV) Quando dois ou mais adjuntos modificam um único núcleo, o verbo, naturalmente, fica no singular, concordando com o núcleo único. Ex.:
A imagem de Nosso Senhor do Bonfim e de Nossa Senhora da Conceição saiu para a procissão na hora marcada.
O preço dos combustíveis e dos alimentos aumentou.
A vida dos pais e dos filhos continua inalterada.
Se, porém, houver dois ou mais núcleos, representados por substantivo e pronome(s), o verbo vai ao plural. Ex.:
A imagem de Nosso Senhor do Bonfim e a de Nossa Senhora da Conceição saíram para a procissão na hora marcada. O preço dos combustíveis e o dos alimentos aumentaram.
A vida dos pais e a dos filhos continuam inalteradas.
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CONCORDÂNCIA IRREGULAR OU FIGURADA
Concordância irregular ou figurada é a que se faz com a idéia subentendida, e não com o que está escrito na frase:
Esse tipo de concordância recebe o nome de silepse, de que há três tipos: de gênero, de número e de pessoa.
SILEPSE DE GÊNERO
Dá-se nestes principais casos:
a) Com os nomes de cidades, ruas, avenidas, rodovias etc. Ex.:
Ribeirão Preto é muito desorganizada no trânsito.
Passei pela Teodoro Sampaio para chegar à Dr. Arnaldo. (Rua e Avenida)
A Trabalhadores será prolongada. (Rodovia)
b) Com as fórmulas de tratamento em geral. Ex.:
V. Sª é bom e justo, mas não é honesto.
V. Exª está enganado.
c) Com os pronomes indefinidos ou com palavra ou expressão de idéia indefinida. Ex.:
Alguém está nervosa, por acaso? Ninguém está nervosa.
A gente ficou convencido das suas boas intenções.
Uma pessoa carregava uns pacotes, e a polícia o deteve.
d) Com o substantivo tomado em sentido genérico, ficando o adjetivo no gênero neutro, representado em português pelo masculino. Ex.:
É preciso muita imaginação para viver no Brasil.
Limonada é ótimo para matar a sede.
e) Com um pronome, em referência a substantivo sobrecomum. Ex.:
Quem me atendeu foi aquele caixa, mas não sei o nome dela.
Era uma criança inteligente; com ele todos aprendiam algo.
f) Com os artigos o e um, quando usados com nome feminino aplicado a pessoa do sexo masculino. Ex.:
O camisa dez da seleção brasileira era, nesse tempo, Pelé.

Seu marido, Ifigênia, é um banana.
SILEPSE DE NÚMERO
Dá-se nestes três casos:
a) Com os pronomes nós e vós substituindo eu e tu. Ex.:
Estamos muito motivado para esse trabalho.
Vós serás bem recompensado por isso.
b) Com o coletivo no singular, porém, com o verbo no plural, a concordar com a idéia de plural contida no coletivo. Ex.:
O eleitorado não suportava mais aquela situação de miséria em que vivia, por isso estavam
ansiosos para a chegada da eleição.
O pessoal de casa estava inquieto desta a mudança de governo; pensavam em mudar-se para o exterior.
A maioria dos homens ficaram resfriados.
c) Com as expressões numéricas, o verbo ser fica no singular por silepse. Ex.:
Alguns segundos de tortura é uma eternidade.
Dois metros é a distância mínima exigida aos repórteres.
Sessenta por cento foi uma boa comissão.
Quinhentos cruzeiros era uma fortuna naquela época.
SILEPSE DE PESSOA
A silepse de pessoa ocorre quando a pessoa que fala ou escreve também participa do processo verbal; daí o verbo necessariamente na primeira pessoa do plural. Ex.:
Os brasileiros somos românticos.
Os três já íamos saindo.
Observações:
1) O nome gente, geralmente de idéia coletiva, favorece muito as silepses. Se não, vejamos
Eles pensam que a gente é bobo. (SG)
Aquela gente não vai ao baile: estão cansados. (SG e SN)
A gente não vai ao baile: estamos cansados. (SG, SN e SP)
A gente não fez isso por mal. Acho que nos interpretaram mal. (SN e SP)
2) Quando se preenchem formulários, ocorre silepse de gênero nos itens estado civil e nacionalidade. O indivíduo do sexo masculino deve escrever no primeiro item: solteiro (ou casado etc.); no segundo item:
brasileiro (ou português etc.). O indivíduo do sexo feminino escreverá: solteira (ou casada etc.),
brasileira (ou portuguesa etc.).

PONTUAÇÃO
Para reproduzir, na linguagem escrita, os inumeráveis recursos da fala, contamos com uma série de sinais
gráficos denominados sinais de pontuação. São eles:
O ponto ( . )
O ponto de interrogação ( ? )
Ponto de exclamação ( ! )
A vírgula ( , )
O ponto- e- vírgula ( ; )
Os dois-pontos ( : )
As aspas ( “ ” )
O travessão ( - )
As reticências ( ... )
Os parênteses ( )
Alguns sinais de pontuação servem, fundamentalmente, para marcar pausas (o ponto, a vírgula, o ponto e
vírgula). Outros têm a função de marcar a melodia, a entonação da fala (o ponto de exclamação, o ponto de
interrogação, etc.).

Não é possível fixar todas as regras para o emprego correto dos sinais de
pontuação, pois, além dos casos em que o uso de determinados sinais é obrigatório, existem também razões
de ordem subjetiva para sua utilização. A seguir, passaremos a expor algumas orientações sobre o assunto.
O PONTO
O ponto é utilizado para encerrar qualquer tipo de período, exceto os terminados por orações interrogativas
diretas ou exclamativas. Indica pausa longa.
Anoitecia. Eu sou estudante. Refiz as contas e não descobri onde errei.
O ponto é também usado para indicar abreviaturas.
Sr., Sr.ª., V.S.ª., Ex. , etc.
O PONTO DE INTERROGAÇÃO
O ponto de interrogação é usado no fim de orações interrogativas diretas. Nunca é colocado no fim de uma oração interrogativa indireta.
Entendeu?
Será que vai chover?
O PONTO DE EXCLAMAÇÃO
O ponto de exclamação é colocado após determinadas palavras, como as interjeições, e no fim orações enunciadas com entonação exclamativa. Denota, entre outras coisas, entusiasmo, alegria, surpresa, espanto
ou ordem.
Olá! Ah! Entendi! Ótimo! Que susto! Mãos ao alto! Não toque em nada!
A VÍRGULA
A vírgula é o sinal que indica uma pausa de curta duração, sem marcar o fim do enunciado. Pode ser empregada para separar termos de uma oração (vírgula no interior da oração) ou para separar orações de período (vírgula entre orações). Seu uso está intimamente ligado à sintaxe do período simples e do período composto.
1. A vírgula no interior da oração
Em português, a ordem normal dos termos na frase é a seguinte:
Sujeito – verbo – complementos do verbo – adjuntos adverbiais.
Se os termos da oração se dispõem nessa ordem, dizemos que ocorre ordem direta (ou ordem lógica)
Muitos alunos estudaram a matéria da prova com afinco
suj. verbo obj.dir. adj. adv.
Se acontece qualquer alteração na sequência lógica dos termos, dizemos que há a ordem indireta.
Com afinco, muitos alunos estudaram a matéria da prova.
Termo deslocado
Quando a oração se dispõe em ordem direta, normalmente não se separam por vírgulas seus termos imediatos. Assim não se usa vírgula entre o sujeito e o predicado, entre o verbo e seu complemento.
Muitos imigrantes europeus chegaram ao Brasil naquele ano.
sujeito predicado
Todos os alunos a apresentaram a redação ao professor.
Verbo complemento
A áspera resposta ao candidato deixou-o magoado.
adj. núcleo compl.
adnom. nominal
A vírgula será utilizada no interior da oração, porém, nas situações descritas a seguir.
1.1 Intercalações
Os termos que se intercalam na ordem direta, quebrando a sequência natural da fase, devem vir isolados por vírgulas. Assim, separam-se?

O aposto intercalado.
Misha, símbolo das Olimpíadas, é um ursinho simpático.
aposto
expressões de caráter explicativo ou corretivo.
A sua atitude, isto é, o seu comportamento na aula merece elogios.
expressão explicativa
Não haverá aula amanhã, ou melhor, depois de amanhã.
expressão corretiva
conjunções coordenativas intercaladas.
A sua atitude, no entanto, causou sérios desentendimentos.
conj. Coord.
Havia, porém, um inconveniente sério.
conj. Coord.
adjuntos adverbiais intercalados.
Os candidatos, naquele dia, receberam a imprensa.
Adj. Adv.
Se o adjunto adverbial intercalado for de pequena extensão (um simples advérbio, por exemplo), não se usa a vírgula, uma vez que não houve quebra da seqüência lógica do enunciado.
Os candidatos sempre receberam a imprensa.
Advérbio
Noutros casos, a vírgula é facultativa:
Ex.: João, agora, venceu
João agora venceu
1.2 Termos deslocados
Normalmente, quando é deslocado de seu lugar original na frase, o termo deve vir separado por vírgula.
Assim, separam-se:
O adjunto adverbial anteposto.
Naquele dia, os candidatos receberam a imprensa.
Adj. Adv.
Se o adjunto adverbial anteposto for um simples advérbio, a vírgula é facultativa.
Hoje os candidatos deverão receber os jornalistas credenciados.
Advérbio
O complemento pleonástico antecipado.
Este assunto, já o li em algum lugar.
Compl. Pleonástico
O nome de lugar na indicação de datas:
São Paulo, 28 de dezembro de 1994.
Roma, 14 de fevereiro de 1989.
1.3 Omissão de uma palavra
Normalmente, utiliza-se a vírgula para marcar um palavra ( em geral o verbo) que foi omitida na frase.
“ O meu pai era paulista
Meu avô, pernambucano
O meu bisavô, mineiro
Meu tataravô, baiano” (Chico Buarque)
1.4 Vocativo
Quando utilizado numa oração, o vocativo deve vir separado por uma vírgula.
Meus amigos, a ordem é a base do governo.” (Machado de Assis)
vocativo

Pode-se, em vez de vírgula, marcar o vocativo com um ponto de exclamação a fim de dar ênfase.
“Deus! Ó Deus! Onde estás que não respondes?” (Castro Alves)
1.5 Termos coordenados assindéticos
Os termos coordenados assindéticos, isto é, termos com a mesma função dentro da oração e não-ligados
por conjunção, são separados por vírgulas.
Aquela paisagem nos despertava confiança, tranquilidade, calma.
“Quaresma convalesce longamente, melancolicamente. (Lima Barreto)
Termos coordenados, ligados por e , ou, nem
Observe que, quando os termos coordenados estão ligados pelas conjunções e, ou, nem, não se usa a
vírgula.
Aquela paisagem nos despertava confiança, tranquilidade e calma.
Pedro ou Paulo casará com Heloísa. Não necessitavam de dinheiro nem de auxílio.
Se, no entanto, essas conjunções vieram repetidas para dar ideia de ênfase, a vírgula deve ser utilizada.
E os pais, e os amigos, e os vizinhos magoaram-no. Não caminhava por montanhas, ou florestas, ou
cavernas.
Não estudava Física, nem Química, nem Matemática, nem História.
2) A vírgula entre orações
As orações que compõem um período podem ser separadas por vírgulas ou não, dependendo do tipo de
cada oração. Vejamos, em seguida, como isso se dá em cada caso.
2.1 Orações subordinadas adjetivas explicativas
As orações subordinadas adjetivas explicativas sempre são separadas por vírgula.
O homem, que é um ser racional, vive pouco.
Or. princ. Or. Subord. Adj. Explicativa or. princ.
2.2 Orações subordinadas adjetivas restritivas
As orações subordinadas adjetivas restritivas normalmente não se separam por vírgulas.
Venceu o candidato que tinha melhor aparência.
2.3 Orações subordinadas adverbiais
Orações dessa modalidade, sobretudo quando estiverem antepostas à oração principal, separam-se esta por vírgula.
Quando o cantor entrou no palco, todos aplaudiram.
Or. subord. Adverbial or. Princ.
Entrando o cantor, todos devem aplaudir.
Or. subord. Adverbial or. Princ.
“Matias estava compondo um sermão, quando começou o idílio psíquico.” ( Machado de Assis)
or. principal Or. Subord. Adverbial
Mesmo na ordem direta, convém usar vírgula. Ex.: Irei, se não chover.
2.4 Orações subordinadas substantivas
Orações dessa categoria (com exceção das apositivas) não se separam da principal por vírgula.
Exemplos:
João disse que vai estudar.
Comunico a V. Sª que cheguei realmente atrasado.

As orações iniciadas pela conjunção integrante que são objetivas diretas, ou seja, completam o sentido do verbo, logo não há vírgula.
Que se estude é necessário.
A oração em negrito é subjetiva, logo não há vírgula.
Ponto e vírgula
O ponto e vírgula é um sinal de pontuação usado para indicar uma pausa maior que a vírgula.
Emprega-se o ponto e vírgula:
para separar as partes de um período.
Ex.: “Os olhos negros e inquietos pareciam garotos travessos em hora de recreio; os braços gesticulavam a
cada palavra; o corpo torcia-se pelos bancos e pelas carteiras da sala, com a agilidade de um peixinho de jardim por entre as plantas de um tanque. ( VIRIATO CORRÊA)
para separar os itens de uma lei, um decreto, de uma sequência...
Ex.: “A história da ortografia portuguesa pode dividir-se em três períodos:
a – o fonético, que coincide com a fase arcaica da Língua, vai até o século XVI;
b – o pseudoetimológico, inaugurado no Renascimento, estende-se até os primeiros anos do século XX;
c –o histórico-científico, que se inicia com a adoção da chamada ‘nova ortografia’, começa em 1911.”
Dois pontos
Os dois pontos indicam uma acentuada suspensão da voz na frase.
Empregam-se os dois pontos :
para apresentar uma citação :
Ex.: “De repente, o menino levanta a cabeça e pergunta :
- Papai, que é plebiscito? “ (ARTHUR AZEVEDO)
para fazer uma explicação :
Ex.: “Cristóvão, com voz branda, explica :
- Não são modinhas, papai, são sonetos.”(ÉRICO VERÍSSIMO)
antes de certos apostos : Ex.: Tudo, porém, inutilmente, porque os gigantes haviam calçado as suas botas sete léguas e levavam no coração duas forças terríveis: a ambição e o maravilhoso.” (CASSIANO
RICARDO)
depois de certos verbos declarativos (dizer, perguntar, responder...).
Ex.: “Meu avô disse:
- Aquela cai dentro de vinte minutos.”(LUÍS JARDIM)
Reticências
Reticências são um sinal de pontuação que indica uma pausa no pensamento.
O sinal de reticências é usado para :
indicar supressão de palavras.
Ex.: “Luisinha fez um gesto de quem estava impacientada.
- Pois então eu digo... a senhora não sabe... eu...eu lhe quero... muito bem.”(MANUEL ANTÔNIO DE
ALMEIDA)
indicar interrupção da frase.
Ex.: “Hoje pela manhã ela começou a me dizer alguma coisa – ‘seu Rubem, o cajueirinho...’- mas o telefone tocou, fui atender, e a frase não se completou.”(RUBEM BRAGA)
indicar uma dúvida.
Ex.: “- Eu tenho aqui uma dúvida, que o senhor podia me esclarecer.
- Pois não.
- Eu estava pensando... A Turquia tomou parte na última guerra?
- Parte ativa, propriamente, não.”(FERNANDO SABINO)
indicar ao final de uma frase, que o sentido continua.
Ex.: “Clarissa caminha para a varanda. Abre a gaveta da cristaleira e tira dela um bloco de papel, tinta e caneta. Senta-se junto a uma das mesas. Abre o bloco, molha a pena no tinteiro e, caneta suspensa, olhos no teto, pensa...”(ÉRICO VERÍSSIMO)
Parênteses
Os sinais de parênteses são empregados para destacar palavras ou frases que trazem alguma
explicação.
Os parênteses são usados para:
isolar palavras explicativas.
Ex.: “- Pois te batizo Pitoco, em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo – disse Estêvão, com voz eclesiástica. E todos (menos Celso) dissemos juntos: ‘Amém’. ” (ÉRICO VERÍSSIMO)

destacar datas.
Ex.: “Joaquim Maria Machado de Assis (*1839 = 1908) é considerado um dos maiores escritores brasileiros de todos os tempos.”
isolar frases intercaladas.
Ex.: “Saiu correndo, deu a volta à casa, entrou pelos fundos, voltou depois (tinha dois ou três pingos de água na testa) com duas broas ainda quentes nas mãos.”(RUBEM BRAGA)
Parágrafo
Este sinal gráfico é empregado, em geral, para indicar um item de um texto ou artigo de lei.
Chave ou Chaves
A chave é muito usada para dividir um assunto.
As chaves são muito empregadas em matemática.
Colchetes
Os colchetes são muito empregados na linguagem científica.
Asterisco

O asterisco é muito empregado para chamar a atenção do leitor para alguma nota (observação).


LISTA DE EXERCÍCIOS
1. Leia a informação abaixo e responda:

“A floresta amazônica é a maior floresta tropical do planeta. Sua área é de aproximadamente 5,5 milhões de quilômetros.”
Passe o número decimal do texto para fração irredutível.

2. A ginasta Daiane dos Santos obteve a 5colocação da ginástica artística de solo nas Olimpíadas de Atenas 2004. Daiane conseguiu a nota de 9,375 e a romena Catalina Ponor conquistou a nota 9,75. Qual delas consegui a maior nota?

3. Súlia mede 1,58 m e Darlan mede 1,88 m de altura. Qual deles é mais alto e qual é a diferença entre as duas alturas?

4. Em uma loja está havendo uma promoção de conjunto de lençóis com 100% algodão. O preço era de R$ 98,00 e com o desconto passou a R$ 59,90 à vista. Responda:
a) Qual dos decimais acima pode ser considerado um número natural?
b) Transforme os números decimais em forma de fração.

5. Thiago e Matheus são dois irmãos que se preocupam com o peso e por essa razão eles fazem regularmente atividades físicas. Ao se pesarem constataram que o peso de cada um era de 87,7 kg e87,69 kg. Qual dos dois está pesando mais?

6. Qual o resultado de cada operação?

a) 0,917 + 2,79                       I) 2,318
b) 2,7 – 1,82                           II) 0,88
c) 5,14 – 2,822                       III) 3,707

7. Calcule mentalmente e escreva o resultado em seu caderno.

a) 10 × 43,21                           e) 987 : 100
b) 1,45 × 100                           f) 50 607 : 10
c) 1 000 × 65,4                         g) 2 19 : 1 000
d) 10 × 0,0012                         h) 3 210 : 1 000

8. Se x = 2,7 × 8,04 e y = 6,3 × 0,159, determine o valor de:
a) 2x.                    b) 5y.                    c) O triplo de y.                d) x × y
e) x + y                 f) x – y                  g) 2x × 4y


9. Associe, calculando cada expressão.
a) 0,4 × 2 + (1,2 – 0,61)           I) 0,36
b) (0,73 + 0,17) × 0,4              II) 1,39
c) 0,4 + 0,33 : 3                     III) 0,84
d) 1,44 : 12 + 0,72                 IV) 0,51


10. Calcule:
a) 5,4 – 8,122 : 3,1                                    d) 1,3 × (5,75 – 2,05) : 4,81
b) (15,58 + 11,3) : 8,4                               e) (1,75 : 0,25 ) + (0,32 × 11,5)
c) (27,32 – 4,8 × 3,6) : 0,04


11. É correto afirmar que 7,07 e 7,7 representa o mesmo número decimal?  Justifique.

12. Quanto falta ao número 8,101 para obter 9 unidades?

13. Um prédio tem 20 andares. Cada andar tem 3,75 m de altura. Qual é a altura do prédio?

14. Se m = 1,802 e n = 100, então m × n = ________________.

15. Calcule as divisões.
a) 7,44 : 06            b) 1,2 : 0,24           c) 0,072 : 0,09
d) 5,4 : 2,7             e) 2,08 : 0,8           f) 9 : 0,06

16. Um fio de náilon vai ser colocado em rolinhos com 15 m cada um. Se na fábrica há 3 000 m de fio, quantos rolinhos de náilon vão ser feitos?

17. Determine o valor de cada uma das expressões.
a) (0,324 + 1,26) : (2 – 0,8)        b) (16 – 6 x 1,8) : 1,3
c) (7,2 – 1,26) : 0,9                    d) 1,1 + 0,33: 1,1

18. Leia essa situação, arme uma expressão numérica e determine o valor da expressão.
“Milena foi a uma loja de bijuteria com R$ 100 reais comprar alguns presentes. Ela comprou um cordão para dar a sua tia, que custou R$ 22,30 reais, e comprou cinco pares brincos para dar as suas amigas, que custou R$ 13,20 cada par.”


VERBOS

Verbo é a palavra que se flexiona em número, pessoa, modo, tempo e voz.
Pode indicar: ação (correr, pular), estado ou mudança de estado (ser, ficar), fenômeno natural (chover, anoitecer), ocorrência (acontecer, suceder), desejo (querer, aspirar) e outros processos.
Nas orações, o verbo sempre faz parte do predicado;
Estrutura das formas verbais
Há três tipos de morfemas que participam da estrutura das formas verbais:
o radical, a vogal temática e as desinências.
a) radical: é o morfema que concentra a significação básica do verbo:
opin-ar            aprend-er       nutr-ir
amar               beb-er                         part-ir
cant-ar            escond-er        proib-ir
Podem-se antepor prefixos ao radical: des-nutr-ir    re-aprend-er

b) vogal temática: é o morfema que permite a ligação entre o radical e as desinências. Em português, há três vogais temáticas:
-a-, que caracteriza os verbos da primeira conjugação: opin-a-r;   am-a-r; cant-a-r;
-e-, que caracteriza os verbos da segunda conjugação: aprend-e-r; beb-e-r; escond-e-r;
o verbo pôr e seus derivados (supor, depor, repor, compor etc.) pertencem a esta conjugação pois sua vogal temática é –e- (observe, por exemplo, a forma pus-e-ra);
-i-, que caracteriza os verbos da terceira conjugação: nutr-i-r; part-i-r; proib-i-r.
O conjunto formado pelo radical seguido da vogal temática recebe o nome de tema.
c) desinências: são morfemas que se acrescentam ao tema para indicar as flexões do verbo; há desinências número-pessoais e desinências modo-temporais:
opiná-sse-mos
opiná-: tema (radical + vogal temática)
-esse-: desinência modo-temporal (indica o modo – subjuntivo – e o tempo – pretérito imperfeito – em que se encontra o verbo)
-mos-: desinência número-pessoal (indica que o verbo se refere à primeira pessoa do plural)
Nas formas rizotônicas, o acento tônico cai no radical do verbo: opino, aprendam, nutro, por exemplo.
Nas formas arrizotônicas, o acento tônico não cai no radical, mas sim na terminação verbal: opinei, aprenderão, nutriamos.
Flexões verbais
a) número e pessoa: os verbos podem se referir a um único ser ou a mais de um ser; no primeiro caso, encontram-se no singular; no segundo caso, no plural.
Essa indicação de número é acompanhada pela indicação da pessoa gramatical a que o verbo se refere. Observe:
opino é uma forma da primeira pessoa do singular
opinas é uma foram da segunda pessoa do singular
opina é uma forma da terceira pessoa do singular
opinamos é forma da primeira pessoa do plural
opinais é forma da segunda pessoa do plural
opinam é forma da terceira pessoa do plural
Essas indicações de número e pessoa são claramente percebidas quando relacionamos cada forma verbal acima com o pronome pessoal correspondente:
eu opino nós opinamos          tu opinas vós opinais           ele/ela opina eles/elas opinam
No português atual do Brasil, as formas da segunda pessoa “tu” e “vós” têm uso limitado a algumas regiões ou à linguagem litúrgica, surgindo às vezes em textos literários; em seu lugar está difundido o emprego dos pronomes você/vocês, que levam o verbo para a terceira pessoa. ele/ela/você opina eles/elas/vocês opinam
b) tempo e modo: no momento em que se fala ou escreve, o processo verbal pode estar ocorrendo, pode já ter ocorrido ou pode ainda não ter ocorrido.
Essas três possibilidades são expressas pelos três tempos verbais: o presente, o pretérito (que pode ser perfeito, imperfeito ou mais-que perfeito) e o futuro (que pode ser futuro do presente ou futuro do pretérito).
Compare as formas opino, opinei e opinarei para perceber essa distribuição, em três tempos básicos. A indicação de tempo e tá normalmente associada à indicação de modo, ou seja, a expressão da atitude de quem fala ou escreve em relação ao conteúdo do que fala ou escreve.
Quando se considera o que é falado ou escrito uma certeza, utilizam-se as formas do modo indicativo (são exemplos opino, opinei, opinava, opinarei).
As formas do modo subjuntivo indicam que o conteúdo do que se fala ou escreve é tomado como incerto, duvidoso, hipotético (opine, opinasse, por exemplo).
Além disso, o verbo pode exprimir um desejo, uma ordem, um apelo: nesse caso, utilizam-se as formas do modo imperativo (são exemplos opine/não opines).
O esquema a seguir apresenta os modos e tempos verbais da língua portuguesa:
MODO INDICATIVO        MODO SUBJUNTIVO         MODO IMPERATIVO
Presente (opino)                     presente (opine)                         presente afirmativo (opina)
Pretérito perfeito (opinei)       pretérito imperfeito (opinasse)  negativo (não opines)
Imperfeito (opinava)              futuro (opinar)
Mais-que-perfeito (opinara)
Futuro do presente (opinarei)
Futuro do pretérito (opinaria)

Observações:
1. O modo imperativo apresenta um único tempo dividido em duas formas: o imperativo afirmativo e o imperativo negativo. Não se conjuga a primeira pessoa do singular dessas formas.
2. Esse esquema apresenta apenas os chamados tempos simples; além deles, há os tempos compostos.
3. Os verbos possuem, além dos modos e tempos já apresentados, três formas nominais: o infinitivo (pessoal e impessoal), o gerúndio e o particípio.
Essas formas são chamadas nominais porque assumem comportamento de nomes (substantivos, adjetivos e advérbios) em determinados contextos.
c) voz: a voz verbal indica a relação entre o ser a que o verbo se refere e o processo que esse mesmo verbo exprime. Há três situações possíveis:
Voz ativa: o ser a que o verbo se refere é o agente do processo verbal.
Em “O jornalista entrevistou o ministro”, o verbo “entrevistou” está na voz ativa porque “o jornalista” é o agente do processo verbal.
Voz passiva: o ser a que o verbo se refere é o paciente do processo verbal.
Em “O ministro foi afastado do cargo”, o verbo “foi afastado” está na voz passiva porque “o ministro” é o paciente da ação verbal.
Há duas formas de voz passiva em português:
a voz passiva analítica, em que ocorre uma locução verbal formada pelo verbo ser mais o particípio do verbo principal – como em “O ministro foi afastado do cargo”
e a voz passiva sintética, em que se utiliza o pronome se (nesse caso chamado pronome apassivador) ao lado do verbo em terceira pessoa como em “Procuram-se soluções para a crise”.
Voz reflexiva: o ser a que o verbo se refere é, ao mesmo tempo, agente e paciente do processo verbal, pois age sobre si mesmo.
Em “o ministro afastou-se do cargo”, o verbo “afastou-se” está na voz reflexiva, pois “o ministro” é, a um só tempo, agente e paciente: ele afastou a si mesmo do cargo.
Voz recíproca: O ser a que o verbo refere-se é o agente de uma ação, enquanto é paciente de uma ação idêntica. Em “ eles se abraçaram, o sujeito abraça enquanto é abraçado.
Conjugações
Conjugar um verbo é, em termos gramaticais, dispor organizadamente todas as formas que pode assumir ao ser flexionado. Isso implica a exposição dos diversos tempos e modos de acordo com uma ordem convencionada.
É possível dividir os verbos de nossa língua em três grupos de flexões afins, as chamadas
Conjugações, identificadas respectivamente pelas vogais temáticas -a-, -e- e -i-. Para cada uma dessas conjugações, há um modelo – o paradigma – que indica as formas a serem assumidas pelas flexões verbais.
De acordo com a relação que estabelecem com esses paradigmas, os verbos podem ser classificados em:
a) regulares: obedecem precisamente ao paradigma da respectiva conjugação.
b) irregulares: não seguem o paradigma da respectiva conjugação:
Apresentam irregularidades no radical ou nas desinências.
Os verbos ser e ir, por apresentarem profundas alterações nos radicais em sua conjugação, são chamados verbos anômalos.
c) defectivos: não são conjugados em determinadas pessoas, tempos ou modos.
d) abundantes: apresentam mais de uma forma para determinada flexão.
Há em português, verbos que participam da conjugação de outros, formando os chamados tempos compostos e as locuções verbais. Esses verbos são chamados auxiliares; os quatro mais usados nessa função são ser, estar, ter e haver.
O verbo cuja significação predomina num tempo composto ou locução verbal é chamado verbo principal. Nos tempos compostos e locuções verbais,
o verbo principal surge numa de suas formas nominais.
Paradigmas dos verbos regulares
Apresenta-se a seguir, os paradigmas dos verbos regulares das três conjugações.
Para conjugar qualquer verbo regular, basta substituir o radical do verbo usado como exemplo pelo radical do verbo pretendido, pois a vogal temática e as desinências não se alteram.
Modo indicativo
Tempo: Presente

 1ª conjugação                                    2ª conjugação                   3ª conjugação
    OPINAR                                        APRENDER                      NUTRIR
      opino                                                aprendo                             nutro
      opinas                                               aprendes                            nutres
      opina                                                aprende                              nutre
      opinamos                                          aprendemos                       nutrimos
      opinais                                              aprendeis                           nutris
      opinam                                              aprendem                          nutrem
Pretérito imperfeito

      opinava                                             aprendia                            nutria
      opinavas                                            aprendias                          nutrias
      opinava                                             aprendia                            nutria
      opinávamos                                       aprendíamos                     nutríamos
      opináveis                                           aprendíeis                         nutríeis
      opinavam                                           aprendiam                        nutriam

Pretérito perfeito

      opinei                                                aprendi                              nutri
      opinaste                                             aprendeste                        nutriste
      opinou                                               aprendeu                           nutriu
      opinamos                                          aprendemos                       nutrimos
      opinastes                                           aprendestes                       nutristes
      opinaram                                           aprenderam                       nutriram

Pretérito mais-que-perfeito

      opinara                                              aprendera                          nutrira
      opinaras                                             aprenderas                        nutriras
      opinara                                               aprendera                         nutrira
      opináramos                                        aprendêramos                   nutríramos
      opináreis                                            aprendêreis                       nutríreis
      opinaram                                           aprenderam                       nutriram

Futuro do presente
      opinarei                                            aprendereis                        nutrirei
      opinarás                                            aprenderás                         nutrirás
      opinará                                             aprenderá                           nutrirá
      opinaremos                                      aprenderemos                     nutriremos
      opinareis                                          aprendereis                         nutrireis
      opinarão                                           aprenderão                          nutrirão

Futuro do pretérito
      opinaria                                            aprenderia                          nutriria
      opinarias                                           aprenderias                        nutririas
      opinaria                                             aprenderia                         nutriria
      opinaríamos                                      aprenderíamos                   nutriríamos
      opinaríeis                                          aprenderíeis                       nutriríeis
      opinariam                                          aprenderiam                      nutririam

Modo subjuntivo Presente
opine                                                  aprenda                                          nutra
opines                                                aprendas                                         nutras
opine                                                  aprenda                                          nutra
opinemos                                           aprendamos                                    nutramos
opineis                                               aprendais                                        nutrais
opinem                                              aprendam                                        nutram
Pretérito imperfeito
opinasse                                            aprendesse                                      nutrisse
opinasses                                           aprendesses                                    nutrisses
opinasse                                            aprendesse                                      nutrisse
opinássemos                                     aprendêssemos                                nutríssemos
opinásseis                                         aprendêsseis                                    nutrísseis
opinassem                                         aprendessem                                   nutrissem


Futuro
opinar                                                aprender                                          nutrir
opinares                                             aprenderes                                      nutrires
opinar                                                aprender                                          nutrir
opinarmos                                         aprendermos                                    nutrirmos
opinardes                                           aprenderdes                                     nutrirdes
opinarem                                           aprenderem                                      nutrirem

Modo imperativo Afirmativo
opina tu                                              aprende tu                                          nutre tu
opine você                                          aprenda você                                      nutra você
opinemos nós                                     aprendamos nós                                 nutramos nós
opinai vós                                           aprendei vós                                       nutri vós
opinem vocês                                     aprendam vocês                                 nutram vocês

Modo imperativo Negativo

não opines tu                                      não aprendas tu                      não nutras tu
não opine você                                   não aprenda você                   não nutra você
não opinemos nós                              não aprendamos nós               não nutramos nós
não opineis vós                                  não aprendais vós                   não nutrais vós
não opinem vocês                              não aprendam vocês               não nutram vocês
Formas nominais
Infinitivo impessoal
opinar                                                 aprender                                             nutrir
Infinitivo pessoal
opinar                                                 aprender                                             nutrir
opinares                                              aprenderes                                          nutrires
opinar                                                 aprender                                             nutrir
opinarmos                                          aprendermos                                      nutrirmos
opinardes                                           aprenderdes                                       nutrirdes
opinarem                                            aprenderem                                        nutrirem

Gerúndio
opinando                                            aprendendo                                        nutrindo
Particípio
opinado                                              aprendido                                            nutrido




Tempos compostos
Modo indicativo
Pretérito perfeito
tenho/hei                     opinado,          aprendido,      nutrido
tens/hás                       opinado,          aprendido,      nutrido
tem/há                         opinado,          aprendido,      nutrido
temos/havemos           opinado,          aprendido,      nutrido
tendes/haveis              opinado,          aprendido,      nutrido
têm/hão                       opinado,          aprendido,      nutrido
Pretérito mais-que-perfeito
tinha/havia                  opinado,          aprendido,      nutrido
tinhas/havias               opinado,          aprendido,      nutrido
tinha/havia                  opinado,          aprendido,      nutrido
tínhamos/havíamos     opinado,          aprendido,      nutrido
tínheis/havíeis             opinado,          aprendido,      nutrido
tinham/haviam            opinado,          aprendido,      nutrido
Futuro do presente
terei/haverei                opinado,          aprendido,      nutrido
terás/haverás               opinado,          aprendido,      nutrido
terá/haverá                  opinado,          aprendido,      nutrido
teremos/haveremos     opinado,          aprendido,      nutrido
tereis/havereis             opinado,          aprendido,      nutrido
terão/haverão              opinado,          aprendido,      nutrido
Futuro do pretérito
teria/haveria                opinado,          aprendido,      nutrido
terias/haverias             opinado,          aprendido,      nutrido
teria/haveria                opinado,          aprendido,      nutrido
teríamos/haveríamos   opinado,          aprendido,      nutrido
teríeis/haveríeis           opinado,          aprendido,      nutrido
teriam/haveriam          opinado,          aprendido,      nutrido
Modo subjuntivo
Pretérito perfeito
tenha/haja                   opinado,          aprendido,      nutrido
tenhas/hajas                opinado,          aprendido,      nutrido
tenha/haja                   opinado,          aprendido,      nutrido
tenhamos/hajamos      opinado,          aprendido,      nutrido
tenhais/hajais              opinado,          aprendido,      nutrido
tenham/hajam             opinado,          aprendido,      nutrido
Pretérito mais-que-perfeito
tivesse/houvesse                     opinado,          aprendido,      nutrido
tivesses/houvesses                  opinado,          aprendido,      nutrido
tivesse/houvesse                     opinado,          aprendido,      nutrido
tivéssemos/houvéssemos        opinado,          aprendido,      nutrido
tivésseis/houvésseis                opinado,          aprendido,      nutrido
tivessem/houvessem               opinado,          aprendido,      nutrido
Futuro
tiver/houver                opinado,          aprendido,      nutrido
tiveres/houveres          opinado,          aprendido,      nutrido
tiver/houver                opinado,          aprendido,      nutrido
tivermos/houvermos   opinado,          aprendido,      nutrido
tiverdes/houverdes     opinado,          aprendido,      nutrido
tiverem/houverem       opinado,          aprendido,      nutrido
Formas nominais
Infinitivo impessoal (pretérito)
ter/haver          opinado,          aprendido,      nutrido
Infinitivo pessoal (pretérito)
ter/haver                      opinado,          aprendido,      nutrido
teres/haveres               opinado,          aprendido,      nutrido
ter/haver                      opinado,          aprendido,      nutrido
termos/havermos        opinado,          aprendido,      nutrido
terdes/haverdes          opinado,          aprendido,      nutrido
terem/haverem            opinado,          aprendido,      nutrido
Gerúndio (pretérito)
tendo/havendo           opinado,          aprendido,      nutrido
Alguns verbos regulares que merecem destaque:
averiguar
Presente do indicativo          Presente do subjuntivo
averiguo                                 averie
averiguas                                averies
averigua                                 averie
averiguamos                           averigüemos
averiguais                               averigüeis
averiguam                              averiem

Observações:
1) Apresenta acentuação tônica semelhante o verbo apaziguar.

2) Atente na acentuação gráfica dessas formas verbais.
Enxaguar

Presente do indicativo          Presente do subjuntivo
enxáguo                                  enxágüe
enxáguas                                enxágües
enxágua                                  enxágüe
enxaguamos                           enxagüemos
enxaguais                               enxagüeis
enxáguam                               enxágüem
Observações:
1) Apresentam acentuação tônica semelhante os verbos aguar, desaguar e minguar.

2) Atente na acentuação gráfica dessas formas verbais.
Indignar
Presente do indicativo          Presente do subjuntivo
indigno                                   indigne
indignas                                  indignes
indigna                                   indigne
indignamos                            indignemos
indignais                                indigneis
indignam                                indignem

Observações:
1) Esse verbo é mais empregado em sua forma pronominal indignar-se.
2) Apresentam a mesma acentuação tônica os verbos impugnar e dignar-se.

Mobiliar
Presente do indicativo          Presente do subjuntivo
Molio                                   molie
molias                                  molies
molia                                   molie
mobiliamos                             mobiliemos
mobiliais                                 mobilieis
moliam                                moliem
Há também verbos regulares cuja conjugação traz à tona questões ortográficas.
É o caso, por exemplo, do verbo agir: ajo, ages, age, agimos, agis, agem; aja, ajas, aja, ajamos, ajais, ajam. É fácil conjugar esse verbo oralmente; os detalhes surgem no momento de escrevê-lo. É necessário, então, considerar que a letra g representa fonemas diferentes de acordo com as vogais que a seguem, e substituí-la
por j diante de a e o.
As dificuldades surgem, obviamente, nos verbos que apresentam letras que servem para representar mais de um fonema ou naqueles que apresentam fonemas que podem ser representados por mais de uma letra. É o caso dos verbos cujos infinitivos se escrevem com c, ç, g, gu:
marcar: marco, marque, marquei, marcaste.
nascer: nasço, nasça, nasci, nasceste.
atiçar: atiço, atice, aticei, atiçaste.
entregar: entrego, entregue, entreguei, entregaste.
fingir: finjo, finges, fingi, fingiste.
erguer: ergo, ergues, ergui, ergueste.
Merecem destaque extinguir e distinguir: nesses verbos, como em erguer, as letras gu
representam um dígrafo (note que não há trema sobre o u). Ao conjugá-los, obtêm-se as formas extingo, extingues, extingue etc.; distingo, distingues, distingue etc.

VERBOS IRREGULARES, DEFECTIVOS E ABUNDANTES

Introdução

Verbos irregulares
Os verbos irregulares são aqueles que não seguem os paradigmas das conjugações, apresentando variações de forma nos radicais ou nas desinências.
Para que o estudo desses verbos se torne mais fácil e prático, tenha sempre em mente o esquema de formação dos tempos simples, pois as irregularidades dos tempos primitivos normalmente se estendem aos tempos derivados correspondentes.
Por isso, vamos organizar nosso estudo a partir desse esquema de formação dos tempos simples.
Primeira conjugação – Verbos terminados em -ear e –iar.
passear
Presente do Indicativo         Presente do Subjuntivo
passei-o                                  passei-e
passeias                                  passei-es
passeia                                    passei-e
passeamos                              passee-mos
passeais                                  passee-is
passeiam                                 passei-em
Observações:
1) Atente na primeira e segunda pessoas do plural, em que o radical apresenta modificação.
2) Seguem esse modelo os demais verbos terminados em -ear: apear, atear, arrear, bloquear, cear, enlear, folhear, frear, hastear, granjear, lisonjear, recear, semear, titubear etc.
3) Os verbos terminados em -iar são regulares, com exceção de mediar, ansiar, remediar, incendiar, odiar e seus derivados, que seguem o modelo dos verbos terminados em -ear (incluindo a particularidade na primeira e segunda pessoas do plural). Um derivado importante de mediar é intermediar.
intermediar
Presente do Indicativo                     Presente do Subjuntivo
intermedei-o                                      intermedei-e
intermedeias                                      intermedei-es
intermedeia                                       intermedei-e
intermediamos                                   intermediemos
intermediais                                       intermedieis
intermedeiam                                    intermedei-em
Segunda conjugação
crer
Presente do Indicativo                     Presente do Subjuntivo
crei-o                                                 crei-a
crês                                                     crei-as
crê                                                      crei-a
cremos                                                crei-amos
credes                                                crei-ais
crêem                                                 crei-am
Observações:
1) Atente nas formas da segunda e terceira pessoas do plural do presente do indicativo.
2) Segue esse modelo o derivado descrer.
3) O pretérito perfeito do indicativo desse verbo é regular (cri, creste, creu, cremos, crestes, creram).
ler
Presente do Indicativo                     Presente do Subjuntivo
lei-o                                                    lei-a
lês                                                       lei-as
lê                                                        lei-a
lemos                                                  lei-amos
ledes                                                   lei-ais
lêem                                                    lei-am
Observações:
1) Atente nas formas da segunda e terceira pessoas do plural do presente do indicativo.
2) Seguem esse modelo os derivados reler e tresler.
perder
Presente do Indicativo                     Presente do Subjuntivo
perc-o                                                perc-a
perdes                                                  perc-as
perde                                                   perc-a
perdemos                                            perc-amos
perdeis                                                           perc-ais
perdem                                                perc-am
requerer
Presente do Indicativo                     Presente do Subjuntivo
requeir-o                                           requeir-a
requeres                                              requeir-as
requer                                                 requeir-a
requeremos                                         requeir-amos
requereis                                             requeir-ais
requerem                                            requeir-am
Observação:
O pretérito perfeito do indicativo desse verbo é regular (requeri, requereste, requereu, requeremos, requerestes, requereram).
valer
Presente do Indicativo                     Presente do Subjuntivo
valh-o                                                 valh-a
vales                                                    valh-as
vale                                                     valh-a
valemos                                              valh-amos
valeis                                                   valh-ais
valem                                                 valh-am
Observação: Assim se conjuga equivaler.
Terceira conjugação
advertir
Presente do Indicativo                     Presente do Subjuntivo
advirt-o                                              advirt-a
advertes                                               advirt-as
adverte                                                advirt-a
advertimos                                          advirt-amos
advertis                                               advirt-ais
advertem                                             advirt-am
Observação:

Atente para a irregularidade desse verbo: a primeira pessoa do singular do
presente do indicativo apresenta -i- em lugar do -e- do infinitivo. Há muitos outros verbos que apresentam esse mesmo comportamento: aderir, compelir, competir, conferir, despir, digerir, discernir, divergir,      divertir, expelir, ferir, inserir, investir, preferir, referir, repelir, repetir, seguir, sentir, servir, sugerir, vestir são alguns.
agredir
Presente do Indicativo                     Presente do Subjuntivo
agrid-o                                               agrid-a
agrides                                               agrid-as
agride                                                 agrid-a
agredimos                                          agrid-amos
agredis                                               agrid-ais
agridem                                              agrid-am

Observação:
A troca do -e- do infinitivo pelo -i- só não ocorre na primeira e segunda pessoas do plural. Seguem        esse modelo denegrir, prevenir, progredir, regredir, transgredir.
cobrir
Presente do Indicativo                     Presente do Subjuntivo
cubr-o                                                cubr-a
cobres                                                 cubr-as
cobre                                                  cubr-a
cobrimos                                            cubr-amos
cobris                                                 cubr-ais
cobrem                                               cubr-am
Observação:
Seguem esse modelo os derivados descobrir, encobrir, recobrir, além de dormir, engolir e tossir.
pedir
Presente do Indicativo                     Presente do Subjuntivo
peç-o                                                  peç-a
pedes                                                  peç-as
pede                                                   peç-a
pedimos                                             peç-amos
pedis                                                  peç-ais
pedem                                                peç-am
Observação:
Seguem esse modelo despedir, impedir, medir. Ouvir apresenta conjugação semelhante: ouço, ouves, ouve etc.; ouça, ouças, ouça etc.
subir
Presente do Indicativo                     Presente do Subjuntivo
sub-o                                                  sub-a
sobes                                                  sub-as
sobe                                                    sub-a
subimos                                              sub-amos
subis                                                   sub-ais
sobem                                                 sub-am
Observação:
Seguem esse modelo acudir, bulir, consumir, cuspir, entupir, fugir, sacudir, sumir.
polir
Presente do Indicativo                     Presente do Subjuntivo
pul-o                                                  pul-a
VERBOS

Verbo é a palavra que se flexiona em número, pessoa, modo, tempo e voz.
Pode indicar: ação (correr, pular), estado ou mudança de estado (ser, ficar), fenômeno natural (chover, anoitecer), ocorrência (acontecer, suceder), desejo (querer, aspirar) e outros processos.
Nas orações, o verbo sempre faz parte do predicado;
Estrutura das formas verbais
Há três tipos de morfemas que participam da estrutura das formas verbais:
o radical, a vogal temática e as desinências.
a) radical: é o morfema que concentra a significação básica do verbo:
opin-ar            aprend-er       nutr-ir
amar               beb-er                         part-ir
cant-ar            escond-er        proib-ir
Podem-se antepor prefixos ao radical: des-nutr-ir    re-aprend-er

b) vogal temática: é o morfema que permite a ligação entre o radical e as desinências. Em português, há três vogais temáticas:
-a-, que caracteriza os verbos da primeira conjugação: opin-a-r;   am-a-r; cant-a-r;
-e-, que caracteriza os verbos da segunda conjugação: aprend-e-r; beb-e-r; escond-e-r;
o verbo pôr e seus derivados (supor, depor, repor, compor etc.) pertencem a esta conjugação pois sua vogal temática é –e- (observe, por exemplo, a forma pus-e-ra);
-i-, que caracteriza os verbos da terceira conjugação: nutr-i-r; part-i-r; proib-i-r.
O conjunto formado pelo radical seguido da vogal temática recebe o nome de tema.
c) desinências: são morfemas que se acrescentam ao tema para indicar as flexões do verbo; há desinências número-pessoais e desinências modo-temporais:
opiná-sse-mos
opiná-: tema (radical + vogal temática)
-esse-: desinência modo-temporal (indica o modo – subjuntivo – e o tempo – pretérito imperfeito – em que se encontra o verbo)
-mos-: desinência número-pessoal (indica que o verbo se refere à primeira pessoa do plural)
Nas formas rizotônicas, o acento tônico cai no radical do verbo: opino, aprendam, nutro, por exemplo.
Nas formas arrizotônicas, o acento tônico não cai no radical, mas sim na terminação verbal: opinei, aprenderão, nutriamos.
Flexões verbais
a) número e pessoa: os verbos podem se referir a um único ser ou a mais de um ser; no primeiro caso, encontram-se no singular; no segundo caso, no plural.
Essa indicação de número é acompanhada pela indicação da pessoa gramatical a que o verbo se refere. Observe:
opino é uma forma da primeira pessoa do singular
opinas é uma foram da segunda pessoa do singular
opina é uma forma da terceira pessoa do singular
opinamos é forma da primeira pessoa do plural
opinais é forma da segunda pessoa do plural
opinam é forma da terceira pessoa do plural
Essas indicações de número e pessoa são claramente percebidas quando relacionamos cada forma verbal acima com o pronome pessoal correspondente:
eu opino nós opinamos          tu opinas vós opinais           ele/ela opina eles/elas opinam
No português atual do Brasil, as formas da segunda pessoa “tu” e “vós” têm uso limitado a algumas regiões ou à linguagem litúrgica, surgindo às vezes em textos literários; em seu lugar está difundido o emprego dos pronomes você/vocês, que levam o verbo para a terceira pessoa. ele/ela/você opina eles/elas/vocês opinam
b) tempo e modo: no momento em que se fala ou escreve, o processo verbal pode estar ocorrendo, pode já ter ocorrido ou pode ainda não ter ocorrido.
Essas três possibilidades são expressas pelos três tempos verbais: o presente, o pretérito (que pode ser perfeito, imperfeito ou mais-que perfeito) e o futuro (que pode ser futuro do presente ou futuro do pretérito).
Compare as formas opino, opinei e opinarei para perceber essa distribuição, em três tempos básicos. A indicação de tempo e tá normalmente associada à indicação de modo, ou seja, a expressão da atitude de quem fala ou escreve em relação ao conteúdo do que fala ou escreve.
Quando se considera o que é falado ou escrito uma certeza, utilizam-se as formas do modo indicativo (são exemplos opino, opinei, opinava, opinarei).
As formas do modo subjuntivo indicam que o conteúdo do que se fala ou escreve é tomado como incerto, duvidoso, hipotético (opine, opinasse, por exemplo).
Além disso, o verbo pode exprimir um desejo, uma ordem, um apelo: nesse caso, utilizam-se as formas do modo imperativo (são exemplos opine/não opines).
O esquema a seguir apresenta os modos e tempos verbais da língua portuguesa:
MODO INDICATIVO        MODO SUBJUNTIVO         MODO IMPERATIVO
Presente (opino)                     presente (opine)                         presente afirmativo (opina)
Pretérito perfeito (opinei)       pretérito imperfeito (opinasse)  negativo (não opines)
Imperfeito (opinava)              futuro (opinar)
Mais-que-perfeito (opinara)
Futuro do presente (opinarei)
Futuro do pretérito (opinaria)

Observações:
1. O modo imperativo apresenta um único tempo dividido em duas formas: o imperativo afirmativo e o imperativo negativo. Não se conjuga a primeira pessoa do singular dessas formas.
2. Esse esquema apresenta apenas os chamados tempos simples; além deles, há os tempos compostos.
3. Os verbos possuem, além dos modos e tempos já apresentados, três formas nominais: o infinitivo (pessoal e impessoal), o gerúndio e o particípio.
Essas formas são chamadas nominais porque assumem comportamento de nomes (substantivos, adjetivos e advérbios) em determinados contextos.
c) voz: a voz verbal indica a relação entre o ser a que o verbo se refere e o processo que esse mesmo verbo exprime. Há três situações possíveis:
Voz ativa: o ser a que o verbo se refere é o agente do processo verbal.
Em “O jornalista entrevistou o ministro”, o verbo “entrevistou” está na voz ativa porque “o jornalista” é o agente do processo verbal.
Voz passiva: o ser a que o verbo se refere é o paciente do processo verbal.
Em “O ministro foi afastado do cargo”, o verbo “foi afastado” está na voz passiva porque “o ministro” é o paciente da ação verbal.
Há duas formas de voz passiva em português:
a voz passiva analítica, em que ocorre uma locução verbal formada pelo verbo ser mais o particípio do verbo principal – como em “O ministro foi afastado do cargo”
e a voz passiva sintética, em que se utiliza o pronome se (nesse caso chamado pronome apassivador) ao lado do verbo em terceira pessoa como em “Procuram-se soluções para a crise”.
Voz reflexiva: o ser a que o verbo se refere é, ao mesmo tempo, agente e paciente do processo verbal, pois age sobre si mesmo.
Em “o ministro afastou-se do cargo”, o verbo “afastou-se” está na voz reflexiva, pois “o ministro” é, a um só tempo, agente e paciente: ele afastou a si mesmo do cargo.
Voz recíproca: O ser a que o verbo refere-se é o agente de uma ação, enquanto é paciente de uma ação idêntica. Em “ eles se abraçaram, o sujeito abraça enquanto é abraçado.
Conjugações
Conjugar um verbo é, em termos gramaticais, dispor organizadamente todas as formas que pode assumir ao ser flexionado. Isso implica a exposição dos diversos tempos e modos de acordo com uma ordem convencionada.
É possível dividir os verbos de nossa língua em três grupos de flexões afins, as chamadas
Conjugações, identificadas respectivamente pelas vogais temáticas -a-, -e- e -i-. Para cada uma dessas conjugações, há um modelo – o paradigma – que indica as formas a serem assumidas pelas flexões verbais.
De acordo com a relação que estabelecem com esses paradigmas, os verbos podem ser classificados em:
a) regulares: obedecem precisamente ao paradigma da respectiva conjugação.
b) irregulares: não seguem o paradigma da respectiva conjugação:
Apresentam irregularidades no radical ou nas desinências.
Os verbos ser e ir, por apresentarem profundas alterações nos radicais em sua conjugação, são chamados verbos anômalos.
c) defectivos: não são conjugados em determinadas pessoas, tempos ou modos.
d) abundantes: apresentam mais de uma forma para determinada flexão.
Há em português, verbos que participam da conjugação de outros, formando os chamados tempos compostos e as locuções verbais. Esses verbos são chamados auxiliares; os quatro mais usados nessa função são ser, estar, ter e haver.
O verbo cuja significação predomina num tempo composto ou locução verbal é chamado verbo principal. Nos tempos compostos e locuções verbais,
o verbo principal surge numa de suas formas nominais.
Paradigmas dos verbos regulares
Apresenta-se a seguir, os paradigmas dos verbos regulares das três conjugações.
Para conjugar qualquer verbo regular, basta substituir o radical do verbo usado como exemplo pelo radical do verbo pretendido, pois a vogal temática e as desinências não se alteram.
Modo indicativo
Tempo: Presente

 1ª conjugação                                    2ª conjugação                   3ª conjugação
    OPINAR                                        APRENDER                      NUTRIR
      opino                                                aprendo                             nutro
      opinas                                               aprendes                            nutres
      opina                                                aprende                              nutre
      opinamos                                          aprendemos                       nutrimos
      opinais                                              aprendeis                           nutris
      opinam                                              aprendem                          nutrem
Pretérito imperfeito

      opinava                                             aprendia                            nutria
      opinavas                                            aprendias                          nutrias
      opinava                                             aprendia                            nutria
      opinávamos                                       aprendíamos                     nutríamos
      opináveis                                           aprendíeis                         nutríeis
      opinavam                                           aprendiam                        nutriam

Pretérito perfeito

      opinei                                                aprendi                              nutri
      opinaste                                             aprendeste                        nutriste
      opinou                                               aprendeu                           nutriu
      opinamos                                          aprendemos                       nutrimos
      opinastes                                           aprendestes                       nutristes
      opinaram                                           aprenderam                       nutriram

Pretérito mais-que-perfeito

      opinara                                              aprendera                          nutrira
      opinaras                                             aprenderas                        nutriras
      opinara                                               aprendera                         nutrira
      opináramos                                        aprendêramos                   nutríramos
      opináreis                                            aprendêreis                       nutríreis
      opinaram                                           aprenderam                       nutriram

Futuro do presente
      opinarei                                            aprendereis                        nutrirei
      opinarás                                            aprenderás                         nutrirás
      opinará                                             aprenderá                           nutrirá
      opinaremos                                      aprenderemos                     nutriremos
      opinareis                                          aprendereis                         nutrireis
      opinarão                                           aprenderão                          nutrirão

Futuro do pretérito
      opinaria                                            aprenderia                          nutriria
      opinarias                                           aprenderias                        nutririas
      opinaria                                             aprenderia                         nutriria
      opinaríamos                                      aprenderíamos                   nutriríamos
      opinaríeis                                          aprenderíeis                       nutriríeis
      opinariam                                          aprenderiam                      nutririam

Modo subjuntivo Presente
opine                                                  aprenda                                          nutra
opines                                                aprendas                                         nutras
opine                                                  aprenda                                          nutra
opinemos                                           aprendamos                                    nutramos
opineis                                               aprendais                                        nutrais
opinem                                              aprendam                                        nutram
Pretérito imperfeito
opinasse                                            aprendesse                                      nutrisse
opinasses                                           aprendesses                                    nutrisses
opinasse                                            aprendesse                                      nutrisse
opinássemos                                     aprendêssemos                                nutríssemos
opinásseis                                         aprendêsseis                                    nutrísseis
opinassem                                         aprendessem                                   nutrissem


Futuro
opinar                                                aprender                                          nutrir
opinares                                             aprenderes                                      nutrires
opinar                                                aprender                                          nutrir
opinarmos                                         aprendermos                                    nutrirmos
opinardes                                           aprenderdes                                     nutrirdes
opinarem                                           aprenderem                                      nutrirem

Modo imperativo Afirmativo
opina tu                                              aprende tu                                          nutre tu
opine você                                          aprenda você                                      nutra você
opinemos nós                                     aprendamos nós                                 nutramos nós
opinai vós                                           aprendei vós                                       nutri vós
opinem vocês                                     aprendam vocês                                 nutram vocês

Modo imperativo Negativo

não opines tu                                      não aprendas tu                      não nutras tu
não opine você                                   não aprenda você                   não nutra você
não opinemos nós                              não aprendamos nós               não nutramos nós
não opineis vós                                  não aprendais vós                   não nutrais vós
não opinem vocês                              não aprendam vocês               não nutram vocês
Formas nominais
Infinitivo impessoal
opinar                                                 aprender                                             nutrir
Infinitivo pessoal
opinar                                                 aprender                                             nutrir
opinares                                              aprenderes                                          nutrires
opinar                                                 aprender                                             nutrir
opinarmos                                          aprendermos                                      nutrirmos
opinardes                                           aprenderdes                                       nutrirdes
opinarem                                            aprenderem                                        nutrirem

Gerúndio
opinando                                            aprendendo                                        nutrindo
Particípio
opinado                                              aprendido                                            nutrido




Tempos compostos
Modo indicativo
Pretérito perfeito
tenho/hei                     opinado,          aprendido,      nutrido
tens/hás                       opinado,          aprendido,      nutrido
tem/há                         opinado,          aprendido,      nutrido
temos/havemos           opinado,          aprendido,      nutrido
tendes/haveis              opinado,          aprendido,      nutrido
têm/hão                       opinado,          aprendido,      nutrido
Pretérito mais-que-perfeito
tinha/havia                  opinado,          aprendido,      nutrido
tinhas/havias               opinado,          aprendido,      nutrido
tinha/havia                  opinado,          aprendido,      nutrido
tínhamos/havíamos     opinado,          aprendido,      nutrido
tínheis/havíeis             opinado,          aprendido,      nutrido
tinham/haviam            opinado,          aprendido,      nutrido
Futuro do presente
terei/haverei                opinado,          aprendido,      nutrido
terás/haverás               opinado,          aprendido,      nutrido
terá/haverá                  opinado,          aprendido,      nutrido
teremos/haveremos     opinado,          aprendido,      nutrido
tereis/havereis             opinado,          aprendido,      nutrido
terão/haverão              opinado,          aprendido,      nutrido
Futuro do pretérito
teria/haveria                opinado,          aprendido,      nutrido
terias/haverias             opinado,          aprendido,      nutrido
teria/haveria                opinado,          aprendido,      nutrido
teríamos/haveríamos   opinado,          aprendido,      nutrido
teríeis/haveríeis           opinado,          aprendido,      nutrido
teriam/haveriam          opinado,          aprendido,      nutrido
Modo subjuntivo
Pretérito perfeito
tenha/haja                   opinado,          aprendido,      nutrido
tenhas/hajas                opinado,          aprendido,      nutrido
tenha/haja                   opinado,          aprendido,      nutrido
tenhamos/hajamos      opinado,          aprendido,      nutrido
tenhais/hajais              opinado,          aprendido,      nutrido
tenham/hajam             opinado,          aprendido,      nutrido
Pretérito mais-que-perfeito
tivesse/houvesse                     opinado,          aprendido,      nutrido
tivesses/houvesses                  opinado,          aprendido,      nutrido
tivesse/houvesse                     opinado,          aprendido,      nutrido
tivéssemos/houvéssemos        opinado,          aprendido,      nutrido
tivésseis/houvésseis                opinado,          aprendido,      nutrido
tivessem/houvessem               opinado,          aprendido,      nutrido
Futuro
tiver/houver                opinado,          aprendido,      nutrido
tiveres/houveres          opinado,          aprendido,      nutrido
tiver/houver                opinado,          aprendido,      nutrido
tivermos/houvermos   opinado,          aprendido,      nutrido
tiverdes/houverdes     opinado,          aprendido,      nutrido
tiverem/houverem       opinado,          aprendido,      nutrido
Formas nominais
Infinitivo impessoal (pretérito)
ter/haver          opinado,          aprendido,      nutrido
Infinitivo pessoal (pretérito)
ter/haver                      opinado,          aprendido,      nutrido
teres/haveres               opinado,          aprendido,      nutrido
ter/haver                      opinado,          aprendido,      nutrido
termos/havermos        opinado,          aprendido,      nutrido
terdes/haverdes          opinado,          aprendido,      nutrido
terem/haverem            opinado,          aprendido,      nutrido
Gerúndio (pretérito)
tendo/havendo           opinado,          aprendido,      nutrido
Alguns verbos regulares que merecem destaque:
averiguar
Presente do indicativo          Presente do subjuntivo
averiguo                                 averie
averiguas                                averies
averigua                                 averie
averiguamos                           averigüemos
averiguais                               averigüeis
averiguam                              averiem

Observações:
1) Apresenta acentuação tônica semelhante o verbo apaziguar.

2) Atente na acentuação gráfica dessas formas verbais.
Enxaguar

Presente do indicativo          Presente do subjuntivo
enxáguo                                  enxágüe
enxáguas                                enxágües
enxágua                                  enxágüe
enxaguamos                           enxagüemos
enxaguais                               enxagüeis
enxáguam                               enxágüem
Observações:
1) Apresentam acentuação tônica semelhante os verbos aguar, desaguar e minguar.

2) Atente na acentuação gráfica dessas formas verbais.
Indignar
Presente do indicativo          Presente do subjuntivo
indigno                                   indigne
indignas                                  indignes
indigna                                   indigne
indignamos                            indignemos
indignais                                indigneis
indignam                                indignem

Observações:
1) Esse verbo é mais empregado em sua forma pronominal indignar-se.
2) Apresentam a mesma acentuação tônica os verbos impugnar e dignar-se.

Mobiliar
Presente do indicativo          Presente do subjuntivo
Molio                                   molie
molias                                  molies
molia                                   molie
mobiliamos                             mobiliemos
mobiliais                                 mobilieis
moliam                                moliem
Há também verbos regulares cuja conjugação traz à tona questões ortográficas.
É o caso, por exemplo, do verbo agir: ajo, ages, age, agimos, agis, agem; aja, ajas, aja, ajamos, ajais, ajam. É fácil conjugar esse verbo oralmente; os detalhes surgem no momento de escrevê-lo. É necessário, então, considerar que a letra g representa fonemas diferentes de acordo com as vogais que a seguem, e substituí-la
por j diante de a e o.
As dificuldades surgem, obviamente, nos verbos que apresentam letras que servem para representar mais de um fonema ou naqueles que apresentam fonemas que podem ser representados por mais de uma letra. É o caso dos verbos cujos infinitivos se escrevem com c, ç, g, gu:
marcar: marco, marque, marquei, marcaste.
nascer: nasço, nasça, nasci, nasceste.
atiçar: atiço, atice, aticei, atiçaste.
entregar: entrego, entregue, entreguei, entregaste.
fingir: finjo, finges, fingi, fingiste.
erguer: ergo, ergues, ergui, ergueste.
Merecem destaque extinguir e distinguir: nesses verbos, como em erguer, as letras gu
representam um dígrafo (note que não há trema sobre o u). Ao conjugá-los, obtêm-se as formas extingo, extingues, extingue etc.; distingo, distingues, distingue etc.

VERBOS IRREGULARES, DEFECTIVOS E ABUNDANTES

Introdução

Verbos irregulares
Os verbos irregulares são aqueles que não seguem os paradigmas das conjugações, apresentando variações de forma nos radicais ou nas desinências.
Para que o estudo desses verbos se torne mais fácil e prático, tenha sempre em mente o esquema de formação dos tempos simples, pois as irregularidades dos tempos primitivos normalmente se estendem aos tempos derivados correspondentes.
Por isso, vamos organizar nosso estudo a partir desse esquema de formação dos tempos simples.
Primeira conjugação – Verbos terminados em -ear e –iar.
passear
Presente do Indicativo         Presente do Subjuntivo
passei-o                                  passei-e
passeias                                  passei-es
passeia                                    passei-e
passeamos                              passee-mos
passeais                                  passee-is
passeiam                                 passei-em
Observações:
1) Atente na primeira e segunda pessoas do plural, em que o radical apresenta modificação.
2) Seguem esse modelo os demais verbos terminados em -ear: apear, atear, arrear, bloquear, cear, enlear, folhear, frear, hastear, granjear, lisonjear, recear, semear, titubear etc.
3) Os verbos terminados em -iar são regulares, com exceção de mediar, ansiar, remediar, incendiar, odiar e seus derivados, que seguem o modelo dos verbos terminados em -ear (incluindo a particularidade na primeira e segunda pessoas do plural). Um derivado importante de mediar é intermediar.
intermediar
Presente do Indicativo                     Presente do Subjuntivo
intermedei-o                                      intermedei-e
intermedeias                                      intermedei-es
intermedeia                                       intermedei-e
intermediamos                                   intermediemos
intermediais                                       intermedieis
intermedeiam                                    intermedei-em
Segunda conjugação
crer
Presente do Indicativo                     Presente do Subjuntivo
crei-o                                                 crei-a
crês                                                     crei-as
crê                                                      crei-a
cremos                                                crei-amos
credes                                                crei-ais
crêem                                                 crei-am
Observações:
1) Atente nas formas da segunda e terceira pessoas do plural do presente do indicativo.
2) Segue esse modelo o derivado descrer.
3) O pretérito perfeito do indicativo desse verbo é regular (cri, creste, creu, cremos, crestes, creram).
ler
Presente do Indicativo                     Presente do Subjuntivo
lei-o                                                    lei-a
lês                                                       lei-as
lê                                                        lei-a
lemos                                                  lei-amos
ledes                                                   lei-ais
lêem                                                    lei-am
Observações:
1) Atente nas formas da segunda e terceira pessoas do plural do presente do indicativo.
2) Seguem esse modelo os derivados reler e tresler.
perder
Presente do Indicativo                     Presente do Subjuntivo
perc-o                                                perc-a
perdes                                                  perc-as
perde                                                   perc-a
perdemos                                            perc-amos
perdeis                                                perc-ais
perdem                                                perc-am
requerer
Presente do Indicativo                     Presente do Subjuntivo
requeir-o                                           requeir-a
requeres                                              requeir-as
requer                                                 requeir-a
requeremos                                         requeir-amos
requereis                                             requeir-ais
requerem                                            requeir-am
Observação:
O pretérito perfeito do indicativo desse verbo é regular (requeri, requereste, requereu, requeremos, requerestes, requereram).
valer
Presente do Indicativo                     Presente do Subjuntivo
valh-o                                                 valh-a
vales                                                    valh-as
vale                                                     valh-a
valemos                                              valh-amos
valeis                                                   valh-ais
valem                                                 valh-am
Observação: Assim se conjuga equivaler.
Terceira conjugação
advertir
Presente do Indicativo                     Presente do Subjuntivo
advirt-o                                              advirt-a
advertes                                               advirt-as
adverte                                                advirt-a
advertimos                                          advirt-amos
advertis                                               advirt-ais
advertem                                             advirt-am
Observação:

Atente para a irregularidade desse verbo: a primeira pessoa do singular do
presente do indicativo apresenta -i- em lugar do -e- do infinitivo. Há muitos outros verbos que apresentam esse mesmo comportamento: aderir, compelir, competir, conferir, despir, digerir, discernir, divergir,      divertir, expelir, ferir, inserir, investir, preferir, referir, repelir, repetir, seguir, sentir, servir, sugerir, vestir são alguns.
agredir
Presente do Indicativo                     Presente do Subjuntivo
agrid-o                                               agrid-a
agrides                                               agrid-as
agride                                                 agrid-a
agredimos                                          agrid-amos
agredis                                               agrid-ais
agridem                                              agrid-am

Observação:
A troca do -e- do infinitivo pelo -i- só não ocorre na primeira e segunda pessoas do plural. Seguem        esse modelo denegrir, prevenir, progredir, regredir, transgredir.
cobrir
Presente do Indicativo                     Presente do Subjuntivo
cubr-o                                                cubr-a
cobres                                                 cubr-as
cobre                                                  cubr-a
cobrimos                                            cubr-amos
cobris                                                 cubr-ais
cobrem                                               cubr-am
Observação:
Seguem esse modelo os derivados descobrir, encobrir, recobrir, além de dormir, engolir e tossir.
pedir
Presente do Indicativo                     Presente do Subjuntivo
peç-o                                                  peç-a
pedes                                                  peç-as
pede                                                   peç-a
pedimos                                             peç-amos
pedis                                                  peç-ais
pedem                                                peç-am
Observação:
Seguem esse modelo despedir, impedir, medir. Ouvir apresenta conjugação semelhante: ouço, ouves, ouve etc.; ouça, ouças, ouça etc.
subir
Presente do Indicativo                     Presente do Subjuntivo
sub-o                                                  sub-a
sobes                                                  sub-as
sobe                                                    sub-a
subimos                                              sub-amos
subis                                                   sub-ais
sobem                                                 sub-am
Observação:
Seguem esse modelo acudir, bulir, consumir, cuspir, entupir, fugir, sacudir, sumir.
polir
Presente do Indicativo                     Presente do Subjuntivo
pul-o                                                  pul-a
pules                                                    pul-as
pule                                                     pul-a
polimos                                               pul-amos
polis                                                   pul-ais
pulem                                                 pul-am

Observação:
Segue esse modelo o verbo sortir.


 pules                                                    pul-as
pule                                                     pul-a
polimos                                               pul-amos
polis                                                   pul-ais
pulem                                                 pul-am

Observação:
Segue esse modelo o verbo sortir.






Um comentário:

  1. Jorge, prefiro as aulas do que a devolução do dinheiro, pois este e outros concursos virão.
    Investir em aprendizado e conhecimento, nunca é demais.

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