Plural
Nouns
Usamos os plural nouns para definir qualquer coisa que
exista em quantidades maiores do que
um. Vejamos os exemplos:
Plural Nouns com S
book = books (livro = livros)
egg =; eggs (ovo = ovos)
game = games (jogo = jogos)
photo = photos (foto = fotos)
A regra geral é bem simples, basta adicionar “S” no final no
noun. Porém, em alguns casos
teremos que adicionar ES, como nos seguintes exemplos.
Plural nouns com ES
beach = beaches (praia =praias)
box = boxes (caixa = caixas)
watch = watches (relógio = relógios)
glass = glasses (copo = copos)
Uma boa dica é notar que, geralmente, quando as
palavras terminam com CH, SH, S, SS
ou X, o plural será feito com ES.
Plural Nouns com IES
Há também plural nouns que terminam com IES.
butterfly = butterflies (borboleta = borboletas)
baby = babies (bebê = bebês)
family = families (família = famílias)
fairy = fairies (fada = fadas)
Nos nouns acima, trocamos o Y final por IES.
No entanto, caso o noun terminar com Y, mas vier precedido
de uma vogal, o plural é feito
somente com S:
key = keys (chave = chaves)
turkey =
turkeys (peru = perus)
toy = toys (brinquedo = brinquedos)
day = days (dia = dias)
Nouns que terminam com F
Quando os nouns terminam com a letra F, geralmente,
trocamos o F por V e adicionamos um
ES. Veja os exemplos:
leaf = leaves (folha = folhas)
shelf = shelves (prateleira = prateleiras)
thief = thieves (ladrão = ladrões)
wolf = wolves (lobo = lobos)
Porém, como sempre, há exceções.
chef = chefs (chefe de cozinha = chefes de cozinha)
cliff = cliffs (penhasco = penhascos)
handkerchief = handkerchiefs (lenço = lenços)
roof = roofs (teto = tetos)
Além disso, alguns nouns aceitam as duas formas, como, por
exemplos dwarf (anão), que
pode ter seu plural tanto como dwarves ou dwarfs. Há
também palavras que terminam com FE, que do mesmo modo têm seu plural feito com
VES: wife (esposa) = wives; knife (faca) = knives.
Nouns que terminam com O
Quando o nomes terminar com O, às vezes vamos acrescentar um
S, outras vezes colocamos ES.
video = videos (vídeo = vídeos)
zoo = zoos (zoológico = zoológicos)
tomato = tomatoes (tomate = tomates)
potato = potatoes (batata = batatas)
hero = heroes (herói = heróis)
Plurais irregulares
Algumas palavras mudam completamente no plural. São os
chamados plurais irregulares. É
bom estar atento a essas palavras para não se confundir.
mouse = mice (rato = ratos)
foot = feet (pé = pés)
child = children (criança = crianças)
man = men (homem = homens)
woman = women (mulher = mulheres)
tooth = teeth (dente = dentes)
Algumas palavras apresentam uma única forma, tanto no
singular como no plural.
sheep = sheep (ovelha = ovelhas)
fish = fish (peixe = peixes)
reindeer = reindeer (rena = renas)
Outras têm uma única forma, porém no plural.
pajamas (pijama)
sneakers (tênis)
pants (calças)
Pode parecer estranho, mas esses nomes realmente não têm
forma singular. Você não pode
dizer “a pajama” (um pijama), pois em inglês, é sempre
“pijamas”.
Português
Advérbio
O advérbio
é uma categoria gramatical invariável que modifica verbo, adjetivo ou
outro advérbio, atribuindo-lhes uma circunstância de tempo, modo,
lugar, afirmação, negação, dúvida ou intensidade. Por exemplo, a frase Ontem,
ela não agiu muito bem, tem quatro advérbios: ontem, de tempo; não, de
negação; muito de intensidade; bem; de modo.
As
circunstâncias podem ser expressas por uma locução adverbial – duas ou mais
palavras exercendo a função de um advérbio. Por exemplo, a frase Ele, às
vezes, age às escondidas, tem duas locuções adverbiais: às vezes, de
tempo; às escondidas, de modo.
Classificação
dos advérbios
01)
Advérbios de Modo:
Assim,
bem, mal, acinte (de propósito, deliberadamente) adrede (de caso pensado, de
propósito, para esse fim), debalde (inutilmente), depressa, devagar, melhor,
pior, bondosamente, generosamente e muitos outros terminados em mente.
Locuções
Adverbiais de Modo:
Às
pressas, às claras, à toa, à vontade, às escondidas, aos poucos, desse modo,
dessa maneira, em geral, frente a frente, lado a lado, a pé, de cor, em vão.
02)
Advérbios de Lugar:
Abaixo,
acima, adentro, adiante, afora, aí, além, algures (em algum lugar), alhures (em
outro lugar), nenhures (em nenhum lugar), ali, alguém, atrás, cá, dentro,
embaixo,
externamente,
lá, longe, perto.
Locuções
Adverbiais de Lugar:
A
distância, à distância de, de longe, de perto, em cima, à direita, à esquerda,
ao lado, em volta.
03)
Advérbios de Tempo:
Afinal,
agora, amiúde (com frequência), ontem, breve, cedo, constantemente, depois,
enfim, entrementes (enquanto isso) hoje, imediatamente, jamais, nunca, outrora,
primeiramente, tarde, provisoriamente, sempre, sucessivamente, já.
Locuções
Adverbiais de Tempo:
Às
vezes, à tarde, à noite, de manhã, de repente, de vez em quando, de quando em
quando, a qualquer momento, de tempos em tempos, em breve, hoje em dia.
04)
Advérbios de Negação:
Não,
tampouco( também não).
Locuções
Adverbiais de Negação:
De
modo algum, de jeito nenhum, de forma nenhuma.
05)
Advérbios de Dúvida:
Acaso,
casualmente, porventura, possivelmente, provavelmente, talvez, quiçá.
Locuções
Adverbiais de Dúvida:
Por
certo, quem sabe.
06)
Advérbios de Intensidade:
Assaz
(bastante, suficientemente), bastante, demais, mais, menos, muito, quanto,
quão, quase, tanto, pouco.
Locuções
Adverbiais de Intensidade:
Em
excesso, de todo, de muito, por completo.
07)
Advérbios de Afirmação:
certamente,
certo, decididamente, efetivamente, realmente, deveras (realmente), decerto,
indubitavelmente.
Locuções
Adverbiais de Afirmação:
Sem
dúvida, de fato, por certo, com certeza.
08)
Advérbios Interrogativos:
Onde
(lugar), quando ( tempo), como (modo), por que ( causa).
Flexão
do advérbio
O
advérbio pode flexionar-se nos graus comparativos e superlativo absoluto.
Comparativo
de Superioridade:
O
advérbio flexiona-se no grau comparativo de superioridade por meio de mais...
(do) que.
Ex.:
• Ele agiu mais generosamente que você.
Comparativo
de Igualdade:
O
advérbio flexiona-se no grau comparativo de igualdade por meio de tão... como,
tanto... quanto.
Ex.:
• Ele agiu tão generosamente quanto você.
Comparativo
de Inferioridade:
O
advérbio flexiona-se no grau comparativo de inferioridade por meio de
menos...(do) que.
Ex.:
• Ele agiu menos generosamente que você.
Superlativo
Absoluto Sintético:
O
advérbio flexiona-se no grau superlativo absoluto sintético por meio dos
sufixos –issimamente, -íssimo ou –inho.
Ex.:
• Ela agiu educadíssimamente.
• Ele é muitíssimo educado.
• Acordo cedinho.
O
advérbio flexiona-se no grau superlativo absoluto analítico por meio de um
advérbio de intensidade como muito, pouco, demais, assaz, tão, tanto...
Ex.:
• Ela agiu muito educadamente.
• Acordo bastante cedo.
Melhor
e pior são formas irregulares do grau comparativo dos advérbios bem e
mal; no entanto, junto de adjetivos ou particípios, usam-se as formas mais
bem e mais mal. Ex.
• Estes alunos estão mais bem preparados que aqueles.
Havendo
dois ou mais advérbios terminados em –mente, numa mesma frase, é melhor
que se coloque o sufixo somente no último deles.
CONJUNÇÃO
É a
classe de palavra invariável que estabelece relações (de vários sentidos) entre
duas ou mais orações que liga:
Ex.
Saiu de casa / porque / começou um terremoto.
oração
1 conjunção oração 2
A
conjunção porque está estabelecendo uma relação de causa entre a oração 2 e a
oração 1.
Subclassificação
da conjunção
1)Conjunção
coordenativa:
-
aditiva: estabelece relação de soma (e, nem)
-
adversativa: relação de oposição( mas, porém, contudo)
-
alternativa: relação de alternância ( ou... ou, ora...ora...)
-
conclusiva: relação de conclusão (logo, portanto...)
-
explicativa: relação de confirmação ou de justificação (pois, porque, que...)
-
2)Conjunção(ou
locução conjuntiva) subordinativa
- integrante:
introduz oração subordinada substantiva (que, se)
- causal:
estabelece relação de causa (porque, porquanto, visto que, uma vez que, já
que, pois (no início da oração), como)
- comparativa:
relação de comparação (como, bem como, tal qual, do que, que, quanto)
- concessiva:
relação de concessão( embora, ainda que, mesmo que, se bem que)
- condicional:
relação de condição(se, caso, a menos que, a não ser que, contanto que,
desde que)
- conformativa:
relação de conformidade (como, segundo, conforme, consoante)
- consecutiva:
relação de conseqüência (que,de modo que, (precedido de, tal, tanto,
tamanho, tanto...)
- final:
relação de finalidade (a fim de que, para que, de modo que, de maneira que)
- proporcional:
relação de proporcionalidade (à medida que, à proporção que, ao passo que,
quanto mais)
- temporal:
relação de tempo (quando, enquanto, logo que, depois que, antes que, sempre
que, até que)
Locuções
conjuntivas: São duas ou mais palavras que têm valor de conjunção.
Ex.:
ainda que, senão quando, a menos que, à medida que.
A
locução conjuntiva termina sempre por uma conjunção.
PERÍODO
SIMPLES
Frase
ou sentença:
Qualquer
expressão falada ou escrita que estabeleça comunicação completa entre duas
pessoas. As frases sem verbo chamam-se frases nominais. Há diferença
entre frase e oração: uma oração pode ser frase, desde que preencha tal
requisito: estabelecer comunicação completa entre duas pessoas.
Período:
Segmento
do texto que inicia com letra maiúscula, tem processo verbal (um ou mais de um)
e termina com ponto final, ponto de interrogação, ponto de exclamação e, às
vezes, com reticências.
Exemplos:
Chove.;
Chove?; Chove!; Chove...
Quando
o período tem apenas um verbo, diz-se período simples ou oração
absoluta. Com mais de um verbo, o período será composto (por
subordinação ou por coordenação).
Período
simples (oração).
Daqui
para a frente preferimos chamar o período simples apenas de oração. Isto deve
facilitar a compreensão.
ORAÇÃO
É UMA ESTRUTURA QUE APRESENTA, NORMAMLMENTE, DUAS PARTES: SUJEITO E PREDICADO.
Nota:
Existem
orações sem sujeito, pois seus verbos são impessoais. O verbo sempre compõe o
predicado da oração.
Oração
Sujeito + predicado
Gato mia
Gatos miam
Note-se
que o verbo concorda com o sujeito, em número e pessoa. Isto é sujeito
singular tem verbo no singular; sujeito plural tem verbo no plural. Esta
observação é a única segura para se identificar o termo
sujeito
de uma oração.
===========================================
• TERMOS ESSENCIAIS DA ORAÇÃO:
1-SUJEITO
2-
PREDICADO
• TERMOS INTEGRANTES DA ORAÇÃO:
1-COMPLEMENTOS
VERBAIS( OBJETO DIRETO- OBJETO INDIRETO);
2-
COMPLEMENTO NOMINAL
3-AGENTE
DA PASSIVA.
• TERMOS ACESSÓRIOS DA ORAÇÃO:
1-
ADJUNTO ADNOMINAL;
2-
ADJUNTO ADVERBIAL;
3-
APOSTO;
4-
VOCATIVO
De
acordo com “Nossa Gramática- Teoria e Prática”- Luiz Antonio Saconni
===========================================
TERMOS
ESSENCIAS DA ORAÇÃO: SUJEITO E PREDICADO
Estudo
e classificação do sujeito
Simples:
apenas um núcleo
Determinado
Composto: mais de um núcleo
Oculto/elíptico:
Há um sujeito inexpresso, mas identificável.
Exemplos:
“Raia
sanguínea e fresca a madrugada.” Sujeito simples: a madrugada.
(Raimundo
Correia.)
“Com
isso Pai e Mãe davam de zangar-se.” Sujeito composto: Pai e Mãe.
(Guimarães
Rosa.)
“Zé
Boné falava muito./ Sem fazer conta de companhia ou conversas, varava...”
Na oração que aparece depois da barra, o sujeito (Zé Boné) está oculto, por vir
expresso na oração precedente. - ocorre com verbos na terceira pessoa do
plural, sem referência a um agente. Importa apenas o fato em si.
"Assaltaram o banco."
Indeterminado
- ocorre com os verbos na terceira pessoa do singular, acompanhados de
"se", a que chamamos índice de indeterminação do sujeito.
Neste caso os verbos não têm objeto direto; exceto preposicionado.
Exemplos:
Vive-se
muito bem no Brasil. (verbo intransitivo)
Necessita-se
de bons pintores. (verbo transitivo indireto) Ama-se a Vieira.
(verbo transitivo direto com objeto preposicionado).
Notas:
1.
Quando o verbo tem objeto direto, o “se” é partícula apassivadora e
o objeto direto passa a ser sujeito paciente.
Ex:
Vendem-se casas / Casas são vendidas
2.
Oração sem sujeito ocorre com verbos impessoais, os quais permanecem na
terceira pessoa do singular, com exceção dos casos em que o verbo ser indique
datas, horas ou distâncias. Os principais verbos
impessoais são:
Haver
= existir, ocorrer, estar.
Exemplos:
Haverá
homens na Lua?
Houve
alguns acidentes na estrada.
Há
alunos nesta sala?
Fazer:
quando indica tempo decorrido ou clima.
Exemplos:
Faz
dez anos que...
Aqui
faz verões incríveis!
Todos
os verbos que indicam fenômenos da natureza são impessoais: chover, ventar,
nevar, gear, trovejar, amanhecer, escurecer, etc.
Com
os verbos ser, estar e ser (quando indicam tempo).
Exemplo:
Faz invernos rigorosos no Sul do Brasil.
Era primavera
quando a conheci.
Estava
frio naquele dia.
Qualquer
verbo impessoal, empregado em sentido figurado, deixa de ser impessoal para ser
pessoal. Vejamos:
Amanheci
mal-humorado. (Sujeito desinencial: eu)
Choveram
candidatos ao cargo. (Sujeito: candidatos)
Fiz quinze
anos ontem. (sujeito desinencial: eu)
Sujeito
oracional: é aquele representado por uma oração.
Esse
tipo de sujeito ocorre quando o verbo é unipessoal.
Verbo
unipessoal é o que, tendo sujeito, só se usa nas terceiras pessoas, do
singular e do plural.
Os
principais verbos unipessoais são:
Cumprir,
importar, convir, doer, aprazer, parecer, ser (preciso,
necessário etc.)
Cumpre
trabalharmos bastante. Sujeito: trabalharmos bastante.
Importa
cuidarmos da saúde. Sujeito: cuidarmos da saúde.
É preciso
que chova. Sujeito: que chova.
===========================================
Estudo
e classificação do predicado
Já
se sabe que no predicado há verbo. O estudo dessa parte da oração sempre deve
partir da observação do processo verbal, que pode ser intransitivo,
transitivo ou de ligação. Disso trata a predicação verbal.
PREDICAÇÃO
VERBAL
Para
decidir bem a predicação dos verbos, é necessário verificar que há verbos
indicadores de ações:
comprar,
vender, alugar; há verbos indicadores de sentimentos: amar, gostar,
odiar; há verbos indicadores de fenômenos: chover, nevar, cair, etc.
Esses verbos sempre se classificam como intransitivos (não requerem
objeto) ou como transitivos (requerem objeto direto ou indireto).
Os verbos de ligação formam grupo à parte. São chamados não-nocionais
e servem apenas para “ligar” uma informação não-verbal ao sujeito
(predicativo do sujeito).
Exemplo:
A
garota permanece triste. (O termo triste é uma informação
não-verbal, atribuída ao sujeito. O verbo não denota fato ou ação).
Classificação
do predicado
Predicado:
vem de prédica= falar alguma coisa;
o
que se informa sobre o sujeito.
Quando
os verbos são intransitivos ou transitivos, sem presença de predicativo, o
predicado se classifica como verbal. Nesse caso, o verbo é o núcleo do
predicado.
Ex.:
Laura comprou um carro
Caso
ocorra a presença de predicativo, o predicado é verbo-nominal; haverá,
então dois núcleos:
verbo
e predicativo.
Ex.:
Laura chegou triste
Os
verbos de ligação nunca são núcleos de predicado. O núcleo será sempre o predicativo
do sujeito, formando assim, um predicado nominal.
Ex.:
Laura está triste.
1-
Predicado verbal
-
verbo informativo: núcleo verbal
João
chegou tarde. – enxerga a informação no verbo
2-
Predicado Nominal:- verbo de ligação; o verbo não informa. A informação está no nome.
José
está chateado. (núcleo- chateado)
3-
Predicado verbo-nominal
José
chegou chateado. O verbo informa (núcleo); o nome informa (núcleo)
Outros
exemplos:
José
saiu de casa triste. Nominal
Ele
anda triste. Nominal
Ele anda
pelas ruas. Ele está pelas ruas. Verbal (anda e está – neste caso
são verbos nocionais- informam).
A
criança caiu doente. Nominal (caiu = está verbo de ligação)
A
criança caiu de cama. Verbal
O
verbo de ligação liga o sujeito ao predicativo.
Predicativo=
característica , qualidade, especificação, modo de ser, estado.
Os
compradores consideraram a proposta razoável.
a
proposta = objeto direto
razoável
= predicativo do objeto direto.
Predicado
verbo-nominal
===========================================
Termos
relacionados ao verbo da oração
I -
Objeto Direto: complemento dos verbos transitivos diretos – sem preposição
Ex.:
Aquilo sufocou meu bom senso.
OD
Objeto
direto preposicionado: para evitar ambiguidade ou por motivos eufônicos e/ou
estilísticos:
Ex.:O
homem bebeu do vinho. / Ao pai o filho ama./ Amar a Deus. /Sacou da arma.
/Comeu do pão.
II -
Objeto Indireto: complemento dos verbos transitivos indiretos – preposição
obrigatória.
Ex.:
Naquele momento precisei de meu bom senso.
VTI
OI
Objetos
pleonásticos: por motivos estilísticos, se repetem sob a forma pronominal.
Ex.:
O amor, já o encontrei. Ao meu pai, nós lhe escrevemos ontem.
OD
pleonástico OI
pleonástico
Pronomes
Oblíquos como Objeto
I -
Pronomes oblíquos que funcionam como objeto direto: o, a, os, as e suas
variantes lo, la, los, las, no, na, nos, nas.
Ex.:
Vi-a, ontem, sim. Deixei-a na esquina de casa. / Disse-me que não queria
magoá-lo.
Fizeram-na
ajoelhar no chão? / "E essas mágoas, queriam-nas?"
II -
Pronomes oblíquos que funcionam como objeto indireto: lhe, lhes
Ex.:
Disseram-lhe coisas horríveis.
Outros
pronomes oblíquos podem funcionar ora como objeto direto ora como objeto
indireto.
Ex.:
Ninguém nos esperava no aeroporto. (nos = objeto direto)
Ofereceram-vos
os melhores cargos. (vos = objeto indireto)
-
Ninguém espera JOÃO no aeroporto/ Ofereceram os melhores cargos a
JOÃO.
b)
adjunto adverbial: termo que expressa diversas circunstâncias em que os fatos se
processam, indicando tempo, modo, lugar, causa, condição, conformidade,
concessão, etc. A noção do adjunto adverbial sempre é observada no contexto em
que ocorre. Assim, não há classificação fixa nem a possibilidade de uma lista
de adjuntos adverbiais. O bom leitor detecta a circunstância.
Exemplos:
Ele
chegou cedo.
Adj.
Adv. de tempo
Maria
é muito bonita.
Adj.
adv. de intensidade
c)
Agente da passiva: ocorre com verbos na voz passiva analítica. Caso em que o
sujeito é paciente do processo expresso pelo verbo. É normalmente introduzido
pelas formas preposicionadas: por, pelo, pela. Às vezes apresenta a preposição de
com valor de por.
Exemplo:
A terra era povoada de selvagens.
O
leão foi morto pelo caçador.
O
leão= paciente
Foi
morto= ser + particípio
===========================================
Termos
relacionados aos nomes na oração
São
nomes os substantivos, adjetivos e advérbios, aos quais se agregam
outros termos da oração. Esses termos exercem função sintática, relativamente a
seus núcleos nominais.
a)
adjuntos adnominais: termos que sempre se prendem a um núcleo substantivo,
caracterizando-o, ampliando lhe o significado. Exercem sempre a função de
adjuntos adnominais; artigos, pronomes adjetivos, numerais adjetivos. Os
adjetivos e as locuções adjetivas
também
podem exercer essa função, desde que remetam sempre a um substantivo.
Exemplo:
Os
meus dois belos cães de caça comeram
muita carne ontem.
b)
predicativo: É uma informação não-verbal, constituinte do predicado,
atribuída ao sujeito da oração (independentemente de ser núcleo substantivo) ou
ao objeto.
Exemplos:
Os
marinheiros estão cansados. (= Eles estão cansados.)
Não gosto de ver Camila triste. Não gosto de vê-la triste.
Nota:
Observe
que o predicativo não desaparece, mesmo que se substitua o núcleo substantivo
por um pronome.
c)
complementos nominais: são termos regidos de preposição, ligados a um adjetivo,
a um advérbio ou a um substantivo que não seja concreto. Os
substantivos abstratos derivados de verbos podem ter nesse termo preposicionado
um complemento nominal (noção passiva) ou um adjunto adnominal (noção
ativa). Os substantivos concretos só podem Ter adjuntos adnominais.
Exemplos:
A resposta
ao aluno enfureceu a classe. (ao aluno: noção passiva). A resposta
do aluno enfureceu a classe. (do aluno: noção ativa).
Diferença
entre Complemento nominal Adjunto adnominal
São
determinantes do nome ou modificam o nome
Complemento
nominal: refere-se ao nome – sempre preposicionado. Se o termo
regido estiver preso a adjetivo ou a advérbio, será sempre
complemento nominal.
Ex.:
desejoso da vitória - independentemente da sua vontade cheio de
gente - longe de casa
• Adjunto adnominal: refere-se
ao nome – com ou sem preposição.
Adjetivo
/ locução adjetiva/ Artigo/ Numeral adjetivo/ Pronome adjetivo
• Complemento nominal Adjunto nominal substantivo abstrato
(paciente) Substantivo abstrato (agente)
A
construção da casa do arquiteto foi elogiada.
Construção=
subst. abstrato
da
casa = paciente: do arquiteto- está preso à casa (concreto)
A
criação do homem é obra de Deus.
do
homem- paciente CN de Deus- agente A. Adn.
• Sou favorável ao imposto criado. CN
Estamos
perto da casa. CN (perto = advérbio)
• O amor do pai ao filho é incondicional. Incondicional= Predicativo
do sujeito.
O=
adjunto. Adn.
amor=
subst. abstrato (núcleo do sujeito)
do
pai = o pai ama o filho (agente) = adj. Adn.
O
filho é paciente = complemento nominal
d)
Aposto: termo que, equivalendo a um antecedente, explica-o, enumera-o,
resume-o, especifica-o.
Exemplo:
Rui Barbosa, o Águia de Haia, foi brasileiro eminente.
Tipos
de aposto:
1) Enumerativo:
quando a explicação consiste em desdobrar o fundamental representado por um dos
pronomes (ou locução) tudo, nada, ninguém, cada um, um e outro, etc., ou
por substantivo:
Ex.:
Tudo – alegrias, tristezas, preocupações – ficava estampado logo no seu
rosto.
Duas
coisas o encorajavam, a fé na religião e a confiança em si.
2) Recapitulativo:
resume termos que o antecedem. Geralmente expressa-se através de um pronome
indefinido:
Ex.:
Dinheiro, amor, conforto, nada seduzia aquela mulher.
3) Especificador:
É um nome próprio de pessoa ou lugar que restringe o
significado
de um nome comum. O substantivo comum que antecede esse aposto deve denotar a espécie
a que pertence o ser designado pelo nome próprio.
Ex.:
O presidente Vargas cometeu suicídio.
Foram
pedir ajuda ao tenente Carvalho.
4) Circunstancial:
é o mais frequente dos apostos, aparece geralmente expressando uma
circunstância ou comparação.
Ex.:
D. João de Castro, vice-rei da índia, empenhou todos os esforços em prol
de seu país. (na condição de)
As
estrelas, grandes olhos curiosos, espreitavam através da folhagem. (como
se fossem)
Nota:
Há
um termo que se anexa à oração, com a finalidade de convocar a atenção do receptor
para uma melhor recepção da mensagem. Chama-se vocativo.
Exemplo:
Brasileiros, pretendo dizer-lhes a verdade.
=========================================
PERÍODO
COMPOSTO
Chama-se
composto o período que apresenta mais de uma oração, isto é, há nele mais de um
processo verbal. O período pode se composto por subordinação, por coordenação
e misto.
Período
composto por coordenação
O
período composto por coordenação é formado por orações independentes, isto
é, orações que não funcionam como termos de outra. A essas orações damos o nome
de orações coordenadas. Elas têm
ligação
semântica. Estão ordenadas, organizadas pelo sentido. Colocadas co-ordem (no
período)- coordenadas- têm o mesmo valor(não têm principal, todas são iguais.)
As
orações coordenadas dividem-se em 2 grupos:
• sindéticas: as que apresentam conjunção coordenativa.
• assindéticas: as que não apresentam conjunção coordenativa.
As
orações coordenadas sindéticas recebem o nome da conjunção coordenativa que as
inicia.
Exemplos:
1)
Nosso amigo não veio nem telefonou.
or.coord. assindética or. coord. sind.
aditiva
2)
Nosso time jogou bem, mas não conseguiu vencer.
or.coord. assindética or. coord. sind.
adversativa
3)
Fique em casa, ou vá para a escola logo.
or.coord. assindética or. coord. sind. alternativa
4) O
carro é teu, logo deves cuidar bem dele.
or.coord.
assindética or. coord. sind. conclusiva
5)
Não façam barulho, que estou estudando.
or.coord.
assindética or. coord. sind. explicativa
Período
composto por subordinação
Apresenta
o que se chama de oração subordinada: aquela que exerce função sintática
em relação a outra dita oração principal. As orações subordinadas,
dependendo da função sintática que exercem, podem ser:
Substantivas: Mostram-se
como “ um pedaço” que falta à oração principal. Iniciadas pelas conjunções
integrantes que (nas afirmações certas) e se (nas afirmações
incertas).
Não
sei se a alma existe; É possível que o homem valha mais.
Têm
valor sintático de um substantivo, por isto podem ser:
Subjetivas:
Funcionam como sujeito da oração principal.
Exemplos:
É bom / vires à aula hoje. Espera-se que haja aula hoje.
Objetivas
diretas: Funcionam como objeto direto do verbo da oração principal.
Exemplo:
Os alunos sabem /que houve aula.
Objetivas
indiretas: Funcionam como objeto indireto do verbo da oração principal.
Exemplo:
Necessitamos /de que voltes hoje.
Completivas
nominais: Funcionam como complementos nominais, presas por preposição a um
nome constituinte da oração principal.
Exemplos:
Temos certeza /de que haverá aula hoje.
Nota:
Não
há possibilidade de confusão entre as orações objetivas indiretas e as
completivas nominais. Estas têm a preposição regida por um nome (substantivo,
adjetivo, advérbio), aquelas têm a preposição regida por um verbo.
Predicativas:
Funcionam como predicativo do sujeito da oração principal.
Sucedem, normalmente, ao verbo de ligação ser, quando o sujeito a ele
estiver anteposto.
Exemplo:
A miséria é /que existem pobres no mundo.
Nota:
Há
grande problema na decisão da oração predicativa, já que se pode confundir com
uma subjetiva.
Preferimos
achar que o antecedente do verbo ser lhe seja o sujeito; consequentemente,
o termo seguinte é predicativo do sujeito.
Apositivas:
Funcionam como aposto enumerativo, relativamente à oração principal.
Exemplo:
A única verdade é esta: que todos morreremos.
=========================================
Adjetivas:
Orações caracterizadoras, introduzidas por um pronome relativo —
ou por um advérbio relativo: como, onde, quando — através
de que fazem referência ao termo antecedente na oração principal. As orações
adjetivas evitam a repetição do antecedente na nova oração.
Exemplo:
Não
encontramos a mulher. A mulher havia fugido da sala. = Não
encontramos a mulher/ que havia fugido da sala.
As
orações adjetivas podem ser explicativas — quando dispensáveis ao
sentido total do período — ou restritivas — quando indispensáveis à
razão do período.
Nota:
O
pronome relativo sempre exerce uma função sintática na oração subordinada
adjetiva.
===========================================
Adverbiais:
Exercem a função sintática de adjuntos adverbiais, expressando as
seguintes circunstâncias em relação à oração principal:
Causa:
Morreu/ porque bebeu veneno. (adverbial causal)
Consequência:
Chorou tanto/ que amanheceu com olhos inchados. (adverbial consecutiva)
Condição: Desde
que te forme,/ terás bom emprego. (adverbial condicional)
Comparação:
Ela é tão exuberante/ quanto a mãe. (adverbial comparativa)
Concessão: Embora
esteja apavorada,/mostra-se valente. (adverbial concessiva)
Conformidade:
Faça a lição/ conforme lhe ensinei. (adverbial conformativa)
Temporalidade: Mal
cheguei a casa,/ ela começou a discussão. (adverbial temporal)
Finalidade:
Estamos aqui,/a fim de trabalhar muito. (adverbial final)
Proporcionalidade: O
homem progride,/ à medida que estuda. (adverbial proporcional)
Notas:
Embora
a NGB não registre, há orações subordinadas:
Substantiva
agente da passiva: O relatório foi feito/por quem tem capacidade.
Adverbial
locativa: Sempre fico onde posso meditar.
Adverbial
modal: Rolou como uma pedra.
=========================================
PERÍODO
COMPOSTO POR COORDENAÇÃO E SUBORDINAÇÃO
A. Ele
chegou, pegou as chaves e saiu. Análise: ele chegou (estrutura completa
e independente) pegou as chaves (estrutura completa e independente) e
saiu ( estrutura completa e independente).
A
estrutura física está completa= corpo- tronco, membros= Sujeito, Predicado e
complementos.
B. Ele
disse que viria. “que viria” é o termo da oração “ele disse”. A relação é de
dependência sintática (física, estrutural).A relação é de subordinação:
principal e subordinada. A principal
“pede”
um termo. A subordinada é o termo da principal.
C. Ele
disse /que viria /e ficaria por um tempo.
1 2 3
2 objeto direto de 1; 3 objeto direto de 1.
Ele
disso (isto)= que viria; ele disse (isto) :ficaria um tempo)
As
orações 2 e 3 são coordenadas entre si
ORAÇÕES
REDUZIDAS
Oração
reduzida: a oração que aparecer sem conjunção e em uma das formas nominais
do verbo (infinitivo, gerúndio ou particípio) terá a mesma classificação da
desenvolvida, que a apresenta conjunção, mais a expressão reduzida de
infinitivo, ou reduzida de gerúndio, ou reduzida de particípio.
Ex.:
Sendo considerado culpado, foi condenado a dez anos de
reclusão.
A
oração sendo considerado culpado é a causa da segunda, foi condenado
a dez anos de reclusão.
Portanto,
ela é uma oração subordinada adverbial causal reduzida de gerúndio (pois nela
há um gerúndio e não aparece conjunção alguma, daí ser reduzida).
A
oração subordinada adverbial causal desenvolvida correspondente, ou seja, com
conjunção, seria:
Foi
condenado a dez anos de reclusão, porque foi considerado culpado.
SINTAXE
( REGÊNCIA)
REGÊNCIA
A
regência enfoca o relacionamento entre os termos da oração, verificando o nível
de dependência entre eles. Chama-se regente o termo que exige complemento e
regido o termo complementar.
“
Ninguém assistiu ao formidável enterro...”
termo
regente termo regido
“
Necessidade de também ser fera.”
ermo
termo regente regido
REGÊNCIA
VERBAL
• Verbos que requerem uma ligação direta do complemento. São verbos
transitivos diretos ou de ligação, que dispensam auxílio de preposição.
Ver
filmes. Ler livros. Guiar carros. Ser feliz. Parecer cansado.
• Verbos que requerem complemento sempre com preposição. São os
verbos transitivos indiretos.
Depender
do carro. Incorrer em erro. Aludir a alguém.
• Verbos cujo complemento pode variar de preposição, sem alterar o
sentido. São também verbos transitivos indiretos.
Contentar-se
de ser feliz. Contentar-se com ser feliz.
Investir
contra ele. Investir para ele
• Verbos cujo sentido varia conforme o complemento (complemento com
ou sem preposição).
Aspirar
ao cargo.Desejar o cargo./Aspirar o pó. Sugar o pó (v.
transitivo direto).
Assistir
ao jogo. Ver o jogo./Assistir o doente. Cuidar do doente
(v. transitivo indireto).
Casos
especiais de regência verbal
Verbos
que têm o significado alterado conforme a mudança de regência.
1-
Aspirar
• É transitivo direto quando significa “inspirar, sugar, sorver.”
Não
há saída, em São Paulo aspiramos uma tremenda poluição.
• É transitivo indireto (pede a preposição a) quando significa “
ambicionar, desejar, almejar.”
Todos
aspiram a uma vida confortável.
Todos
aspiram a uma vida confortável.
2 –
Assistir
• É transitivo indireto (preposição a) quando significa “presenciar,
ver”
“
Ninguém assistiu ao formidável enterro de minha última quimera.”
• É transitivo indireto ( preposição a ) quando significa “dizer
respeito, competir.”
“ Aos
mortais comuns não assiste esse direito. “ (Antônio Callado)
• É transitivo direto quando significa “ajudar, prestar
assistência.”
“Acaso
as guardas assistiram os feridos, os oprimidos, os humilhados?”
• É intransitivo (e constrói-se com a preposição em) quando significa
“residir.”
“ O
réu assiste em Vila Rica, com seus comparsas.” ( Auto da devassa da
Inconfidência)
3-
Visar
• É transitivo direto quando significa “apontar, mirar”
“Visávamos
as mais moças, de pele dourada de sol.” (Rubem Braga)
• É transitivo direto no sentido de “dar um visto.”
“
Antônio Silvino, em pessoa, visou o documento.” ( José Lins do Rego)
• É transitivo indireto no sentido de “ter em vista.”
Visavam
ao cargo de presidente.
a)
não se recomenda uso de voz passiva com assistir, aspirar e visar como
transitivos indiretos
O
espetáculo foi assistido por todos. (errado) / Todos assistiram ao espetáculo.
(certo)
b)
Os verbos aspirar, assistir e visar (assim como outros transitivos
indiretos: referir-se,
simpatizar,
antipatizar, responder, etc.) não são usados com o s pronomes oblíquos lhe,
lhes.
Apesar
de transitivos indiretos, só aceitam as formas tônicas a ele, a ela, a eles,
a elas
Recomendam
o espetáculo os que assistiram a ele.
Os
tesouros, todos aspiram a eles.
Não
simpatizei com ela.
c)
No uso dos verbos aspirar, assistir e visar com pronomes relativos em
função de objeto indireto atente-se para a preposição adequada
O
filme a que/ ao qual assistimos
Os
tesouros a que/ aos quais aspiramos
Os
bens a que/ aos quais visamos
A
pessoa com quem/ com a qual simpatizo
4 –
Chamar
Transitivo
indireto ou transitivo direto, indiferentemente, no sentido de considerar,
denominar, cognominar, apelidar, tachar.
Chamei-o
palhaço. Chamei-lhe palhaço.
Em
qualquer caso podemos usar a preposição de.
Chamei-o
de palhaço. Chamei-lhe de palhaço.
• É transitivo direto quando significa “convocar.”
“O
velho cacique chamou os meninos.” (Gonçalves Dias)
• Admite duas construções quando significa”
a)
com objeto direto + predicativo do objeto com ou sem a preposição de
A
mãe chamou o filho de teimoso./ A mãe chamou-o teimoso.
b)
com objeto indireto (preposição a ) + predicativo do objeto (com ou sem
preposição de)
O
juiz chamou ao jogador de indisciplinado.
O
juiz chamou-lhe indisciplinado.
5-
Custar
• É transitivo indireto (preposição a) quando significa “ser
difícil, ser custoso.”
Custava
à moça acreditar no sorteio de seu nome.
Custava-nos
(=a nós) visualizar o erro.
• É também transitivo indireto quando significa “demorar”
O
carro dele custou a funcionar.
É
bastante erudito o uso do verbo custar + pronome oblíquo em estruturas com
oração reduzida de infinitivo.
Custava-me
crer nisso; Custa-me crer que é o silêncio puro.
“Custou-lhe
muito não poder comparecer à ópera.” (Machado de Assis)
Obs.:
Embora apresente sujeito oracional, tal verbo costuma aparecer com preposição
explicativa
“a”.
Custava-me a crer nisso.
6 –
Proceder
• É intransitivo no sentido de “ter procedência, ter fundamento.”
Nenhum
de seus argumentos procediam.
• É intransitivo e rege a preposição de antes do adjunto
adverbial, no sentido de “originar-se de.”
As
maçãs procederam da Argentina.
• É transitivo indireto (preposição a) no sentido de “dar início”
A
banca procedeu à arguição.
7-
Querer
• É transitivo direto no sentido de “desejar.”
O
bando queria os bens da casa.
• É transitivo indireto ( preposição a) no sentido de “estimar,
gostar”.
Ela
lhe quer muito bem./ Quero ao meu país.
8-
Precisar
• É transitivo indireto no sentido de “ter necessidade.”
As
laranjas precisam de mais tempo para amadurecer.
• É sempre transitivo direto no sentido de “marcar com precisão.”
Ninguém
sabia precisar as causas do acidente.
9-
Implicar:
TD =
acarretar
Toda
ação implica uma reação igual e contrária.
Esse
gesto implicou a sua demissão da firma.
TI, mas
sempre pronominal = envolver-se, (implicar-se em).
Desde
cedo o rapaz implicou-se em tráfico de drogas.
TI= ter
implicância(implicar com)
O
velho implicava com todo mundo.
Juçara
implicou comigo.
10-
NAMORAR: TRANSITIVO DIRETO, SEMPRE TD.
Ainda
não namorei Selma, mas um dia vou namorá-la.
Você
está namorando alguém?
11-
Obedecer e desobedecer:
Transitivo
Indireto, sempre Transitivo Indireto (obedecer a)
Aqui
todos obedecem ao regulamento.
Aqui
ninguém desobedece ao regulamento.
Bons
filhos obedecem aos pais.
Bons
filhos nunca desobedecem aos pais.
Quando
o complemento é coisa, não aceitam lhe, lhes, mas a ele, a
ela, a eles, a elas.
O
regulamento é esse, e todos obedecem a ele.
Mas
sendo transitivos indiretos, admitem o emprego na voz passiva.
O
regulamento é obedecido por todos.
O
regulamento não é desobedecido por ninguém
Verbos
com mais de uma regência e significado idêntico
1-
Esquecer/ lembrar
São
transitivos diretos quando não-pronominais e transitivos indiretos (preposição
de) quando pronominais
Ela
esqueceu os acontecimentos recentes.
transitivo
direto objeto direto
verbo
não-pronominal
Ela
se esqueceu dos acontecimentos recentes.
transitivo
indireto objeto indireto
verbo
pronominal
a)
Esqueci seu nome. Verbo transitivo direto
VTD
obj. direto
Lembrei
seu aniversário. Verbo transitivo direto
VTD
obj direto
b)
Eu me esqueci do aviso. Verbo transitivo indireto
VTI
obj indireto
Lembrei-me
do seu nome.
VTI
Obj indireto
Observação:
Quando o verbo é pronominal, o pronome é parte integrante do verbo.
2 –
Informar
Admite
duas construções:
• Coloca-se a pessoa como objeto direto e a coisa como objeto
indireto.
Informou
os atletas de sua tática.
objeto objeto
direto indireto
• Coloca-se a pessoa como objeto indireto (com a preposição a)
e a coisa como objeto direto.
Informou
aos atletas sua tática.
Objeto objeto
indireto direto
Admitem
a mesma regência de informar os verbos avisar, certificar,
cientificar, comunicar,noticiar, notificar.
3-Necessitar
É
usado como transitivo direto e como transitivo indireto (preposição de)
quando tem o sentido de ter necessidade, carecer.”
Necessito
algumas amostras.
objeto direto
Necessito
de algumas amostras
objeto
indireto
4-
Pagar/perdoar
• São transitivos diretos (portanto, podem ser passivizados) quando
o objeto direto referir-se a coisa.
Não pagamos
as prestações.
objeto
direto (nome de coisa)
Perdoaram
a dívida.
Objeto
direto
• São transitivos indiretos (preposição a) quando o objeto
referir-se a pessoa. Não admitem voz passiva.
Ninguém
pagou ao garçom.
objeto
indireto
Perdoaram
ao devedor.
objeto
indireto
• Também podem ser transitivos diretos e indiretos. (OD coisa + OI
pessoa)
Pagaram
a conta ao garçom.
Perdoaram
a dívida ao devedor.
Verbos
usados popularmente em desacordo com a norma culta
1-
Preferir
É transitivo
direto e indireto, podendo estar em construções do seguinte tipo:
• Com objeto direto.
Preferíamos
o carro branco.
objeto
direto
• Com objeto direto e objeto indireto.
Preferíamos
o carro branco ao carro preto.
objeto
direto objeto indireto
Não
são abonados os seguintes usos populares do verbo preferir.
Preferíamos
mais o carro dela do que o dele. ( Correção: Preferíamos o carro dela ao dele.)
Preferíamos
antes ficar em casa do que ir ao cinema. (Correção: Preferíamos ficar em casa a
ir ao cinema.)
2
–Simpatizar
É
transitivo indireto e não-pronominal.
Eu simpatizei
com todos na festa.
Objeto
indireto
Não
se recomenda o uso pronominal do verbo simpatizar
Eu
me simpatizo com você. (Correção: eu simpatizo com você.)
Preste
atenção à regência dos seguintes verbos:
1-
São transitivos diretos: abraçar, acudir, adorar, ajudar, amar,
compreender, convidar, cumprimentar, entender, estimar,estimular, julgar,
namorar, ouvir, prejudicar, ver, visitar.
2-
São transitivos indiretos: agradar, caber, convir, desobedecer,
obedecer, pertencer.
Com
pronomes relativos, é preciso que o pronome obedeça à regência do verbo do qual
é complemento.
A
preposição ocorre ou não antes do pronome, conforme a regência do verbo.
Estas
são as pessoas que amo.
em que
acredito
com que
concordo
de que
discordo
de que
gosto
IMPORTANTE
A
norma culta exige que os verbos e expressões que dão idéia de movimento sejam
usados com a preposição a:
Cheguei
a Salvador e fui ao hotel.
Dirigi-me
à farmácia mais próxima.
Dei
um pulo ao supermercado para comprar açúcar.
Com
um frio deste ninguém sai à rua.
Voltei
a casa desanimado.
As
crianças subiram às árvores, aos postes, aos muros, a todos
os lugares.
Na
língua cotidiana se veem usados com a preposição em, constituindo tal
prática um brasileirismo não de todo condenável. ( Saconni- Nossa Gramática
Teoria e Prática)
REGÊNCIA
NOMINAL
Como
os verbos, alguns nomes (substantivo, adjetivo, advérbio) podem apresentar mais
de uma regência.
Estava
ansioso para ouvi-lo.
Estava
ansioso por ouvi-lo.
Estava
ansioso de ouvi-lo.
Segue
uma lista de substantivos e adjetivos com as respectivas regências.
acessível
a difícil de medo a, de
acostumado
a, com digno de misericordioso com
adaptado
a entendido em para com
afável
a , com, para com equivalente a natural de
aflito
com, por erudito em
necessário
a
agradável
a escasso de negligente em
alheio
a, de essencial para nocivo a
alienado
de estranho a ojeriza a por, contra
alusão
a fácil de paralelo a
amante
de falha de, em parco em, de
ambicioso
de falta de passível de
analogia
com, entre favorável a perito em
análogo
a fiel a permissivo a
ansioso
de, para, por firme em perpendicular a
apto
a, para generoso com pertinaz em
atento
a, em grato a possível de
aversão
a, para, por hábil em possuído de
ávido
de, por habituado a posterior a
benefício
a horror a preferível a
capaz
de idêntico a prejudicial a
certo
de hostil a prestes a, para
compatível
com imbuído em , de propenso a, para
compreensível
a impossível de propício a
comum
a impróprio para próximo a, de
constante
de, em imune a, de relacionado com
constituído
de, por, com incompatível com residente em
contemporâneo
a, de inconsequente com responsável por
contíguo
a indeciso em rico de, em
contrário
a independente de, em seguro de, em
cuidadoso
com indiferente a semelhante a
curioso
de, a indigno de sensível a
desatento
a inepto para sito em , entre
descontente
com inerente a suspeito de, a
desejoso
de inexorável a transversal a
desfavorável
a leal a útil a, para
devoto
a, de lento em versado em
diferente
de liberal com vizinho a, de, com
CONCORDÂNCIA
NOMINAL
É a
concordância do nome com o substantivo.
Estudaremos
particularmente a concordância do adjetivo, que se diz nome, a
exemplo do pronome, do advérbio e do próprio substantivo.
CASOS
PRINCIPAIS
1
Quando
modifica dois ou mais substantivos, o adjetivo pode concordar com a totalidade
dos substantivos (é a concordância lógica ou gramatical) ou pode concordar com
o substantivo mais próximo (é a concordância atrativa). Ex.:
Concordâncias
lógicas Concordâncias atrativas
moto
e carro moto e carro USADO
motos
e carro motos e carro
moto
e carros moto e carros USADOS
motos
e carros USADOS motos e carros
carro
e moto carro e moto
carro
e motos carros e moto USADA
carros
e moto carro e motos
carros
e motos carros e motos USADAS
abacate
e mamão manga e laranja
mamãe
e abacate laranja e manga
abacates
e mamão mangas e laranja MADURA
mamão
e abacates USADOS laranjas e manga
mamões
e abacate laranja e mangas
mamões
e abacates laranjas e mangas MADURAS
abacates
e mamões mangas e laranjas
Observações:
1)
Se o adjetivo vem antes dos substantivos, a concordância se faz com o mais
próximo. Ex.: velhas revistas e jornal, velho jornal
e revistas; querido professor e colegas, queridos colegas
e professor; caro professor e equipe.
É
ainda obrigatória a concordância com o substantivo mais próximo quando o
sentido exige ou quando os substantivos são ou podem ser considerados
sinônimos. Ex.: relógio e mamão saboroso, ideia e pensamento fixo,
vida e tempo perdido.
2)
Se os substantivos forem antônimos, a concordância gramatical é obrigatória.
Ex.: Era capaz de um mesmo instante jurar amor e ódio eternos.
3) O
adjetivo anteposto ao substantivo aceita a concordância gramatical se os
substantivos exprimirem nomes próprios ou de parentesco. Ex.: Os
esforçados Luís e Manuel: queridos pai e mãe, caros
mãe e pai.
4)
Substantivos em gradação sinonímica exigem a concordância atrativa. Ex.: Todos
notaram a sua aversão, o seu pavor, a sua ojeriza corajosa pelo
governador.
5)
Uma série de substantivos no singular e o último no plural exigem a mesma
concordância
atrativa. Ex.: Encontramos no México vinho, café, camisa, jornal e revistas brasileiras.
2
Os
adjetivos compostos só têm o último elemento variável. Ex.: olhos verde-claros,
acordos afro luso-brasileiros.
O
composto indicativo de cor não varia se um de seus elementos é substantivo.
Ex.: olhos azul-turquesa, camisas vermelho-vinho.
Se a
cor é indicada apenas pelo substantivo, este, da mesma forma, não sofre
variação. Ex.: olhos turquesa, camisas vinho.
Azul-marinho,
azul-celeste e furta-cor não variam; camisas azul-marinho, meias
azul-celeste, saias furta-cor. Surdo-mudo faz no
plural surdos-mudos, como já vimos em Plural dos
substantivos compostos.
3
Os
adjetivos predicativos exigem, de preferência, a concordância lógica, em
qualquer circunstância.
Ex.:
O
rapaz e as garotas estavam tristonhos.
As garotas
e o rapaz estavam tristonhos.
Estavam
tristonhos o rapaz e as garotas.
Estavam
tristonhos as garotas e o rapaz.
Estavam
tristonhos a garota e o rapaz.
Conserve
sempre limpos as mãos e os pés.
Conserve
sempre limpos os pés e as mãos.
Conserve
sempre limpos a mão e o pé.
Conserve
sempre limpos o pé e a mão.
Conserve
sempre limpos as mãos e o pé.
Conserve
sempre limpos a mão e os pés.
Observação:
O
adjetivo predicativo pode não variar quando for nome abstrato ou substantivo de
uma só forma genérica. Ex.:
As
espinhas ou acnes são um enigma para a medicina. (Enigma é
substantivo abstrato).
Esses
rios são o esgoto da cidade. (Esgoto é substantivo
de uma só forma genérica, já que não existe a esgota.)
Outros
exemplos:
Os
traficantes são o alvo principal da polícia.
As
crianças são a esperança de uma nação.
Essas
questões eram o ponto chave do debate.
Amizades
sinceras são um tesouro na vida.
Fotografias
sem nitidez, fora de foco ou tremidas são o drama de qualquer
fotógrafo, amador ou profissional.
Para
uns, os elogios são incentivo; para outros, adulação.
4
Variam
normalmente: mesmo, próprio, só, extra, junto, quite, leso, obrigado,
anexo, incluso, nenhum. Ex.:
A
mulher mesma acusou o marido.
Elas
vivem acusando-se a si mesmas.
A
mulher própria acusou o marido.
Elas
vivem acusando-se a si próprias.
As
crianças ficaram sós (= sozinhas).
Os
operários fizeram horas extras.
As
moças chegaram juntas.
Estou
quite com o Banco. Vocês estão quites?
Crime
de leso-patriotismo e de lesa-pátria.
A
moça se despediu com um obrigada.
Segue
anexa a foto. Seguem anexas as fotos.
Já
está inclusa nas despesas a taxa do lixo.
Não
somos nenhuns bobocas.
Observações:
1) Mesmo
não varia quando equivale a realmente, de fato. Ex.: A
mulher acusou mesmo o marido?
2) Só
não varia quando equivale a somente. Ex.: As crianças
comeram só feijão.
3) Junto
não varia quando faz parte de locução prepositiva (junto a, junto
com, junto de). Ex.: Elas
estão
junto do pai, ficam junto ao muro, junto com a
mãe.
Às
vezes, só se usa junto, sem a preposição expressa, mas se nota
facilmente que foi omissa. Ex.:
A
mãe e o pai desembarcaram; junto chegaram os filhos. (= junto
com eles chegaram os filhos).
4)
Embora muito vulgarizada, convém não fazer uso da locução em anexo, criada
pelos que sentem insegurança no emprego do adjetivo anexo.
5) O
pronome nenhum, quando proposto, não varia. Nesse caso, portanto,
só é usado acompanhando nome singular. Ex.: Não tenho dinheiro nenhum. Não
votarei em candidato nenhum.
5
Não
variam quando advérbios: caro, barato, bastante, meio. Ex.:
A
gasolina custa caro. A gasolina não custa barato.
Trabalhamos
bastante. Ela está meio nervosa.
Quando
adjetivos, variam normalmente. Ex.:
A
gasolina está cara. A gasolina não está barata.
Saem
daqui bastantes pessoas ao meio-dia e meia.
Comprar
bastantes laranjas e meias melancias.
Observação:
Todo,
em função adverbial, pode sofrer concordância atrativa, mas a
concordância gramatical é própria da norma culta. Ex.:
As
crianças chegaram todo molhadas. (normal culta)
As
crianças chegaram todas molhadas. (língua cotidiana)
Ela
ficou todo nua. (normal culta)
Ela
ficou toda nua. (língua cotidiana)
6
Não
variam em hipótese nenhuma, na normal culta: cassete, bomba, padrão,
fantasma,
relâmpago,
pirata, monstro, surpresa, menos, alerta, salvo, tirante, exceto, a olhos
vistos, pseudo, de modo que, de maneira que, de forma que, de sorte que. Ex.:
fitas cassete, gravadores cassete; revelações bomba,
testemunhas bomba; escolas padrão, firmas fantasma,
vitória relâmpago, ataques relâmpago; fitas
pirata, edições pirata; passeatas monstro, pesquisas
monstro; festas
surpresa,
comícios surpresa; menos ruas; estão alerta;
salvo (ou tirante ou exceto) as crianças,
todos ali fumam; a dívida cresce a olhos vistos; pseudo-irregularidades;
estar bem de saúde, de modo que (ou de maneira que ou
de sorte que) pode viajar.
7
Não
variam os adjetivos adverbializados, isto é, os adjetivos que se usam no lugar
de advérbios.
Ex.:
Elas
falam alto, mas dançam gostoso.
Eles
gostavam de falar difícil; nós, fácil.
Transcrevi
errado as notícias.
Geralmente
equivalem, como se vê, a um advérbio em -mente. Eis alguns
dos
principais adjetivos adverbializados:
Alto
– (exemplo visto acima) Doce – Essas moças
cantam doce.
Áspero
– Elas responderam áspero. Duro – As mães agem duro com
os filhos.
Baixo
– Rezem baixo. Errado –
Transcrevi errado a frase.
Barato
– Chuchus custam barato. Escondido – Ela fazia tudo escondido.
Bonito
– Vocês falaram bonito. Fácil – Vocês gastam fácil.
Caro
– A gasolina custa caro. Falso – As meninas juraram falso.
Certo
– Ela somou certo a conta. Feio – Vocês dormem feio.
Claro
– Falaremos claro. Fino – Vocês falam fino.
Confuso
– Elas escrevem confuso. Forte – As mães batiam forte
nos filhos.
Demasiado
– Ela fala demasiado. Fraco – Jogamos fraco as
bolas.
Diferente
– Todos aqui amam diferente. Frio – Nossas filhas
suavam frio.
Difícil
– Vocês falam difícil! Fundo – Tais
fatos me calaram fundo.
Direito
– Faça as coisas direito. Gostoso – Elas riem gostoso.
Direto
– Elas vieram direto para cá. Grosso –
Os garotos falaram grosso.
Disparado
– Elas venceram disparado. Igual – Amamos igual
a todo o mundo.
Leve
– Eles tocam-lhe leve o rosto. Rápido –
Vistam-se rápido!
Ligeiro
– Andem ligeiro, meninos! Raro – Eles raro
vêm aqui.
Liso
– Ela gosta de dançar liso. Seco – Elas responderam seco.
Macio
– As garotas aqui andam macio. Sério – As moças
falavam sério.
Mole
– Os pais falavam mole com os filhos. Suave –
Eles assobiam suave.
Pesado
– Eles emprestam pesado.
Convém
lembrar que todos esses nomes, quando usados em função predicativa, variam:
Quero
deixar bem claras duas coisas:...
As
crianças acharam difíceis as provas.
Os
cavalos brasileiros saíram disparados, assim que deu o sinal de
partida.
As
pessoas entravam iguais e saíam diferentes.
Os
diretores saíram sérios da reunião.
8
As
expressões é preciso, é necessário, é bom etc. ficam invariáveis
se acompanhadas de
substantivos
que exprimem idéia genérica, indeterminada. Ex.:
É
preciso muita paciência para lidar com crianças.
É
necessário folga semanal remunerada.
Água
é bom para matar a sede.
Maçã
é ótimo para os dentes.
É
proibido entrada de pessoas estranhas.
Não é
permitido presença de estranhos aqui.
Havendo
determinação do substantivo, o adjetivo com ele concorda:
Esta
água é boa para matar a sede.
A
maçã argentina é ótima para a vista.
É
proibido a entrada de pessoas estranhas.
Não é
permitida a presença de estranhos aqui.
É
precisa sua presença aqui.
É
necessária nossa participação ativa nessa reivindicação.
São
precisos milhões de anos-luz para uma visita a outras galáxias.
Não serão
necessários estes exercícios para aprender a lição.
Observação:
A
idéia de indeterminação do substantivo permanece quando se usa pronome indefinido.
Observe o primeiro exemplo: É preciso MUITA paciência para lidar
com crianças.
9
Os
particípios de orações reduzidas concordam normalmente com o sujeito; só não
variam quando fazem parte de tempo composto da voz ativa; na voz passiva o
particípio varia normalmente. Ex.:
Feita
a denúncia, regressamos a casa.
Dada
a ordem, tratou-se de cumpri-la.
Dados
os últimos retoques, partimos.
Elas
tinham feito a denúncia; eles haviam dado a ordem.
Foi
inaugurada, na manhã de ontem, nova creche no bairro.
10
Possível
não varia se fizer parte de uma expressão superlativa com o
elemento o no singular (o mais, o menos, o pior, o melhor etc.)
ou se estiver acompanhando quanto. Ex.:
Vi
mulheres o mais elegantes possível.
Comprei
máquinas o melhor possível.
Traga
cervejas tão geladas quanto possível.
Observação:
Nesse
caso não é aconselhável fazer variar o artigo, já que a expressão adverbial é
constituída com o: o mais possível.
11
Dois
ou mais adjetivos podem modificar um mesmo substantivo. Nesse caso, é possível
apenas uma concordância, estando o substantivo no plural:
as
polícias civil e militar os setores público e privado
as
bandeiras brasileira e inglesa os níveis federal, estadual e
municipal
Se,
porém, repetirmos o artigo antes do outro adjetivo, ou dos outros adjetivos,
será possível ainda esta concordância, com o substantivo no singular:
a
polícia civil e a militar
a
bandeira brasileira e a inglesa
o
setor público e o privado
o
nível federal, o estadual e o municipal.
A
terceira concordância, com o substantivo no singular e a não-repetição do
artigo, que muitos advogam como correta, não é aconselhável, em virtude do
duplo sentido que enseja:
a
polícia civil e militar
a
bandeira brasileira e inglesa
o
setor público e privado
o
nível federal, estadual e municipal
Não
há polícia no mundo que seja civil e militar, nem muito
menos bandeira brasileira e inglesa.
Observe,
agora, as concordâncias possíveis quando se trata de numerais ordinais +
substantivo:
a primeira
e a segunda série (ou séries)
a
primeira e segunda séries
Isto
é: havendo repetição do elemento determinante (no caso, a),
qualquer concordância é possível;
não
havendo tal repetição, o plural é obrigatório.
Note:
o artigo, no segundo exemplo, não varia: a (e não as)
primeira e segunda séries. Outros
exemplos:
o primeiro
e o segundo grau (ou graus)
o
primeiro e segundo graus (e não: os primeiro e
segundo graus)
O
plural é obrigatório se o substantivo vem antes dos numerais. Ex.:
as
séries primeira e segunda, os graus primeiro e segundo.
Observação:
Tem
se reprovado alhures o uso do substantivo no plural, acompanhado de dois ou
mais adjetivos no singular, alegando-se que não é o substantivo que modifica o
adjetivo, mas o contrário.
O
que ocorre, porém, não é exatamente isso, mas sim o fato de dois ou mais adjetivos
modificarem um mesmo substantivo. Assim, não há razão para reprovar
concordâncias tais. Outros exemplos:
Paga-se
a dívida em médio e longo prazos.
O
assunto foi ventilado nos níveis estadual e federal.
Mísseis
nucleares de longo e curto alcances.
OUTROS
CASOS
I)
As expressões um e outro e nem um nem outro exigem
o substantivo posposto no singular, mas o adjetivo no plural. Ex.:
Conheço
um e outro rapaz argentino; trata-se de bons rapazes.
Não
conheço nem uma nem outra marca novas de uísque.
II)
Se os substantivos estão ligados por ou, o adjetivo concorda com
o substantivo mais próximo ou, então, vai ao plural. Ex.:
Só é
permitido o uso de caneta ou lápis vermelho (ou vermelhos).
Só é
permitido o uso de lápis ou caneta vermelha (ou vermelhos).
III)
As expressões formadas de adjetivo + de variam
normalmente. Exemplos:
Coitados
dos professores brasileiros! Ganham miséria!
Felizes
dos banqueiros! Ganham fábulas!
IV)
O pronome demonstrativo o é invariável quando funciona como
vicário, ou seja, quando substitui outro nome, expressão ou frase; equivale a isso.
Ex.:
A
moça é educada, e eu também o sou. (= sou isso.)
Ifigênia
era bonita ao natural; a irmã procurava sê-lo ao espelho (= Ser isso.)
Se
sabes de tudo e não o confessas, estás errado. (= Confessas isso.)
V) A
presença da preposição de entre uma palavra de valor substantivo
e um adjetivo permite que este fique absolutamente invariável. Ex.:
Vocês
não me trouxeram nenhuma coisa de bom?
Marisa
não tem nada de bobo e muito menos de ingênuo.
Essas
crianças não têm nada de puro.
Não
havendo a preposição de, a concordância será normal. Ex.:
Vocês
não me trouxeram nenhuma coisa boa?
VI)
A expressão um e outro, quando se refere a substantivos já
enunciados, varia em número apenas, ou em gênero e número, referindo-se um
sempre ao último substantivo. Ex.:
Tratamos
de exportações e mercado, fala-se muito hoje de um e outros (ou um
e outras).
Compramos
cadeiras e mesa novas: não lhes vou dizer o preço de um e outros (ou
uma e outras).
Se a
referência for a pessoas de sexos diferentes, exprimindo reciprocidade ou não,
ficará
absolutamente
invariável tal expressão ou semelhante. Ex.:
Adão
e Eva pecaram e, depois, um e outro caíram nos pés do Senhor.
Luís
e irmã reconciliaram-se, depois, um com o outro.
A
garota e o rapaz caminhavam juntos e, de vez em quando, dirigiam-se um ao
outro.
Luís
e Teresa, chegaram; um com frio, outro com calor.
VII)
Qualquer pronome que se refira a dois ou mais substantivos de gêneros
diferentes, vai ao masculino plural. Ex.:
Homens
e mulheres, cumprimentaste-os sem distinção.
Conheci
garotas e rapazes, com os quais simpatizei bastante.
VIII)
O substantivo candidatos rege, de preferência, nome no singular.
Ex.:
Há
muitos candidatos a vereador.
Havia
inúmeros candidatos a deputado.
Nesse
caso, é a idéia de cargo ou função que predomina. Ao se verificar promoção nos
quadros do Exército, os oficiais são promovidos a capitão, a major,
a coronel, a general, e não a capitães,
a majores etc., com predomínio da idéia de patente.
Assim,
é legítimo construir-se:
A
Drª Branca Gonçalves assumiu o cargo de desembargador no Tribunal
de Justiça.
Ana
Paula de Sousa é o meu diretor adjunto.
IX)
As locuções não variam em hipótese nenhuma. Usamos: pagamento em dia (e
não em dias), camisas sob medida, vendas a
prazo, qualidade por inteiro, avisos por escrito etc.
X)
Quando se usam dois ou mais nomes sinônimos, de gêneros diferentes, a
concordância se faz com o primeiro nome. Ex.:
A
casa ou lar do animal foi devastada.
O
lar ou casa do animal foi devastado.
O
lastro ou âncora cambial é necessário, porque, em economia com
inflação crônica, o processo de formação de expectativas geralmente é
contaminado por componente psicológico.
O
adjetivo ou particípio concorda, no entanto, com o último elemento, quando está
diretamente ligado ao substantivo. Ex.:
O
sangramento ou hemorragia nasal causada...; o corte ou construção
feita em ângulo reto...
===========================================
CONCORDÂNCIA
VERBAL: COM SUJEITO SIMPLES; COM SUJEITO COMPOSTO.
CONCORDÂNCIA
DE SER E PARECER. CONCORDÂNCIA IRREGULAR OU
FIGURADA.
CONCORDÂNCIA
VERBAL
COM
SUJEITO SIMPLES
Concordância
verbal é a concordância do verbo com o sujeito. Ex.:
A
casa ruiu. Existe pessoa feliz.
As
casas ruíram. Existem pessoas felizes.
CASOS
GERAIS
I)
O verbo concorda com o sujeito em número e pessoa.
Ex.:
O cigarro é
um mal.
Sujeito
A
poluição acarreta danos à saúde.
O
cigarro deve ser evitado; a poluição pode ser eliminada.
Falta
um minuto para as três horas.
Faltam
dois minutos para as três horas
Basta
você como minha companhia
Bastam
alguns minutos de guerra, e o mundo se acaba.
Deu uma
hora ou deram doze horas?
Deu doze
horas o relógio da sala.
No
despertador deram treze horas.
Soam
dezoito horas neste instante.
Soa dezoito
horas o relógio da matriz.
Soam
dezoito horas no relógio da matriz
Daqui
há pouco baterão cinco horas.
Daqui
há pouco baterá cinco horas esse relógio.
II)
Os verbos que não podem ter sujeito, chamados impessoais, são
usados sempre na 3ª pessoa do singular. Ex.:
Chove
bastante. Venta muito.
Faz invernos
rigorosos no Sul do Brasil.
Como
havia muitas pessoas na fila, houve brigas e
discussões.
Se
vierem acompanhados de auxiliar, este fica, ainda, na 3ª pessoa do singular.
Ex.:
Deve
chover bastante. Pode ventar muito.
Está
fazendo invernos rigorosos no Sul do Brasil.
Como
deve haver muitas pessoas na fila, pode haver
brigas e discussões.
Observação:
Alguns
verbos rigorosamente impessoais são, no mais das vezes, usados em sentido
figurado; nesse caso, sofrem variação normal. Ex.:
Chovem
asneiras nas provas de Português.
Trovejavam
de raiva os chefes de seção.
III)
Verbo transitivo direto + SE + sujeito paciente = o verbo concorda normalmente
com o sujeito. Ex.:
Aluga-se
automóvel e vendem-se bicicletas.
Aqui
não se cometem equívocos nem se praticam malabarismos.
Observações:
1)
Se o verbo transitivo direto é acompanhado de verbo auxiliar, só este varia.
Ex.:
DEVEM
se procurar outras soluções: não se PODEM dar aulas
particulares por preço tão vil.
2)
Verbos transitivos direitos e indiretos também podem ter sujeito paciente. Ex.:
Aqui
não se dão aulas a estrangeiros.
3)
Verbo apenas transitivo indireto, como não pode ter sujeito paciente, fica
sempre invariável. Ex.:
objeto
indireto
Precisa-se
de empregados.
objeto
indireto
Os
rapazes chegaram; trata-se de estudantes.
IV)
Nome coletivo no singular deixa o verbo no singular, mesmo que venha seguido de
nome no plural. Ex.:
O
pessoal ainda não chegou; a turma não gostou disso.
Um
bando de cafajestes depredou a casa.
Uma
série de irregularidades aconteceu ali.
Observações:
1) Um
milhão, um bilhão, um trilhão etc. exigem o verbo no singular, como
nomes coletivos que são.
Ex.:
Um
milhão de reais foi gasto à toa nessa obra.
Um
bilhão de pessoas vive na China.
Usada
a conjunção, seguida de número determinado e inteiro, contudo, o verbo vai ao
plural. Ex.:
Um
milhão e quinhentos mil reais foram gastos à toa nessa obra.
Mais
de um bilhão e cem mil pessoas vivem na China.
Se a
conjunção não é seguida de número determinado e inteiro, temos:
Um
milhão e meio de reais foi gasto à toa nessa obra.
Mais
de um bilhão e pouco de pessoas vive na China.
Muitos
usam o verbo no plural com milhão, bilhão, trilhão etc. levando
em consideração a ideia de que tais nomes representam, sem atentarem para o
número em que se encontram (singular). Um nome coletivo apenas dá ideia de
pluralidade, sem necessariamente estar no plural. Ex.:
O
exército alemão é brioso. A fauna brasileira é riquíssima.
Tonelada,
também nome coletivo, exige verbo no singular:
Uma
tonelada de grãos foi perdida.
Uma
tonelada de caixas de manga foi exportada.
Se
no sujeito aparece a conjunção e, não seguida de número
determinado e inteiro, o verbo
continua
no singular:
Uma
tonelada e meia de grãos foi perdida.
Uma
tonelada e pouco de grãos foi perdida.
Se
os números são determinados e inteiros, porém, o verbo no plural é obrigatório:
Uma
tonelada e duzentos quilos de grãos foram perdidos.
Uma
tonelada e cem quilos de papel estão estragados.
2)
Quando um coletivo seguido de nome no plural antecede o pronome relativo que,
faculta-se a concordância (com o coletivo ou com o nome). Ex.:
O
diretor fez referência à série de irregularidades que aconteceu (ou
aconteceram) ali.
Foi
um bando de cafajestes que depredou (ou depredaram)
a casa.
Ninguém
sabia dar resposta a uma série de perguntas que foi feita (ou foram
feitas).
V) O
verbo viver, nas orações optativas, deve concordar normalmente
com o sujeito, que nesse caso aparece posposto. Ex.:
Viva
a noiva! Vivam os noivos! Viva eu! Vivamos
nós! Vivam todos!
VI)
Nomes que terminam em s exigem o verbo no plural somente se
estiverem acompanhados de determinante no plural; caso contrário, o verbo fica
no singular. Ex.:
Santos
fica em São Paulo; Campos é cidade fluminense.
O
Amazonas deságua no oceano Atlântico.
Itens
nunca recebeu acento gráfico.
Meus
óculos desapareceram.
Os
Estados Unidos terão novo presidente este ano.
Observação:
Nomes
de obras artísticas, quando acompanhados de determinante no plural, devem
deixar o verbo no singular:
“Os imigrantes”
foi uma boa telenovela.
“Os
cafajestes” está esgotado há muito tempo.
“Os
mansos” continua em cartaz nos cinemas da cidade.
Existe,
porém, a prática de usar o plural, mormente quando se trata de obra literária e
clássica:
“Os
lusíadas” são de Camões.
“Os
três mosqueteiros” foram escritos por Alexandre Dumas.
“Os
sertões” engrandeceram a literatura brasileira.
Ainda
assim, melhor será o uso do singular, considerando todos esses casos como de
plural
aparente,
a fim de evitar pequenas polêmicas. Dionélio Machado, por exemplo, tem uma obra
que se intitula
“Os
ratos”. Adotada a prática de uso do verbo no plural, seremos obrigados a
construir:
“Os
ratos” contribuíram bastante na literatura brasileira moderna.
“Os
ratos” estão em que parte da biblioteca?
“Os
ratos” são muito agradáveis, levei-os à praia e me
deliciei com eles.
Todos
conviremos em que não fica bem.
VII)
Coletivos partitivos (a maioria de, grande parte de, bom número de, metade de
etc.), seguidos de nome no plural, deixam o verbo no singular (concordando com
eles), ou vão ao plural (concordando com o nome
posposto
a eles). Ex.:
A
maioria dos homens pagou/pagaram ingresso.
Metade
dos turistas já retornou/retornaram a seus países.
A
maior parte dos homens ficou molhada/ficaram molhados.
Grande
número de mulheres ficou molhado/ficaram molhadas.
VIII)
Números percentuais e fracionários exigem a concordância normal. Ex.:
suj.
Trinta
por cento da cidade estão inundados.
suj.
Um
terço da cidade está inundada, dois terços estão sob as águas...
Os
percentuais também admitem a concordância irregular ou figurada, isto é, a
concordância com o nome que se lhes segue. Ex.:
Trinta
por cento da cidade está inundado.
Sessenta
por cento das mulheres ficaram feridas.
Se o
número percentual vem determinado por artigo ou por pronome adjetivo, faz-se
com eles a concordância. Ex.:
Os
30% da produção serão exportados.
Esses
2% do lucro já me bastam.
Atente-se
para estas concordâncias, com números inteiros e fracionários:
O
1,36kg de presunto que comprei estava estragado.
Meu
1,99kg de queijo desapareceu da geladeira.
Os
36kg de presunto que comprei estavam estragados.
Meus
99kg de queijo desapareceram da geladeira.
Seu
1,90m não lhe permitia tanta agilidade.
Seus
90cm não impunham respeito a ninguém.
IX)
O pronome que não interfere na concordância; o pronome quem,
porém, exige o verbo na 3ª pessoa do singular. Ex.:
Sou
eu que faço tudo aqui, mas são eles que ganham dinheiro.
Sou
eu quem faz tudo aqui, mas são eles quem ganha dinheiro.
Observação:
Na
língua cotidiana, o pronome quem não interfere na concordância.
Ex.:
Sou
eu quem faço tudo aqui, mas são eles quem ganham dinheiro.
Tal
concordância deve ser evitada. Se invertermos a ordem dos termos da oração,
teremos apenas uma concordância:
Quem
faz tudo aqui sou eu, mas quem ganha dinheiro são
eles.
Não
se vê, mesmo na língua cotidiana, esta concordância absurda:
Quem
faço tudo aqui sou eu, mas quem ganham dinheiro são
eles.
X)
Quando concorrem dois pronomes, o verbo concorda com o segundo pronome, se
ambos estão no plural, mas concordará com o primeiro pronome, se possuírem
distintos. Ex.:
Ambos
os pronomes no plural
Quais
de nós estaremos vivos amanhã?
Alguns
de vós sabereis de toda a verdade.
Pronomes
de números distintos
Qual
de nós estará vivo amanhã?
Cada
um de vós saberá de toda a verdade.
XI)
Todos os pronomes de tratamento são da 3ª pessoa; portanto exigem o verbo nessa
pessoa. Ex.:
V.
Exª acordou cedo hoje!
V.
M. fique despreocupado, que nada lhe acontecerá.
XII)
Um + substantivo + que exigem o verbo na 3ª pessoa do singular, a
exemplo de o primeiro que, o
último
que, o único que. Ex.:
Sou
um homem que acredita em Deus.
Sempre
fui uma pessoa que cumpriu o seu dever.
Sou
o último que chega e o primeiro que fala.
Fui
o único que manteve a calma.
XIII)
O verbo concorda com o numeral que acompanha expressões tais como mais
de, menos de, cerca
de,
perto de etc. Ex.:
Mais
de um aluno passou.
Menos
de duas pessoas entraram no cinema.
Cerca
de cem passageiros morreram no acidente.
Observações:
1) Mais
de um exige o plural quando o verbo exprime reciprocidade de ação ou,
então, quando se lhe segue um coletivo com nome no plural. Ex.:
Mais
de um jogador se cumprimentaram após o jogo.
Mais
de uma pessoa se abraçaram emocionadas.
Mais
de um bilhão de pessoas no mundo não sabem ler.
Mais
de um cardume de piranhas nos atacaram.
2)
Quando a tais expressões se segue um número percentual, a concordância com este
é obrigatória. Ex.:
Mais
de 1% da população foi perdido.
Menos
de 80% da produção foram perdidos.
XIV)
A expressão um dos que exige, no português contemporâneo, o verbo
OBRIGATORIAMENTE NO PLURAL. Ex.:
Manuel
é um dos que mais reclamam, mas um dos que menos ajudam.
Serei
eu um dos que votarão na oposição, porque sou um dos que não aceitam
este estado de coisas.
Observe
que a expressão de sentido contrário, nenhum dos que ou nem
um dos que, não aceita o verbo no singular. Ex.:
Nenhum
dos que se elegeram é político experiente.
Nem
uma das que me escreveram recebeu resposta.
Em
hipótese nenhuma, em nenhum estádio da língua se construiu:
Nenhum
dos que se elegeu é político experiente.
Nem
uma das que me escreveu recebeu resposta.
Isso
é solecismo puro, como o é “eles foi” ou “sou um dos que vive
no Rio de Janeiro”.
Observação:
O
uso do verbo no singular com a expressão pura e simples um dos que –
reiteramos – é, na língua moderna, absolutamente inaceitável. Os exemplos
clássicos existentes pertencem, no mais das vezes, ao quinhentismo, época em
que o português, tenro de existência, não havia ainda firmado regras de uso de
modo
definitivo; segui-los, hoje, é enveredar por caminhos estreitos, que só levam
ao solecismo.
Quando
a expressão um dos que vem entremeada de substantivo, o verbo
pode:
a)
ficar no singular obrigatoriamente. Ex.:
O
Tietê é um dos rios paulistas que atravessa o Estado de São
Paulo.
Nesse
caso, o uso do singular é de rigor, porque o verbo se refere a um só ser, e não
a mais
do
que um: dos rios paulistas, o Tietê é um que atravessa
o Estado de São Paulo; aliás, o único, já que não existe outro que o faça.
Outro exemplo:
O
Sol é um dos astros que dá luz e calor à Terra.
Também
aqui só cabe o uso do verbo no singular, porque a referência verbal se faz a um
só ser: dos astros, o Sol é um (o único) que dá luz e calor à
Terra; nenhum outro astro o faz.
b)
ir ao plural
O
Tietê é um dos rios paulistas que estão poluídos.
Aí
cabe o uso do plural, porque a referência verbal se faz a dois ou mais seres, e
não apenas a um; dos rios paulistas que estão poluídos, o Tietê é um deles,
não o único. Outro exemplo:
O
Sol é um dos astros que possuem luz própria.
Há
outros astros que possuem luz própria, e não apenas o Sol; daí o uso do verbo
no plural.
c)
ficar no singular, ou ir ao plural, dependendo do sentido que se queira dar à
frase. Ex.:
Luísa
foi uma das mulheres que mais me amou/amaram.
O
verbo ficará no singular se, das mulheres, Luísa foi uma
que mais me amou; se, porém, das
mulheres
que mais me amaram, Luísa foi apenas uma, o verbo
irá ao plural. Este é um caso, como se vê, opinativo. Outro exemplo:
Zico
foi um dos maiores craques que existiu no mundo.
Essa
é uma frase típica de torcedor apaixonado. Aquele que não se deixa levar pela
paixão constrói:
Zico
foi um dos maiores craques que existiram no mundo.
===============================================================
COM
SUJEITO COMPOSTO
I)
Verbo depois do sujeito = plural; verbo antes do sujeito = concordância com o
elemento mais próximo.
Ex.:
A
gasolina e o álcool sobem hoje.
Sobe
hoje a gasolina e o álcool.
O
motorista e todos os passageiros morreram.
Morreu
o motorista e todos os passageiros.
Morreram
todos os passageiros e o motorista.
O
verbo anteposto ao sujeito só vai obrigatoriamente ao plural quando exprime
reciprocidade de ação. Ex.:
Brigaram
Ifigênia e Hortênsia.
Cumprimentaram-se
o professor e o aluno.
Longe
está, porém, de constituir incorreção o uso do plural, quando não for esse o
caso. Assim, podemos ainda construir:
Sobem
hoje a gasolina e o álcool.
Morreram
o motorista e todos os passageiros.
A
concordância com o elemento mais próximo, contudo, ocorre até mesmo em texto
bíblico:
“Passará
o céu e a terra, mas minhas palavras ficarão”.
Observações:
1)
Quando o sujeito é representado por números que identificam as horas, a
concordância se faz normalmente:
Uma
hora e um quatro foram gastos no trabalho.
Uma
hora e vinte minutos serão gastos no trabalho.
Uma
hora e meia estão sendo perdidas inutilmente.
Exatamente
duas horas e dois minutos foram cronometrados desde a sua saída
até a chegada.
Se o
verbo usado é de ligação, a concordância é outra, visto que o verbo aparece,
por via de regra, antes do numeral. Ex.:
É uma
hora e um quarto.
Era uma
hora e vinte minutos.
Será
só um minuto e meio.
Veja
o que afirmamos em Concordância do verbo ser.
2)
Fica no singular o verbo, ainda, quando o sujeito composto é constituído de orações.
Ex.:
É preciso
que eu vá e que você fique.
Era necessário
que ela me amasse e que eu antes a encontrasse...
II)
Sujeito formado de pessoas gramaticais diferentes = o verbo concorda com a
pessoa que tem primazia (a primeira tem primazia sobre as demais, e a segunda
prevalece sobre a terceira). Ex.:
Eu e
ela chorávamos muito; tu e ele ríeis à beça.
Chorávamos
eu e ela; ríeis à beça tu e ele.
Chorava
eu e ela; rias à beça tu e ele.
Observação:
Como
a segunda pessoa do plural é de uso muito restrito na língua contemporânea,
prefere-se o emprego da terceira quando concorre a segunda com a terceira. Ex.:
Tu e ele riam à beça.
III)
Aparecem entre os sujeitos as palavras como, menos, inclusive, exceto ou
as expressões bem como, assim como, tanto quanto ou equivalentes
= o verbo concorda com o primeiro elemento. Ex.:
Vocês,
como eu, gostam de praia.
Todos,
menos tu, aplaudiram.
Este
contrato, inclusive as despesas a ele atinentes, corre por conta
do proprietário do imóvel.
A
vida, bem como a matéria e a energia, sempre existiu.
Juçara
e o marido, assim como nós, vivem uma fase difícil.
A
música, tanto quanto a matemática e a química, conseguiu superar
as barreiras culturais e lingüísticas entre os povos.
IV) Um
e outro, nem um nem outro, nem...nem = verbo no singular ou no plural,
indiferentemente. Ex.:
Veja
a indiferença com que um e outro ouve/ouvem o discurso.
Os
dois alunos foram avisados, mas nem um nem outro compareceu/compareceram à
escola.
Nem
eu nem Izabel sabe/sabemos o motivo da demissão.
Nem
Izabel nem eu sei/sabemos da demissão.
Observação:
Em
orações como Um e um são dois, Dois e dois são quatro, Corinthians e
Palmeiras
terminou
em 0 a 0, o sujeito é composto só aparentemente, porque não se pode atribuir
o predicado a um só núcleo do sujeito, mas a ambos ao mesmo tempo, os
quais formam um todo uno e indivisível; portanto
o
sujeito é único. Estão no mesmo caso as orações que têm como núcleos do sujeito
infinitivos que forma um todo. Ex.: “Crer em Jesus Cristo e viver como pagão é
grande absurdo” (Padre Vieira).
O
absurdo resulta da contradição entre os dois atos, não sendo possível atribuir
a um só núcleo aquilo que se declara no predicado; há, também aí, somente um
sujeito.
Está
no mesmo caso esta frase tipicamente esportiva: Dois contra um é falta.
V)
Os sujeitos apresentam gradação de idéias = verbo no singular. Ex.:
Um
prefeito, um governador, um presidente, precisa de no mínimo
cinco anos de mandato para Poder realizar uma boa administração.
VI)
Os sujeitos são sinônimos ou tomados por sinônimos = verbo no singular. Ex.:
O
rancor e o ódio não conduz a boa coisa.
A
coragem e o destemor fez dele um herói.
VII)
Infinitivos antônimos ou determinados = verbo no plural. Ex.:
Discordar
e apoiar são próprios da democracia.
O
andar e o nadar fazem bem à saúde.
Observação:
Se
os infinitivos não são antônimos, ou se não vêm determinados, o verbo fica no
singular. Ex.:
Ensinar
e aconselhar é de sábios.
Andar
a nadar faz bem à saúde.
Sujar
a roupa de giz e passar noites corrigindo provas nunca desanimou os
professores.
Ser
esposa, cuidar do marido, dos filhos, da casa e ainda trabalhar fora
deixa
as mães sobrecarregadas e exaustas.
VIII)
Um pronome indefinido resume todos os sujeitos anteriores = verbo no singular.
Ex.:
Vaias,
protestos, risadas, ironias, palavrões, nada abalava o ânimo do
ministro.
O
burro, o asno e o preguiçoso, sem pancadas, nenhum se mexe.
Honrarias,
glória, elogios, notoriedade, fama, cada um deles é apenas um
eco, uma sombra, um sonho, uma flor que qualquer vento leva e qualquer chuva
danifica.
Observação:
No
singular ainda fica o verbo quando, depois do pronome indefinido, aparece a
expressão e muito mais ou equivalente. Ex.: Solidão, angústia,
tristeza, tudo isso e muito mais o afligia.
IX)
Vários sujeitos têm como adjunto o pronome cada ou nenhum =
verbo no singular. Ex.:
Cada
diretor, cada professor, cada aluno, naquela escola, fazia o que
bem entendia.
Nenhum
político, nenhum cidadão, nenhum ser humano, faria isso.
X)
Sujeitos ligados por não só...mas também, tanto...como ou
equivalentes = verbo no plural. Ex.:
Não
só a mãe, mas também a filha precisam de ajuda.
Tanto
a mãe como a filha choravam.
XI)
Sujeitos ligados pela preposição com = verbo no plural. Ex.:
A
mãe com a filha estiveram no baile.
Ela
com as amigas saíram a passeio.
Observação:
Desejando
se dar ênfase ao primeiro sujeito, quer por sua importância natural, quer por
deliberação própria do autor da frase, o verbo com ele concorda. Ex.:
O
rei com os guarda-costas esteve no baile.
O
ministro com seus assessores chegou de automóvel.
Nesse
caso teríamos, de fato:
O
rei esteve no baile com os guarda-costas.
O
ministro chegou de automóvel com seus assessores.
Eis
outro caso, em que se usa o verbo no singular:
O
frango com polenta fez a fama desse restaurante.
O
café com leite da sua casa é melhor que o da minha.
XII)
Entre os sujeitos aparece a conjunção ou = o verbo fica no singular se há idéia
de exclusão ou de sinonímia. Ex.:
Luís
ou Manuel casará com Teresa.
A
Fonêmica ou Fonologia estuda os fonemas de uma língua.
Se o
sujeito for constituído de pessoas gramaticais diferentes, o verbo concordará
com a pessoa mais próxima. Ex.:
Eu
ou ele casará com Teresa.
Ele
ou eu casarei com Teresa.
Diz-se
o mesmo de nem...nem. Ex.:
Nem
Luís nem Manuel casará com Teresa.
Nem
ele nem eu casarei com Teresa.
Nem
eu nem ele casará com Teresa.
Observações:
1) A
conjunção ou exige o verbo no singular:
a)
se aparecer ligando adjetivos, com valor de aditivo, após um sujeito simples.
Ex.:
O
policial, civil ou militar, deverá prestar exames médicos anuais.
(= O policial civil e militar, ...)
b)
quando aparece junto de vice-versa. Ex.:
A
troca, na escrita, do i pelo e, ou vice-versa, é comum.
Às
vezes se usa e vice-versa no lugar de ou vice-versa, o
que não altera a concordância. Ex.:A
troca,
na escrita, do i pelo e, e vice-versa, é comum.
2) A
conjunção ou exige o verbo no plural:
a)
se não há idéia de exclusão. Ex.: Luís ou Manuel chegarão a
qualquer momento.
b)
se há antonímia. Ex.: O amor ou o ódio exagerados não levam a boa
coisa.
c)
se a conjunção tem valor corretivo. Ex.: O ladrão ou os ladrões saíram pela
porta dos fundos.
XIII)
Um ou outro faz parte do sujeito = verbo no singular. Ex.:
Um
ou outro acidente acontecia neste local.
Uma
ou outra pessoa comparecia às festas ali realizadas.
XIV)
Quando dois ou mais adjuntos modificam um único núcleo, o verbo, naturalmente,
fica no singular, concordando com o núcleo único. Ex.:
A imagem
de Nosso Senhor do Bonfim e de Nossa Senhora da Conceição saiu para
a procissão na hora marcada.
O
preço dos combustíveis e dos alimentos aumentou.
A
vida dos pais e dos filhos continua inalterada.
Se,
porém, houver dois ou mais núcleos, representados por substantivo e pronome(s),
o verbo vai ao plural. Ex.:
A imagem
de Nosso Senhor do Bonfim e a de Nossa Senhora da
Conceição saíram para a procissão na hora marcada. O preço dos
combustíveis e o dos alimentos aumentaram.
A
vida dos pais e a dos filhos continuam inalteradas.
===============================================================
CONCORDÂNCIA
IRREGULAR OU FIGURADA
Concordância
irregular ou figurada é a que se faz com a idéia
subentendida, e não com o que está escrito na frase:
Esse
tipo de concordância recebe o nome de silepse, de que há três
tipos: de gênero, de número e de pessoa.
SILEPSE
DE GÊNERO
Dá-se
nestes principais casos:
a)
Com os nomes de cidades, ruas, avenidas, rodovias etc. Ex.:
Ribeirão
Preto é muito desorganizada no trânsito.
Passei
pela Teodoro Sampaio para chegar à Dr. Arnaldo.
(Rua e Avenida)
A Trabalhadores
será prolongada. (Rodovia)
b)
Com as fórmulas de tratamento em geral. Ex.:
V.
Sª é bom e justo, mas não é honesto.
V.
Exª está enganado.
c)
Com os pronomes indefinidos ou com palavra ou expressão de idéia indefinida.
Ex.:
Alguém
está nervosa, por acaso? Ninguém está nervosa.
A
gente ficou convencido das suas boas intenções.
Uma
pessoa carregava uns pacotes, e a polícia o deteve.
d)
Com o substantivo tomado em sentido genérico, ficando o adjetivo no gênero
neutro, representado em português pelo masculino. Ex.:
É
preciso muita imaginação para viver no Brasil.
Limonada
é ótimo para matar a sede.
e)
Com um pronome, em referência a substantivo sobrecomum. Ex.:
Quem
me atendeu foi aquele caixa, mas não sei o nome dela.
Era
uma criança inteligente; com ele todos aprendiam
algo.
f)
Com os artigos o e um, quando usados com nome
feminino aplicado a pessoa do sexo masculino. Ex.:
O
camisa dez da seleção brasileira era, nesse tempo, Pelé.
Seu
marido, Ifigênia, é um banana.
SILEPSE
DE NÚMERO
Dá-se
nestes três casos:
a)
Com os pronomes nós e vós substituindo eu e
tu. Ex.:
Estamos
muito motivado para esse trabalho.
Vós
serás bem recompensado por isso.
b)
Com o coletivo no singular, porém, com o verbo no plural, a concordar com a
idéia de plural contida no coletivo. Ex.:
O
eleitorado não suportava mais aquela situação de miséria em que vivia, por isso
estavam
ansiosos
para a chegada da eleição.
O
pessoal de casa estava inquieto desta a mudança de governo; pensavam em
mudar-se para o exterior.
A
maioria dos homens ficaram resfriados.
c)
Com as expressões numéricas, o verbo ser fica no singular por
silepse. Ex.:
Alguns
segundos de tortura é uma eternidade.
Dois
metros é a distância mínima exigida aos repórteres.
Sessenta
por cento foi uma boa comissão.
Quinhentos
cruzeiros era uma fortuna naquela época.
SILEPSE
DE PESSOA
A
silepse de pessoa ocorre quando a pessoa que fala ou escreve também participa
do processo verbal; daí o verbo necessariamente na primeira pessoa do plural.
Ex.:
Os
brasileiros somos românticos.
Os
três já íamos saindo.
Observações:
1) O
nome gente, geralmente de idéia coletiva, favorece muito as silepses. Se não,
vejamos
Eles
pensam que a gente é bobo. (SG)
Aquela
gente não vai ao baile: estão cansados. (SG e SN)
A
gente não vai ao baile: estamos cansados. (SG, SN e SP)
A
gente não fez isso por mal. Acho que nos interpretaram
mal. (SN e SP)
2)
Quando se preenchem formulários, ocorre silepse de gênero nos itens estado
civil e nacionalidade. O indivíduo do sexo masculino deve
escrever no primeiro item: solteiro (ou casado etc.);
no segundo item:
brasileiro
(ou português etc.). O indivíduo do sexo feminino
escreverá: solteira (ou casada etc.),
brasileira
(ou portuguesa etc.).
PONTUAÇÃO
Para
reproduzir, na linguagem escrita, os inumeráveis recursos da fala, contamos com
uma série de sinais
gráficos
denominados sinais de pontuação. São eles:
O
ponto ( . )
O
ponto de interrogação ( ? )
Ponto
de exclamação ( ! )
A
vírgula ( , )
O
ponto- e- vírgula ( ; )
Os
dois-pontos ( : )
As
aspas ( “ ” )
O
travessão ( - )
As reticências
( ... )
Os
parênteses ( )
Alguns
sinais de pontuação servem, fundamentalmente, para marcar pausas (o ponto, a
vírgula, o ponto e
vírgula).
Outros têm a função de marcar a melodia, a entonação da fala (o ponto de
exclamação, o ponto de
interrogação,
etc.).
Não
é possível fixar todas as regras para o emprego correto dos sinais de
pontuação,
pois, além dos casos em que o uso de determinados sinais é obrigatório, existem
também razões
de
ordem subjetiva para sua utilização. A seguir, passaremos a expor algumas
orientações sobre o assunto.
O
PONTO
O
ponto é utilizado para encerrar qualquer tipo de período, exceto os terminados
por orações interrogativas
diretas
ou exclamativas. Indica pausa longa.
Anoitecia.
Eu sou estudante. Refiz as contas e não descobri onde errei.
O
ponto é também usado para indicar abreviaturas.
Sr.,
Sr.ª., V.S.ª., Ex. , etc.
O
PONTO DE INTERROGAÇÃO
O
ponto de interrogação é usado no fim de orações interrogativas diretas. Nunca é
colocado no fim de uma oração interrogativa indireta.
Entendeu?
Será
que vai chover?
O
PONTO DE EXCLAMAÇÃO
O
ponto de exclamação é colocado após determinadas palavras, como as
interjeições, e no fim orações enunciadas com entonação exclamativa. Denota,
entre outras coisas, entusiasmo, alegria, surpresa, espanto
ou
ordem.
Olá!
Ah! Entendi! Ótimo! Que susto! Mãos ao alto! Não toque em nada!
A
VÍRGULA
A
vírgula é o sinal que indica uma pausa de curta duração, sem marcar o fim do
enunciado. Pode ser empregada para separar termos de uma oração (vírgula no
interior da oração) ou para separar orações de período (vírgula entre orações).
Seu uso está intimamente ligado à sintaxe do período simples e do período composto.
1. A
vírgula no interior da oração
Em
português, a ordem normal dos termos na frase é a seguinte:
Sujeito
– verbo – complementos do verbo – adjuntos adverbiais.
Se
os termos da oração se dispõem nessa ordem, dizemos que ocorre ordem direta (ou
ordem lógica)
Muitos
alunos estudaram a matéria da prova com afinco
suj.
verbo obj.dir. adj. adv.
Se
acontece qualquer alteração na sequência lógica dos termos, dizemos que há a ordem
indireta.
Com
afinco, muitos alunos estudaram a matéria da prova.
Termo
deslocado
Quando
a oração se dispõe em ordem direta, normalmente não se separam por vírgulas
seus termos imediatos. Assim não se usa vírgula entre o sujeito e o predicado,
entre o verbo e seu complemento.
Muitos
imigrantes europeus chegaram ao Brasil naquele ano.
sujeito
predicado
Todos
os alunos a apresentaram a redação ao professor.
Verbo
complemento
A
áspera resposta ao candidato deixou-o magoado.
adj.
núcleo compl.
adnom.
nominal
A
vírgula será utilizada no interior da oração, porém, nas situações descritas a
seguir.
1.1
Intercalações
Os
termos que se intercalam na ordem direta, quebrando a sequência natural da
fase, devem vir isolados por vírgulas. Assim, separam-se?
• O aposto intercalado.
Misha,
símbolo das Olimpíadas, é um ursinho simpático.
aposto
• expressões de caráter explicativo ou corretivo.
A
sua atitude, isto é, o seu comportamento na aula merece elogios.
expressão
explicativa
Não
haverá aula amanhã, ou melhor, depois de amanhã.
expressão
corretiva
• conjunções coordenativas intercaladas.
A
sua atitude, no entanto, causou sérios desentendimentos.
conj.
Coord.
Havia,
porém, um inconveniente sério.
conj.
Coord.
• adjuntos adverbiais intercalados.
Os
candidatos, naquele dia, receberam a imprensa.
Adj.
Adv.
Se o
adjunto adverbial intercalado for de pequena extensão (um simples advérbio, por
exemplo), não se usa a vírgula, uma vez que não houve quebra da seqüência
lógica do enunciado.
Os
candidatos sempre receberam a imprensa.
Advérbio
Noutros
casos, a vírgula é facultativa:
Ex.:
João, agora, venceu
João
agora venceu
1.2
Termos deslocados
Normalmente,
quando é deslocado de seu lugar original na frase, o termo deve vir separado
por vírgula.
Assim,
separam-se:
• O adjunto adverbial anteposto.
Naquele
dia, os candidatos receberam a imprensa.
Adj.
Adv.
Se o
adjunto adverbial anteposto for um simples advérbio, a vírgula é facultativa.
Hoje
os candidatos deverão receber os jornalistas credenciados.
Advérbio
• O complemento pleonástico antecipado.
Este
assunto, já o li em algum lugar.
Compl.
Pleonástico
• O nome de lugar na indicação de datas:
São
Paulo, 28 de dezembro de 1994.
Roma,
14 de fevereiro de 1989.
1.3
Omissão de uma palavra
Normalmente,
utiliza-se a vírgula para marcar um palavra ( em geral o verbo) que foi omitida
na frase.
“ O
meu pai era paulista
Meu
avô, pernambucano
O
meu bisavô, mineiro
Meu
tataravô, baiano” (Chico Buarque)
1.4
Vocativo
Quando
utilizado numa oração, o vocativo deve vir separado por uma vírgula.
“ Meus
amigos, a ordem é a base do governo.” (Machado de Assis)
vocativo
Pode-se, em vez
de vírgula, marcar o vocativo com um ponto de exclamação a fim de dar ênfase.
“Deus! Ó Deus! Onde estás que
não respondes?” (Castro Alves)
1.5 Termos
coordenados assindéticos
Os termos
coordenados assindéticos, isto é, termos com a mesma função dentro da oração e
não-ligados
por conjunção,
são separados por vírgulas.
Aquela paisagem
nos despertava confiança, tranquilidade, calma.
“Quaresma
convalesce longamente, melancolicamente. “ (Lima Barreto)
Termos
coordenados, ligados por e , ou, nem
Observe que,
quando os termos coordenados estão ligados pelas conjunções e, ou, nem,
não se usa a
vírgula.
Aquela
paisagem nos despertava confiança, tranquilidade e calma.
Pedro
ou Paulo casará com Heloísa. Não necessitavam de dinheiro nem de
auxílio.
Se,
no entanto, essas conjunções vieram repetidas para dar ideia de ênfase, a
vírgula deve ser utilizada.
E os
pais, e os amigos, e os vizinhos magoaram-no. Não caminhava por
montanhas, ou florestas, ou
cavernas.
Não
estudava Física, nem Química, nem Matemática, nem História.
2) A
vírgula entre orações
As
orações que compõem um período podem ser separadas por vírgulas ou não, dependendo
do tipo de
cada
oração. Vejamos, em seguida, como isso se dá em cada caso.
2.1
Orações subordinadas adjetivas explicativas
As
orações subordinadas adjetivas explicativas sempre são separadas por vírgula.
O
homem, que é um ser racional, vive pouco.
Or. princ. Or. Subord. Adj. Explicativa
or. princ.
2.2
Orações subordinadas adjetivas restritivas
As
orações subordinadas adjetivas restritivas normalmente não se separam
por vírgulas.
Venceu
o candidato que tinha melhor aparência.
2.3
Orações subordinadas adverbiais
Orações
dessa modalidade, sobretudo quando estiverem antepostas à oração principal,
separam-se esta por vírgula.
Quando
o cantor entrou no palco, todos aplaudiram.
Or. subord. Adverbial or. Princ.
Entrando
o cantor, todos devem aplaudir.
Or. subord. Adverbial or. Princ.
“Matias
estava compondo um sermão, quando começou o idílio psíquico.” ( Machado de
Assis)
or.
principal Or. Subord. Adverbial
Mesmo
na ordem direta, convém usar vírgula. Ex.: Irei, se não chover.
2.4
Orações subordinadas substantivas
Orações
dessa categoria (com exceção das apositivas) não se separam da principal por
vírgula.
Exemplos:
João
disse que vai estudar.
Comunico
a V. Sª que cheguei realmente atrasado.
As
orações iniciadas pela conjunção integrante que são objetivas diretas,
ou seja, completam o sentido do verbo, logo não há vírgula.
Que
se estude é necessário.
A
oração em negrito é subjetiva, logo não há vírgula.
Ponto
e vírgula
O ponto
e vírgula é um sinal de pontuação usado para indicar uma pausa maior que a
vírgula.
Emprega-se
o ponto e vírgula:
• para separar as partes de um período.
Ex.:
“Os olhos negros e inquietos pareciam garotos travessos em hora de recreio;
os braços gesticulavam a
cada
palavra; o corpo torcia-se pelos bancos e pelas carteiras da sala, com a agilidade
de um peixinho de jardim por entre as plantas de um tanque. (
VIRIATO CORRÊA)
• para separar os itens de uma lei, um decreto, de uma sequência...
• Ex.: “A história da ortografia portuguesa pode dividir-se em
três períodos:
a –
o fonético, que coincide com a fase arcaica da Língua, vai até o século XVI;
b –
o pseudoetimológico, inaugurado no Renascimento, estende-se até os primeiros
anos do século XX;
c –o
histórico-científico, que se inicia com a adoção da chamada ‘nova ortografia’,
começa em 1911.”
Dois
pontos
Os dois
pontos indicam uma acentuada suspensão da voz na frase.
Empregam-se
os dois pontos :
• para apresentar uma citação :
Ex.:
“De repente, o menino levanta a cabeça e pergunta :
-
Papai, que é plebiscito? “ (ARTHUR AZEVEDO)
• para fazer uma explicação :
Ex.:
“Cristóvão, com voz branda, explica :
-
Não são modinhas, papai, são sonetos.”(ÉRICO VERÍSSIMO)
• antes de certos apostos : Ex.: Tudo, porém, inutilmente, porque
os gigantes haviam calçado as suas botas sete léguas e levavam no coração duas
forças terríveis: a ambição e o maravilhoso.” (CASSIANO
RICARDO)
• depois de certos verbos declarativos (dizer, perguntar,
responder...).
Ex.:
“Meu avô disse:
- Aquela
cai dentro de vinte minutos.”(LUÍS JARDIM)
Reticências
Reticências
são um sinal de pontuação que indica uma pausa no pensamento.
O
sinal de reticências é usado para :
• indicar supressão de palavras.
Ex.:
“Luisinha fez um gesto de quem estava impacientada.
- Pois
então eu digo... a senhora não sabe... eu...eu lhe quero... muito bem.”(MANUEL
ANTÔNIO DE
ALMEIDA)
• indicar interrupção da frase.
Ex.:
“Hoje pela manhã ela começou a me dizer alguma coisa – ‘seu Rubem, o
cajueirinho...’- mas o telefone tocou, fui atender, e a frase não se completou.”(RUBEM
BRAGA)
• indicar uma dúvida.
Ex.:
“- Eu tenho aqui uma dúvida, que o senhor podia me esclarecer.
- Pois
não.
- Eu
estava pensando... A Turquia tomou parte na última guerra?
- Parte
ativa, propriamente, não.”(FERNANDO SABINO)
• indicar ao final de uma frase, que o sentido continua.
Ex.:
“Clarissa caminha para a varanda. Abre a gaveta da cristaleira e tira dela
um bloco de papel, tinta e caneta. Senta-se junto a uma das mesas. Abre o
bloco, molha a pena no tinteiro e, caneta suspensa, olhos no teto, pensa...”(ÉRICO
VERÍSSIMO)
Parênteses
Os
sinais de parênteses são empregados para destacar palavras ou frases que
trazem alguma
explicação.
Os
parênteses são usados para:
• isolar palavras explicativas.
Ex.:
“- Pois te batizo Pitoco, em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo –
disse Estêvão, com voz eclesiástica. E todos (menos Celso) dissemos juntos:
‘Amém’. ” (ÉRICO VERÍSSIMO)
• destacar datas.
Ex.:
“Joaquim Maria Machado de Assis (*1839 = 1908) é considerado um dos maiores escritores brasileiros de todos
os tempos.”
• isolar frases intercaladas.
Ex.:
“Saiu correndo, deu a volta à casa, entrou pelos fundos, voltou depois
(tinha dois ou três pingos de água na testa) com duas broas ainda quentes nas
mãos.”(RUBEM BRAGA)
Parágrafo
Este
sinal gráfico é empregado, em geral, para indicar um item de um texto ou artigo
de lei.
Chave
ou Chaves
A
chave é muito usada para dividir um assunto.
As
chaves são muito empregadas em matemática.
Colchetes
Os
colchetes são muito empregados na linguagem científica.
Asterisco
O
asterisco é muito empregado para chamar a atenção do leitor para alguma nota
(observação).
LISTA DE
EXERCÍCIOS
1. Leia a informação abaixo e responda:
“A
floresta amazônica é a maior floresta tropical do planeta. Sua área é de
aproximadamente 5,5 milhões de quilômetros.”
Passe o
número decimal do texto para fração irredutível.
2. A ginasta Daiane dos Santos obteve a 5a colocação
da ginástica artística de solo nas Olimpíadas de Atenas 2004. Daiane conseguiu
a nota de 9,375 e a romena Catalina Ponor conquistou a nota 9,75. Qual delas
consegui a maior nota?
3. Súlia mede 1,58 m e Darlan mede 1,88 m de
altura. Qual deles é mais alto e qual é a diferença entre as duas alturas?
4. Em uma loja está havendo uma promoção de conjunto de lençóis com
100% algodão. O preço era de R$ 98,00 e com o desconto passou a R$ 59,90 à
vista. Responda:
a) Qual
dos decimais acima pode ser considerado um número natural?
b)
Transforme os números decimais em forma de fração.
5. Thiago e Matheus são dois irmãos que se preocupam com o peso e por
essa razão eles fazem regularmente atividades físicas. Ao se pesarem
constataram que o peso de cada um era de 87,7 kg e87,69 kg. Qual dos
dois está pesando mais?
6. Qual o resultado de cada operação?
a) 0,917 +
2,79
I) 2,318
b) 2,7 –
1,82
II) 0,88
c) 5,14 –
2,822
III) 3,707
7. Calcule mentalmente e escreva o resultado em seu caderno.
a)
10 × 43,21
e) 987 : 100
b)
1,45 × 100
f) 50 607 : 10
c) 1
000 × 65,4
g) 2 19 : 1 000
d)
10 × 0,0012
h) 3 210 : 1 000
8. Se x = 2,7 × 8,04
e y = 6,3 × 0,159,
determine o valor de:
a) 2x. b) 5y. c) O triplo de y. d)
x × y
e) x + y f) x – y g)
2x × 4y
9. Associe, calculando cada expressão.
a)
0,4 × 2 + (1,2 –
0,61) I) 0,36
b) (0,73 +
0,17) × 0,4
II) 1,39
c) 0,4 +
0,33 :
3
III) 0,84
d) 1,44 :
12 +
0,72
IV) 0,51
10. Calcule:
a) 5,4 –
8,122 :
3,1
d) 1,3 × (5,75
– 2,05) : 4,81
b) (15,58
+ 11,3) :
8,4
e) (1,75 : 0,25 ) + (0,32 × 11,5)
c) (27,32
– 4,8 × 3,6) : 0,04
11. É correto afirmar que 7,07 e 7,7 representa o mesmo número
decimal? Justifique.
12. Quanto falta ao número 8,101 para obter 9 unidades?
13. Um prédio tem 20 andares. Cada andar tem 3,75 m de
altura. Qual é a altura do prédio?
14. Se m = 1,802 e n = 100, então m × n = ________________.
15. Calcule as divisões.
a) 7,44 :
06 b) 1,2 : 0,24 c) 0,072 : 0,09
d) 5,4 :
2,7 e) 2,08 : 0,8 f) 9 : 0,06
16. Um fio de náilon vai ser colocado em rolinhos com 15
m cada um. Se na fábrica há 3 000 m de fio, quantos rolinhos de
náilon vão ser feitos?
17. Determine o valor de cada uma das expressões.
a) (0,324
+ 1,26) : (2 – 0,8) b) (16 – 6 x
1,8) : 1,3
c) (7,2 –
1,26) : 0,9 d) 1,1 +
0,33: 1,1
18. Leia
essa situação, arme uma expressão numérica e determine o valor da expressão.
“Milena
foi a uma loja de bijuteria com R$ 100 reais comprar alguns presentes. Ela
comprou um cordão para dar a sua tia, que custou R$ 22,30 reais, e comprou
cinco pares brincos para dar as suas amigas, que custou R$ 13,20 cada
par.”
Verbo é a palavra que se
flexiona em número, pessoa, modo, tempo e voz.
Pode
indicar: ação (correr, pular), estado ou mudança de estado (ser, ficar), fenômeno
natural (chover, anoitecer), ocorrência (acontecer, suceder), desejo (querer,
aspirar) e outros processos.
Nas
orações, o verbo sempre faz parte do predicado;
Estrutura
das formas verbais
Há
três tipos de morfemas que participam da estrutura das formas verbais:
o radical,
a vogal temática e as desinências.
a) radical:
é o morfema que concentra a significação básica do verbo:
opin-ar aprend-er nutr-ir
amar beb-er part-ir
cant-ar escond-er proib-ir
Podem-se
antepor prefixos ao radical: des-nutr-ir re-aprend-er
b) vogal
temática: é o morfema que permite a ligação entre o radical e as
desinências. Em português, há três vogais temáticas:
-a-,
que caracteriza os verbos da primeira conjugação: opin-a-r; am-a-r; cant-a-r;
-e-,
que caracteriza os verbos da segunda conjugação: aprend-e-r; beb-e-r;
escond-e-r;
o
verbo pôr e seus derivados (supor, depor, repor, compor etc.) pertencem
a esta conjugação pois sua vogal temática é –e- (observe, por exemplo, a
forma pus-e-ra);
-i-,
que caracteriza os verbos da terceira conjugação: nutr-i-r; part-i-r;
proib-i-r.
O conjunto
formado pelo radical seguido da vogal temática recebe o nome de tema.
c) desinências:
são morfemas que se acrescentam ao tema para indicar as flexões do
verbo; há desinências número-pessoais e desinências modo-temporais:
opiná-sse-mos
opiná-:
tema (radical + vogal temática)
-esse-:
desinência modo-temporal (indica o modo – subjuntivo – e o tempo – pretérito imperfeito
– em que se encontra o verbo)
-mos-:
desinência número-pessoal (indica que o verbo se refere à primeira pessoa do
plural)
Nas
formas rizotônicas, o acento tônico cai no radical do verbo: opino,
aprendam, nutro, por exemplo.
Nas
formas arrizotônicas, o acento tônico não cai no radical, mas sim na
terminação verbal: opinei, aprenderão, nutriríamos.
Flexões
verbais
a) número
e pessoa: os verbos podem se referir a um único ser ou a mais de um
ser; no primeiro caso, encontram-se no singular; no segundo caso, no plural.
Essa
indicação de número é acompanhada pela indicação da pessoa gramatical a que o
verbo se refere. Observe:
opino
é uma forma da primeira pessoa do singular
opinas
é uma foram da segunda pessoa do singular
opina
é uma forma da terceira pessoa do singular
opinamos
é forma da primeira pessoa do plural
opinais
é forma da segunda pessoa do plural
opinam
é forma da terceira pessoa do plural
Essas
indicações de número e pessoa são claramente percebidas quando relacionamos cada
forma verbal acima com o pronome pessoal correspondente:
eu opino
nós opinamos tu opinas
vós opinais ele/ela opina eles/elas opinam
No
português atual do Brasil, as formas da segunda pessoa “tu” e “vós” têm uso
limitado a algumas regiões ou à linguagem litúrgica, surgindo às vezes em
textos literários; em seu lugar está difundido o emprego dos pronomes você/vocês,
que levam o verbo para a terceira pessoa. ele/ela/você opina eles/elas/vocês
opinam
b) tempo
e modo: no momento em que se fala ou escreve, o processo verbal pode estar
ocorrendo, pode já ter ocorrido ou pode ainda não ter ocorrido.
Essas
três possibilidades são expressas pelos três tempos verbais: o presente,
o pretérito (que pode ser perfeito, imperfeito ou mais-que
perfeito) e o futuro (que pode ser futuro do presente ou futuro
do pretérito).
Compare
as formas opino, opinei e opinarei para perceber essa
distribuição, em três tempos básicos. A indicação de tempo e tá normalmente
associada à indicação de modo, ou seja, a expressão da atitude de quem
fala ou escreve em relação ao conteúdo do que fala ou escreve.
Quando
se considera o que é falado ou escrito uma certeza, utilizam-se as
formas do modo indicativo (são exemplos opino, opinei, opinava,
opinarei).
As
formas do modo subjuntivo indicam que o conteúdo do que se fala ou
escreve é tomado como incerto, duvidoso, hipotético (opine, opinasse, por
exemplo).
Além
disso, o verbo pode exprimir um desejo, uma ordem, um apelo: nesse caso,
utilizam-se as formas do modo imperativo (são exemplos opine/não
opines).
O
esquema a seguir apresenta os modos e tempos verbais da língua portuguesa:
MODO
INDICATIVO MODO SUBJUNTIVO MODO
IMPERATIVO
Presente
(opino) presente
(opine) presente afirmativo (opina)
Pretérito
perfeito (opinei) pretérito
imperfeito (opinasse) negativo (não
opines)
Imperfeito
(opinava) futuro (opinar)
Mais-que-perfeito
(opinara)
Futuro
do presente (opinarei)
Futuro
do pretérito (opinaria)
Observações:
1. O
modo imperativo apresenta um único tempo dividido em duas formas: o imperativo
afirmativo e o imperativo negativo. Não se conjuga a primeira pessoa do
singular dessas formas.
2.
Esse esquema apresenta apenas os chamados tempos simples; além deles, há
os tempos compostos.
3.
Os verbos possuem, além dos modos e tempos já apresentados, três formas
nominais: o infinitivo (pessoal e impessoal), o gerúndio e o particípio.
Essas
formas são chamadas nominais porque assumem comportamento de nomes (substantivos,
adjetivos e advérbios) em determinados contextos.
c) voz:
a voz verbal indica a relação entre o ser a que o verbo se refere e o processo
que esse mesmo verbo exprime. Há três situações possíveis:
Voz
ativa: o ser a que o verbo se refere é o agente do processo verbal.
Em
“O jornalista entrevistou o ministro”, o verbo “entrevistou” está na voz ativa
porque “o jornalista” é o agente do processo verbal.
Voz
passiva: o ser a que o verbo se refere é o paciente do processo verbal.
Em
“O ministro foi afastado do cargo”, o verbo “foi afastado” está na voz passiva
porque “o ministro” é o paciente da ação verbal.
Há
duas formas de voz passiva em português:
a
voz passiva analítica, em que ocorre uma locução verbal formada pelo
verbo ser mais o particípio do verbo principal – como em “O ministro foi
afastado do cargo”
e a
voz passiva sintética, em que se utiliza o pronome se (nesse caso
chamado pronome apassivador) ao lado do verbo em terceira pessoa como em
“Procuram-se soluções para a crise”.
Voz
reflexiva: o ser a que o verbo se refere é, ao mesmo tempo, agente e
paciente do processo verbal, pois age sobre si mesmo.
Em
“o ministro afastou-se do cargo”, o verbo “afastou-se” está na voz reflexiva,
pois “o ministro” é, a um só tempo, agente e paciente: ele afastou a si mesmo
do cargo.
Voz recíproca: O ser a que o verbo refere-se é o agente
de uma ação, enquanto é paciente de uma ação idêntica. Em “ eles se abraçaram,
o sujeito abraça enquanto é abraçado.
Conjugações
Conjugar
um verbo é, em termos gramaticais, dispor organizadamente todas as formas que
pode assumir ao ser flexionado. Isso implica a exposição dos diversos tempos e
modos de acordo com uma ordem convencionada.
É
possível dividir os verbos de nossa língua em três grupos de flexões afins, as
chamadas
Conjugações,
identificadas respectivamente pelas vogais temáticas -a-, -e- e -i-.
Para cada uma dessas conjugações, há um modelo – o paradigma – que
indica as formas a serem assumidas pelas flexões verbais.
De
acordo com a relação que estabelecem com esses paradigmas, os verbos podem ser
classificados em:
a) regulares:
obedecem precisamente ao paradigma da respectiva conjugação.
b) irregulares:
não seguem o paradigma da respectiva conjugação:
Apresentam
irregularidades no radical ou nas desinências.
Os
verbos ser e ir, por apresentarem profundas alterações nos
radicais em sua conjugação, são chamados verbos anômalos.
c) defectivos:
não são conjugados em determinadas pessoas, tempos ou modos.
d) abundantes:
apresentam mais de uma forma para determinada flexão.
Há
em português, verbos que participam da conjugação de outros, formando os
chamados tempos compostos e as locuções verbais. Esses verbos são
chamados auxiliares; os quatro mais usados nessa função são ser,
estar, ter e haver.
O
verbo cuja significação predomina num tempo composto ou locução verbal é
chamado verbo principal. Nos tempos compostos e locuções verbais,
o
verbo principal surge numa de suas formas nominais.
Paradigmas
dos verbos regulares
Apresenta-se
a seguir, os paradigmas dos verbos regulares das três conjugações.
Para
conjugar qualquer verbo regular, basta substituir o radical do verbo usado como
exemplo pelo radical do verbo pretendido, pois a vogal temática e as
desinências não se alteram.
Modo
indicativo
Tempo:
Presente
1ª
conjugação
2ª conjugação 3ª
conjugação
OPINAR APRENDER NUTRIR
opino aprendo nutro
opinas aprendes
nutres
opina aprende
nutre
opinamos aprendemos nutrimos
opinais aprendeis
nutris
opinam aprendem
nutrem
Pretérito
imperfeito
opinava aprendia
nutria
opinavas aprendias
nutrias
opinava aprendia
nutria
opinávamos aprendíamos
nutríamos
opináveis aprendíeis
nutríeis
opinavam aprendiam
nutriam
Pretérito
perfeito
opinei aprendi
nutri
opinaste aprendeste
nutriste
opinou aprendeu nutriu
opinamos aprendemos
nutrimos
opinastes aprendestes
nutristes
opinaram
aprenderam
nutriram
Pretérito
mais-que-perfeito
opinara aprendera
nutrira
opinaras aprenderas nutriras
opinara aprendera nutrira
opináramos aprendêramos
nutríramos
opináreis aprendêreis
nutríreis
opinaram aprenderam
nutriram
Futuro
do presente
opinarei aprendereis
nutrirei
opinarás aprenderás
nutrirás
opinará aprenderá nutrirá
opinaremos aprenderemos
nutriremos
opinareis aprendereis
nutrireis
opinarão aprenderão
nutrirão
Futuro
do pretérito
opinaria aprenderia
nutriria
opinarias aprenderias
nutririas
opinaria aprenderia
nutriria
opinaríamos aprenderíamos
nutriríamos
opinaríeis aprenderíeis
nutriríeis
opinariam aprenderiam
nutririam
Modo
subjuntivo Presente
opine aprenda
nutra
opines aprendas
nutras
opine aprenda
nutra
opinemos aprendamos nutramos
opineis aprendais
nutrais
opinem aprendam
nutram
Pretérito
imperfeito
opinasse aprendesse
nutrisse
opinasses aprendesses
nutrisses
opinasse aprendesse
nutrisse
opinássemos aprendêssemos
nutríssemos
opinásseis aprendêsseis nutrísseis
opinassem aprendessem
nutrissem
Futuro
opinar aprender
nutrir
opinares aprenderes
nutrires
opinar
aprender nutrir
opinarmos aprendermos
nutrirmos
opinardes aprenderdes
nutrirdes
opinarem aprenderem nutrirem
Modo
imperativo Afirmativo
opina tu aprende
tu nutre
tu
opine você aprenda
você nutra
você
opinemos nós aprendamos
nós nutramos
nós
opinai vós aprendei
vós nutri
vós
opinem vocês aprendam
vocês nutram
vocês
Modo
imperativo Negativo
não opines tu não
aprendas tu não
nutras tu
não opine você não aprenda
você não nutra você
não opinemos nós não aprendamos nós não nutramos nós
não opineis vós não aprendais
vós não nutrais vós
não opinem vocês não aprendam vocês não nutram vocês
Formas
nominais
Infinitivo
impessoal
opinar aprender
nutrir
Infinitivo
pessoal
opinar aprender
nutrir
opinares aprenderes
nutrires
opinar aprender
nutrir
opinarmos aprendermos
nutrirmos
opinardes aprenderdes
nutrirdes
opinarem aprenderem
nutrirem
Gerúndio
opinando aprendendo
nutrindo
Particípio
opinado aprendido
nutrido
Tempos compostos
Modo
indicativo
Pretérito
perfeito
tenho/hei opinado,
aprendido, nutrido
tens/hás opinado,
aprendido, nutrido
tem/há opinado,
aprendido, nutrido
temos/havemos
opinado, aprendido, nutrido
tendes/haveis opinado,
aprendido, nutrido
têm/hão opinado,
aprendido, nutrido
Pretérito
mais-que-perfeito
tinha/havia opinado, aprendido, nutrido
tinhas/havias opinado, aprendido, nutrido
tinha/havia opinado, aprendido, nutrido
tínhamos/havíamos
opinado, aprendido, nutrido
tínheis/havíeis opinado, aprendido, nutrido
tinham/haviam opinado, aprendido, nutrido
Futuro
do presente
terei/haverei opinado, aprendido, nutrido
terás/haverás opinado, aprendido, nutrido
terá/haverá opinado, aprendido, nutrido
teremos/haveremos
opinado, aprendido, nutrido
tereis/havereis opinado, aprendido, nutrido
terão/haverão opinado, aprendido, nutrido
Futuro
do pretérito
teria/haveria opinado, aprendido, nutrido
terias/haverias opinado, aprendido, nutrido
teria/haveria
opinado, aprendido, nutrido
teríamos/haveríamos opinado, aprendido,
nutrido
teríeis/haveríeis opinado, aprendido, nutrido
teriam/haveriam opinado, aprendido, nutrido
Modo
subjuntivo
Pretérito
perfeito
tenha/haja opinado, aprendido, nutrido
tenhas/hajas opinado, aprendido, nutrido
tenha/haja
opinado, aprendido, nutrido
tenhamos/hajamos opinado, aprendido,
nutrido
tenhais/hajais opinado, aprendido, nutrido
tenham/hajam opinado, aprendido, nutrido
Pretérito
mais-que-perfeito
tivesse/houvesse opinado,
aprendido, nutrido
tivesses/houvesses opinado,
aprendido, nutrido
tivesse/houvesse
opinado,
aprendido, nutrido
tivéssemos/houvéssemos opinado, aprendido, nutrido
tivésseis/houvésseis opinado, aprendido, nutrido
tivessem/houvessem opinado, aprendido, nutrido
Futuro
tiver/houver opinado, aprendido, nutrido
tiveres/houveres opinado, aprendido, nutrido
tiver/houver
opinado, aprendido, nutrido
tivermos/houvermos opinado, aprendido,
nutrido
tiverdes/houverdes opinado, aprendido,
nutrido
tiverem/houverem opinado, aprendido,
nutrido
Formas
nominais
Infinitivo
impessoal (pretérito)
ter/haver
opinado, aprendido, nutrido
Infinitivo
pessoal (pretérito)
ter/haver opinado,
aprendido, nutrido
teres/haveres opinado,
aprendido, nutrido
ter/haver
opinado,
aprendido, nutrido
termos/havermos opinado, aprendido, nutrido
terdes/haverdes opinado, aprendido, nutrido
terem/haverem opinado, aprendido, nutrido
Gerúndio
(pretérito)
tendo/havendo
opinado, aprendido, nutrido
Alguns
verbos regulares que merecem destaque:
averiguar
Presente
do indicativo Presente do
subjuntivo
averiguo
averigúe
averiguas
averigúes
averigua
averigúe
averiguamos
averigüemos
averiguais
averigüeis
averiguam
averigúem
Observações:
1) Apresenta
acentuação tônica semelhante o verbo apaziguar.
2)
Atente na acentuação gráfica dessas formas verbais.
Enxaguar
Presente
do indicativo Presente do
subjuntivo
enxáguo
enxágüe
enxáguas
enxágües
enxágua
enxágüe
enxaguamos
enxagüemos
enxaguais
enxagüeis
enxáguam
enxágüem
Observações:
1)
Apresentam acentuação tônica semelhante os verbos aguar, desaguar e minguar.
2)
Atente na acentuação gráfica dessas formas verbais.
Indignar
Presente
do indicativo Presente do
subjuntivo
indigno
indigne
indignas
indignes
indigna
indigne
indignamos
indignemos
indignais
indigneis
indignam
indignem
Observações:
1)
Esse verbo é mais empregado em sua forma pronominal indignar-se.
2)
Apresentam a mesma acentuação tônica os verbos impugnar e dignar-se.
Mobiliar
Presente
do indicativo Presente do
subjuntivo
Mobílio mobílie
mobílias
mobílies
mobília
mobílie
mobiliamos
mobiliemos
mobiliais
mobilieis
mobíliam
mobíliem
Há
também verbos regulares cuja conjugação traz à tona questões ortográficas.
É o
caso, por exemplo, do verbo agir: ajo, ages, age, agimos, agis, agem;
aja, ajas, aja, ajamos, ajais, ajam. É fácil conjugar esse verbo oralmente; os
detalhes surgem no momento de escrevê-lo. É necessário, então, considerar que a
letra g representa fonemas diferentes de acordo com as vogais que a
seguem, e substituí-la
por j
diante de a e o.
As
dificuldades surgem, obviamente, nos verbos que apresentam letras que servem
para representar mais de um fonema ou naqueles que apresentam fonemas que podem
ser representados por mais de uma letra. É o caso dos verbos cujos infinitivos
se escrevem com c, ç, g, gu:
marcar:
marco, marque, marquei, marcaste.
nascer:
nasço, nasça, nasci, nasceste.
atiçar:
atiço, atice, aticei, atiçaste.
entregar:
entrego, entregue, entreguei, entregaste.
fingir:
finjo, finges, fingi, fingiste.
erguer:
ergo, ergues, ergui, ergueste.
Merecem
destaque extinguir e distinguir: nesses verbos, como em erguer,
as letras gu
representam
um dígrafo (note que não há trema sobre o u). Ao conjugá-los, obtêm-se
as formas extingo, extingues, extingue etc.; distingo, distingues,
distingue etc.
VERBOS
IRREGULARES, DEFECTIVOS E ABUNDANTES
Introdução
Verbos
irregulares
Os
verbos irregulares são aqueles que não seguem os paradigmas das conjugações,
apresentando variações de forma nos radicais ou nas desinências.
Para
que o estudo desses verbos se torne mais fácil e prático, tenha sempre em mente
o esquema de formação dos tempos simples, pois as irregularidades dos tempos
primitivos normalmente se estendem aos tempos derivados correspondentes.
Por
isso, vamos organizar nosso estudo a partir desse esquema de formação dos
tempos simples.
Primeira
conjugação – Verbos terminados em -ear e –iar.
passear
Presente
do Indicativo Presente do
Subjuntivo
passei-o passei-e
passeias passei-es
passeia
passei-e
passeamos
passee-mos
passeais
passee-is
passeiam
passei-em
Observações:
1)
Atente na primeira e segunda pessoas do plural, em que o radical apresenta
modificação.
2)
Seguem esse modelo os demais verbos terminados em -ear: apear, atear,
arrear, bloquear, cear, enlear, folhear, frear, hastear, granjear, lisonjear,
recear, semear, titubear etc.
3)
Os verbos terminados em -iar são regulares, com exceção de mediar,
ansiar, remediar, incendiar, odiar e seus derivados, que seguem o modelo dos
verbos terminados em -ear (incluindo a particularidade na primeira e
segunda pessoas do plural). Um derivado importante de mediar é intermediar.
intermediar
Presente
do Indicativo Presente
do Subjuntivo
intermedei-o intermedei-e
intermedeias intermedei-es
intermedeia intermedei-e
intermediamos
intermediemos
intermediais intermedieis
intermedeiam intermedei-em
Segunda
conjugação
crer
Presente
do Indicativo Presente
do Subjuntivo
crei-o crei-a
crês
crei-as
crê crei-a
cremos crei-amos
credes crei-ais
crêem crei-am
Observações:
1)
Atente nas formas da segunda e terceira pessoas do plural do presente do
indicativo.
2)
Segue esse modelo o derivado descrer.
3) O
pretérito perfeito do indicativo desse verbo é regular (cri, creste, creu,
cremos, crestes, creram).
ler
Presente
do Indicativo Presente
do Subjuntivo
lei-o lei-a
lês lei-as
lê lei-a
lemos
lei-amos
ledes
lei-ais
lêem
lei-am
Observações:
1)
Atente nas formas da segunda e terceira pessoas do plural do presente do
indicativo.
2)
Seguem esse modelo os derivados reler e tresler.
perder
Presente
do Indicativo
Presente do Subjuntivo
perc-o
perc-a
perdes perc-as
perde
perc-a
perdemos
perc-amos
perdeis
perc-ais
perdem
perc-am
requerer
Presente
do Indicativo Presente
do Subjuntivo
requeir-o requeir-a
requeres
requeir-as
requer
requeir-a
requeremos
requeir-amos
requereis requeir-ais
requerem requeir-am
Observação:
O
pretérito perfeito do indicativo desse verbo é regular (requeri, requereste,
requereu, requeremos, requerestes, requereram).
valer
Presente
do Indicativo Presente do Subjuntivo
valh-o valh-a
vales
valh-as
vale
valh-a
valemos valh-amos
valeis
valh-ais
valem
valh-am
Observação:
Assim se conjuga equivaler.
Terceira
conjugação
advertir
Presente
do Indicativo
Presente do Subjuntivo
advirt-o advirt-a
advertes advirt-as
adverte
advirt-a
advertimos
advirt-amos
advertis
advirt-ais
advertem
advirt-am
Observação:
Atente
para a irregularidade desse verbo: a primeira pessoa do singular do
presente
do indicativo apresenta -i- em lugar do -e- do infinitivo. Há
muitos outros verbos que apresentam esse mesmo comportamento: aderir,
compelir, competir, conferir, despir, digerir, discernir, divergir, divertir, expelir, ferir, inserir,
investir, preferir, referir, repelir, repetir, seguir, sentir, servir, sugerir,
vestir são alguns.
agredir
Presente
do Indicativo Presente
do Subjuntivo
agrid-o agrid-a
agrides
agrid-as
agride
agrid-a
agredimos
agrid-amos
agredis
agrid-ais
agridem
agrid-am
Observação:
A
troca do -e- do infinitivo pelo -i- só não ocorre na primeira e
segunda pessoas do plural. Seguem esse
modelo denegrir, prevenir, progredir, regredir, transgredir.
cobrir
Presente
do Indicativo Presente
do Subjuntivo
cubr-o cubr-a
cobres
cubr-as
cobre
cubr-a
cobrimos
cubr-amos
cobris
cubr-ais
cobrem
cubr-am
Observação:
Seguem
esse modelo os derivados descobrir, encobrir, recobrir, além de dormir,
engolir e tossir.
pedir
Presente
do Indicativo Presente
do Subjuntivo
peç-o peç-a
pedes
peç-as
pede
peç-a
pedimos
peç-amos
pedis
peç-ais
pedem peç-am
Observação:
Seguem
esse modelo despedir, impedir, medir. Ouvir apresenta conjugação
semelhante: ouço, ouves, ouve etc.; ouça, ouças, ouça etc.
subir
Presente
do Indicativo Presente
do Subjuntivo
sub-o sub-a
sobes
sub-as
sobe
sub-a
subimos sub-amos
subis
sub-ais
sobem
sub-am
Observação:
Seguem
esse modelo acudir, bulir, consumir, cuspir, entupir, fugir, sacudir, sumir.
polir
Presente
do Indicativo Presente
do Subjuntivo
pul-o
pul-a
VERBOS
Verbo é a palavra que se
flexiona em número, pessoa, modo, tempo e voz.
Pode
indicar: ação (correr, pular), estado ou mudança de estado (ser, ficar), fenômeno
natural (chover, anoitecer), ocorrência (acontecer, suceder), desejo (querer,
aspirar) e outros processos.
Nas
orações, o verbo sempre faz parte do predicado;
Estrutura
das formas verbais
Há
três tipos de morfemas que participam da estrutura das formas verbais:
o radical,
a vogal temática e as desinências.
a) radical:
é o morfema que concentra a significação básica do verbo:
opin-ar aprend-er nutr-ir
amar beb-er part-ir
cant-ar escond-er proib-ir
Podem-se
antepor prefixos ao radical: des-nutr-ir re-aprend-er
b) vogal
temática: é o morfema que permite a ligação entre o radical e as
desinências. Em português, há três vogais temáticas:
-a-,
que caracteriza os verbos da primeira conjugação: opin-a-r; am-a-r; cant-a-r;
-e-,
que caracteriza os verbos da segunda conjugação: aprend-e-r; beb-e-r;
escond-e-r;
o
verbo pôr e seus derivados (supor, depor, repor, compor etc.) pertencem
a esta conjugação pois sua vogal temática é –e- (observe, por exemplo, a
forma pus-e-ra);
-i-,
que caracteriza os verbos da terceira conjugação: nutr-i-r; part-i-r;
proib-i-r.
O conjunto
formado pelo radical seguido da vogal temática recebe o nome de tema.
c) desinências:
são morfemas que se acrescentam ao tema para indicar as flexões do
verbo; há desinências número-pessoais e desinências modo-temporais:
opiná-sse-mos
opiná-:
tema (radical + vogal temática)
-esse-:
desinência modo-temporal (indica o modo – subjuntivo – e o tempo – pretérito imperfeito
– em que se encontra o verbo)
-mos-:
desinência número-pessoal (indica que o verbo se refere à primeira pessoa do
plural)
Nas
formas rizotônicas, o acento tônico cai no radical do verbo: opino,
aprendam, nutro, por exemplo.
Nas
formas arrizotônicas, o acento tônico não cai no radical, mas sim na
terminação verbal: opinei, aprenderão, nutriríamos.
Flexões
verbais
a) número
e pessoa: os verbos podem se referir a um único ser ou a mais de um
ser; no primeiro caso, encontram-se no singular; no segundo caso, no plural.
Essa
indicação de número é acompanhada pela indicação da pessoa gramatical a que o
verbo se refere. Observe:
opino
é uma forma da primeira pessoa do singular
opinas
é uma foram da segunda pessoa do singular
opina
é uma forma da terceira pessoa do singular
opinamos
é forma da primeira pessoa do plural
opinais
é forma da segunda pessoa do plural
opinam
é forma da terceira pessoa do plural
Essas
indicações de número e pessoa são claramente percebidas quando relacionamos cada
forma verbal acima com o pronome pessoal correspondente:
eu opino
nós opinamos tu opinas
vós opinais ele/ela opina eles/elas opinam
No
português atual do Brasil, as formas da segunda pessoa “tu” e “vós” têm uso
limitado a algumas regiões ou à linguagem litúrgica, surgindo às vezes em
textos literários; em seu lugar está difundido o emprego dos pronomes você/vocês,
que levam o verbo para a terceira pessoa. ele/ela/você opina eles/elas/vocês
opinam
b) tempo
e modo: no momento em que se fala ou escreve, o processo verbal pode estar
ocorrendo, pode já ter ocorrido ou pode ainda não ter ocorrido.
Essas
três possibilidades são expressas pelos três tempos verbais: o presente,
o pretérito (que pode ser perfeito, imperfeito ou mais-que
perfeito) e o futuro (que pode ser futuro do presente ou futuro
do pretérito).
Compare
as formas opino, opinei e opinarei para perceber essa
distribuição, em três tempos básicos. A indicação de tempo e tá normalmente
associada à indicação de modo, ou seja, a expressão da atitude de quem
fala ou escreve em relação ao conteúdo do que fala ou escreve.
Quando
se considera o que é falado ou escrito uma certeza, utilizam-se as
formas do modo indicativo (são exemplos opino, opinei, opinava,
opinarei).
As
formas do modo subjuntivo indicam que o conteúdo do que se fala ou
escreve é tomado como incerto, duvidoso, hipotético (opine, opinasse, por
exemplo).
Além
disso, o verbo pode exprimir um desejo, uma ordem, um apelo: nesse caso,
utilizam-se as formas do modo imperativo (são exemplos opine/não
opines).
O
esquema a seguir apresenta os modos e tempos verbais da língua portuguesa:
MODO
INDICATIVO MODO SUBJUNTIVO MODO
IMPERATIVO
Presente
(opino) presente
(opine) presente afirmativo (opina)
Pretérito
perfeito (opinei) pretérito
imperfeito (opinasse) negativo (não
opines)
Imperfeito
(opinava) futuro (opinar)
Mais-que-perfeito
(opinara)
Futuro
do presente (opinarei)
Futuro
do pretérito (opinaria)
Observações:
1. O
modo imperativo apresenta um único tempo dividido em duas formas: o imperativo
afirmativo e o imperativo negativo. Não se conjuga a primeira pessoa do
singular dessas formas.
2.
Esse esquema apresenta apenas os chamados tempos simples; além deles, há
os tempos compostos.
3.
Os verbos possuem, além dos modos e tempos já apresentados, três formas
nominais: o infinitivo (pessoal e impessoal), o gerúndio e o particípio.
Essas
formas são chamadas nominais porque assumem comportamento de nomes (substantivos,
adjetivos e advérbios) em determinados contextos.
c) voz:
a voz verbal indica a relação entre o ser a que o verbo se refere e o processo
que esse mesmo verbo exprime. Há três situações possíveis:
Voz
ativa: o ser a que o verbo se refere é o agente do processo verbal.
Em
“O jornalista entrevistou o ministro”, o verbo “entrevistou” está na voz ativa
porque “o jornalista” é o agente do processo verbal.
Voz
passiva: o ser a que o verbo se refere é o paciente do processo verbal.
Em
“O ministro foi afastado do cargo”, o verbo “foi afastado” está na voz passiva
porque “o ministro” é o paciente da ação verbal.
Há
duas formas de voz passiva em português:
a
voz passiva analítica, em que ocorre uma locução verbal formada pelo
verbo ser mais o particípio do verbo principal – como em “O ministro foi
afastado do cargo”
e a
voz passiva sintética, em que se utiliza o pronome se (nesse caso
chamado pronome apassivador) ao lado do verbo em terceira pessoa como em
“Procuram-se soluções para a crise”.
Voz
reflexiva: o ser a que o verbo se refere é, ao mesmo tempo, agente e
paciente do processo verbal, pois age sobre si mesmo.
Em
“o ministro afastou-se do cargo”, o verbo “afastou-se” está na voz reflexiva,
pois “o ministro” é, a um só tempo, agente e paciente: ele afastou a si mesmo
do cargo.
Voz recíproca: O ser a que o verbo refere-se é o agente
de uma ação, enquanto é paciente de uma ação idêntica. Em “ eles se abraçaram,
o sujeito abraça enquanto é abraçado.
Conjugações
Conjugar
um verbo é, em termos gramaticais, dispor organizadamente todas as formas que
pode assumir ao ser flexionado. Isso implica a exposição dos diversos tempos e
modos de acordo com uma ordem convencionada.
É
possível dividir os verbos de nossa língua em três grupos de flexões afins, as
chamadas
Conjugações,
identificadas respectivamente pelas vogais temáticas -a-, -e- e -i-.
Para cada uma dessas conjugações, há um modelo – o paradigma – que
indica as formas a serem assumidas pelas flexões verbais.
De
acordo com a relação que estabelecem com esses paradigmas, os verbos podem ser
classificados em:
a) regulares:
obedecem precisamente ao paradigma da respectiva conjugação.
b) irregulares:
não seguem o paradigma da respectiva conjugação:
Apresentam
irregularidades no radical ou nas desinências.
Os
verbos ser e ir, por apresentarem profundas alterações nos
radicais em sua conjugação, são chamados verbos anômalos.
c) defectivos:
não são conjugados em determinadas pessoas, tempos ou modos.
d) abundantes:
apresentam mais de uma forma para determinada flexão.
Há
em português, verbos que participam da conjugação de outros, formando os
chamados tempos compostos e as locuções verbais. Esses verbos são
chamados auxiliares; os quatro mais usados nessa função são ser,
estar, ter e haver.
O
verbo cuja significação predomina num tempo composto ou locução verbal é
chamado verbo principal. Nos tempos compostos e locuções verbais,
o
verbo principal surge numa de suas formas nominais.
Paradigmas
dos verbos regulares
Apresenta-se
a seguir, os paradigmas dos verbos regulares das três conjugações.
Para
conjugar qualquer verbo regular, basta substituir o radical do verbo usado como
exemplo pelo radical do verbo pretendido, pois a vogal temática e as
desinências não se alteram.
Modo
indicativo
Tempo:
Presente
1ª
conjugação
2ª conjugação 3ª
conjugação
OPINAR APRENDER NUTRIR
opino aprendo nutro
opinas aprendes
nutres
opina aprende
nutre
opinamos aprendemos nutrimos
opinais aprendeis
nutris
opinam aprendem
nutrem
Pretérito
imperfeito
opinava aprendia
nutria
opinavas aprendias
nutrias
opinava aprendia
nutria
opinávamos aprendíamos
nutríamos
opináveis aprendíeis
nutríeis
opinavam aprendiam
nutriam
Pretérito
perfeito
opinei aprendi
nutri
opinaste aprendeste
nutriste
opinou aprendeu nutriu
opinamos aprendemos
nutrimos
opinastes aprendestes
nutristes
opinaram
aprenderam
nutriram
Pretérito
mais-que-perfeito
opinara aprendera
nutrira
opinaras aprenderas nutriras
opinara aprendera nutrira
opináramos aprendêramos
nutríramos
opináreis aprendêreis
nutríreis
opinaram aprenderam
nutriram
Futuro
do presente
opinarei aprendereis
nutrirei
opinarás aprenderás
nutrirás
opinará aprenderá nutrirá
opinaremos aprenderemos
nutriremos
opinareis aprendereis
nutrireis
opinarão aprenderão
nutrirão
Futuro
do pretérito
opinaria aprenderia
nutriria
opinarias aprenderias
nutririas
opinaria aprenderia
nutriria
opinaríamos aprenderíamos
nutriríamos
opinaríeis aprenderíeis
nutriríeis
opinariam aprenderiam
nutririam
Modo
subjuntivo Presente
opine aprenda
nutra
opines aprendas
nutras
opine aprenda
nutra
opinemos aprendamos nutramos
opineis aprendais
nutrais
opinem aprendam
nutram
Pretérito
imperfeito
opinasse aprendesse
nutrisse
opinasses aprendesses
nutrisses
opinasse aprendesse
nutrisse
opinássemos aprendêssemos
nutríssemos
opinásseis aprendêsseis nutrísseis
opinassem aprendessem
nutrissem
Futuro
opinar aprender
nutrir
opinares aprenderes
nutrires
opinar
aprender nutrir
opinarmos aprendermos
nutrirmos
opinardes aprenderdes
nutrirdes
opinarem aprenderem nutrirem
Modo
imperativo Afirmativo
opina tu aprende
tu nutre
tu
opine você aprenda
você nutra
você
opinemos nós aprendamos
nós nutramos
nós
opinai vós aprendei
vós nutri
vós
opinem vocês aprendam
vocês nutram
vocês
Modo
imperativo Negativo
não opines tu não
aprendas tu não
nutras tu
não opine você não aprenda
você não nutra você
não opinemos nós não aprendamos nós não nutramos nós
não opineis vós não aprendais
vós não nutrais vós
não opinem vocês não aprendam vocês não nutram vocês
Formas
nominais
Infinitivo
impessoal
opinar aprender
nutrir
Infinitivo
pessoal
opinar aprender
nutrir
opinares aprenderes
nutrires
opinar aprender
nutrir
opinarmos aprendermos
nutrirmos
opinardes aprenderdes
nutrirdes
opinarem aprenderem
nutrirem
Gerúndio
opinando aprendendo
nutrindo
Particípio
opinado aprendido
nutrido
Tempos compostos
Modo
indicativo
Pretérito
perfeito
tenho/hei opinado,
aprendido, nutrido
tens/hás opinado,
aprendido, nutrido
tem/há opinado,
aprendido, nutrido
temos/havemos
opinado, aprendido, nutrido
tendes/haveis opinado,
aprendido, nutrido
têm/hão opinado,
aprendido, nutrido
Pretérito
mais-que-perfeito
tinha/havia opinado, aprendido, nutrido
tinhas/havias opinado, aprendido, nutrido
tinha/havia opinado, aprendido, nutrido
tínhamos/havíamos
opinado, aprendido, nutrido
tínheis/havíeis opinado, aprendido, nutrido
tinham/haviam opinado, aprendido, nutrido
Futuro
do presente
terei/haverei opinado, aprendido, nutrido
terás/haverás opinado, aprendido, nutrido
terá/haverá opinado, aprendido, nutrido
teremos/haveremos
opinado, aprendido, nutrido
tereis/havereis opinado, aprendido, nutrido
terão/haverão opinado, aprendido, nutrido
Futuro
do pretérito
teria/haveria opinado, aprendido, nutrido
terias/haverias opinado, aprendido, nutrido
teria/haveria
opinado, aprendido, nutrido
teríamos/haveríamos opinado, aprendido,
nutrido
teríeis/haveríeis opinado, aprendido, nutrido
teriam/haveriam opinado, aprendido, nutrido
Modo
subjuntivo
Pretérito
perfeito
tenha/haja opinado, aprendido, nutrido
tenhas/hajas opinado, aprendido, nutrido
tenha/haja
opinado, aprendido, nutrido
tenhamos/hajamos opinado, aprendido,
nutrido
tenhais/hajais opinado, aprendido, nutrido
tenham/hajam opinado, aprendido, nutrido
Pretérito
mais-que-perfeito
tivesse/houvesse opinado,
aprendido, nutrido
tivesses/houvesses opinado,
aprendido, nutrido
tivesse/houvesse
opinado,
aprendido, nutrido
tivéssemos/houvéssemos opinado, aprendido, nutrido
tivésseis/houvésseis opinado, aprendido, nutrido
tivessem/houvessem opinado, aprendido, nutrido
Futuro
tiver/houver opinado, aprendido, nutrido
tiveres/houveres opinado, aprendido, nutrido
tiver/houver
opinado, aprendido, nutrido
tivermos/houvermos opinado, aprendido,
nutrido
tiverdes/houverdes opinado, aprendido,
nutrido
tiverem/houverem opinado, aprendido,
nutrido
Formas
nominais
Infinitivo
impessoal (pretérito)
ter/haver
opinado, aprendido, nutrido
Infinitivo
pessoal (pretérito)
ter/haver opinado,
aprendido, nutrido
teres/haveres opinado,
aprendido, nutrido
ter/haver
opinado,
aprendido, nutrido
termos/havermos opinado, aprendido, nutrido
terdes/haverdes opinado, aprendido, nutrido
terem/haverem opinado, aprendido, nutrido
Gerúndio
(pretérito)
tendo/havendo
opinado, aprendido, nutrido
Alguns
verbos regulares que merecem destaque:
averiguar
Presente
do indicativo Presente do
subjuntivo
averiguo
averigúe
averiguas
averigúes
averigua
averigúe
averiguamos
averigüemos
averiguais
averigüeis
averiguam
averigúem
Observações:
1) Apresenta
acentuação tônica semelhante o verbo apaziguar.
2)
Atente na acentuação gráfica dessas formas verbais.
Enxaguar
Presente
do indicativo Presente do
subjuntivo
enxáguo
enxágüe
enxáguas
enxágües
enxágua
enxágüe
enxaguamos
enxagüemos
enxaguais
enxagüeis
enxáguam
enxágüem
Observações:
1)
Apresentam acentuação tônica semelhante os verbos aguar, desaguar e minguar.
2)
Atente na acentuação gráfica dessas formas verbais.
Indignar
Presente
do indicativo Presente do
subjuntivo
indigno
indigne
indignas
indignes
indigna
indigne
indignamos
indignemos
indignais
indigneis
indignam
indignem
Observações:
1)
Esse verbo é mais empregado em sua forma pronominal indignar-se.
2)
Apresentam a mesma acentuação tônica os verbos impugnar e dignar-se.
Mobiliar
Presente
do indicativo Presente do
subjuntivo
Mobílio mobílie
mobílias
mobílies
mobília
mobílie
mobiliamos
mobiliemos
mobiliais
mobilieis
mobíliam
mobíliem
Há
também verbos regulares cuja conjugação traz à tona questões ortográficas.
É o
caso, por exemplo, do verbo agir: ajo, ages, age, agimos, agis, agem;
aja, ajas, aja, ajamos, ajais, ajam. É fácil conjugar esse verbo oralmente; os
detalhes surgem no momento de escrevê-lo. É necessário, então, considerar que a
letra g representa fonemas diferentes de acordo com as vogais que a
seguem, e substituí-la
por j
diante de a e o.
As
dificuldades surgem, obviamente, nos verbos que apresentam letras que servem
para representar mais de um fonema ou naqueles que apresentam fonemas que podem
ser representados por mais de uma letra. É o caso dos verbos cujos infinitivos
se escrevem com c, ç, g, gu:
marcar:
marco, marque, marquei, marcaste.
nascer:
nasço, nasça, nasci, nasceste.
atiçar:
atiço, atice, aticei, atiçaste.
entregar:
entrego, entregue, entreguei, entregaste.
fingir:
finjo, finges, fingi, fingiste.
erguer:
ergo, ergues, ergui, ergueste.
Merecem
destaque extinguir e distinguir: nesses verbos, como em erguer,
as letras gu
representam
um dígrafo (note que não há trema sobre o u). Ao conjugá-los, obtêm-se
as formas extingo, extingues, extingue etc.; distingo, distingues,
distingue etc.
VERBOS
IRREGULARES, DEFECTIVOS E ABUNDANTES
Introdução
Verbos
irregulares
Os
verbos irregulares são aqueles que não seguem os paradigmas das conjugações,
apresentando variações de forma nos radicais ou nas desinências.
Para
que o estudo desses verbos se torne mais fácil e prático, tenha sempre em mente
o esquema de formação dos tempos simples, pois as irregularidades dos tempos
primitivos normalmente se estendem aos tempos derivados correspondentes.
Por
isso, vamos organizar nosso estudo a partir desse esquema de formação dos
tempos simples.
Primeira
conjugação – Verbos terminados em -ear e –iar.
passear
Presente
do Indicativo Presente do
Subjuntivo
passei-o passei-e
passeias passei-es
passeia
passei-e
passeamos
passee-mos
passeais
passee-is
passeiam
passei-em
Observações:
1)
Atente na primeira e segunda pessoas do plural, em que o radical apresenta
modificação.
2)
Seguem esse modelo os demais verbos terminados em -ear: apear, atear,
arrear, bloquear, cear, enlear, folhear, frear, hastear, granjear, lisonjear,
recear, semear, titubear etc.
3)
Os verbos terminados em -iar são regulares, com exceção de mediar,
ansiar, remediar, incendiar, odiar e seus derivados, que seguem o modelo dos
verbos terminados em -ear (incluindo a particularidade na primeira e
segunda pessoas do plural). Um derivado importante de mediar é intermediar.
intermediar
Presente
do Indicativo Presente
do Subjuntivo
intermedei-o intermedei-e
intermedeias intermedei-es
intermedeia intermedei-e
intermediamos
intermediemos
intermediais intermedieis
intermedeiam intermedei-em
Segunda
conjugação
crer
Presente
do Indicativo Presente
do Subjuntivo
crei-o crei-a
crês
crei-as
crê crei-a
cremos crei-amos
credes crei-ais
crêem crei-am
Observações:
1)
Atente nas formas da segunda e terceira pessoas do plural do presente do
indicativo.
2)
Segue esse modelo o derivado descrer.
3) O
pretérito perfeito do indicativo desse verbo é regular (cri, creste, creu,
cremos, crestes, creram).
ler
Presente
do Indicativo Presente
do Subjuntivo
lei-o lei-a
lês lei-as
lê lei-a
lemos
lei-amos
ledes
lei-ais
lêem
lei-am
Observações:
1)
Atente nas formas da segunda e terceira pessoas do plural do presente do
indicativo.
2)
Seguem esse modelo os derivados reler e tresler.
perder
Presente
do Indicativo
Presente do Subjuntivo
perc-o
perc-a
perdes perc-as
perde
perc-a
perdemos
perc-amos
perdeis perc-ais
perdem
perc-am
requerer
Presente
do Indicativo Presente
do Subjuntivo
requeir-o requeir-a
requeres
requeir-as
requer
requeir-a
requeremos
requeir-amos
requereis requeir-ais
requerem requeir-am
Observação:
O
pretérito perfeito do indicativo desse verbo é regular (requeri, requereste,
requereu, requeremos, requerestes, requereram).
valer
Presente
do Indicativo Presente do Subjuntivo
valh-o valh-a
vales
valh-as
vale
valh-a
valemos valh-amos
valeis
valh-ais
valem
valh-am
Observação:
Assim se conjuga equivaler.
Terceira
conjugação
advertir
Presente
do Indicativo
Presente do Subjuntivo
advirt-o advirt-a
advertes advirt-as
adverte
advirt-a
advertimos
advirt-amos
advertis
advirt-ais
advertem
advirt-am
Observação:
Atente
para a irregularidade desse verbo: a primeira pessoa do singular do
presente
do indicativo apresenta -i- em lugar do -e- do infinitivo. Há
muitos outros verbos que apresentam esse mesmo comportamento: aderir,
compelir, competir, conferir, despir, digerir, discernir, divergir, divertir, expelir, ferir, inserir,
investir, preferir, referir, repelir, repetir, seguir, sentir, servir, sugerir,
vestir são alguns.
agredir
Presente
do Indicativo Presente
do Subjuntivo
agrid-o agrid-a
agrides
agrid-as
agride
agrid-a
agredimos
agrid-amos
agredis
agrid-ais
agridem
agrid-am
Observação:
A
troca do -e- do infinitivo pelo -i- só não ocorre na primeira e
segunda pessoas do plural. Seguem esse
modelo denegrir, prevenir, progredir, regredir, transgredir.
cobrir
Presente
do Indicativo Presente
do Subjuntivo
cubr-o cubr-a
cobres
cubr-as
cobre
cubr-a
cobrimos
cubr-amos
cobris
cubr-ais
cobrem
cubr-am
Observação:
Seguem
esse modelo os derivados descobrir, encobrir, recobrir, além de dormir,
engolir e tossir.
pedir
Presente
do Indicativo Presente
do Subjuntivo
peç-o peç-a
pedes
peç-as
pede
peç-a
pedimos
peç-amos
pedis
peç-ais
pedem peç-am
Observação:
Seguem
esse modelo despedir, impedir, medir. Ouvir apresenta conjugação
semelhante: ouço, ouves, ouve etc.; ouça, ouças, ouça etc.
subir
Presente
do Indicativo Presente
do Subjuntivo
sub-o sub-a
sobes
sub-as
sobe
sub-a
subimos sub-amos
subis
sub-ais
sobem
sub-am
Observação:
Seguem
esse modelo acudir, bulir, consumir, cuspir, entupir, fugir, sacudir, sumir.
polir
Presente
do Indicativo Presente
do Subjuntivo
pul-o
pul-a
pules
pul-as
pule
pul-a
polimos
pul-amos
polis pul-ais
pulem pul-am
Observação:
Segue
esse modelo o verbo sortir.
pules
pul-as
pule
pul-a
polimos
pul-amos
polis pul-ais
pulem pul-am
Observação:
Segue
esse modelo o verbo sortir.
Jorge, prefiro as aulas do que a devolução do dinheiro, pois este e outros concursos virão.
ResponderExcluirInvestir em aprendizado e conhecimento, nunca é demais.